IX O Bom Filho para a Casa Volta

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~ Minas Tyrel, no extremo sul do continente de Vastira

A forja queimava a milhares de graus celsius e seu calor acendia o grande vulcão dos Andrakes -- os anões forjadores do fim do mundo.

E nenhuma arma ou armadura no mundo conhecido se equiparavam às obras de ferro e fogo que os andraquianos produziam no interior do grande vulcão de Inrrell.

As chamas da forja do ferreiro anão lambiam o chão de diamante que se estendia como um mar por todo o interior do vulcão.

Karoll Heinzel talhava o minério incandescente com um encantamento para criar uma liga que seria o gume de uma espada mágica, poderosa o suficiente para cortar escamas de dragões.

O pedido de tal espada viera de um rei humano, que cansado dos ataques de um certo dragão desgarrado dos montes de Athenae, que há meses queimava suas plantações e destruía os vilarejos de seu reino.

O martelo de Karoll batia frenético sobre o minério, fortalecendo-o com o calor do fogo e depois o mergulhando no balde de água gelada e pura do subsolo de Inrrell.

Tal forja podeira demorar semanas até que o ferreiro sentisse que o metal estava pronto para receber a dobra que daria forma à espada. Enquanto não acontecia, ele apenas batia, depois aquecia e esfriava, esfumaçando o interior do vulcão.

O pedido de tal espada veio com um preço caro, tão alto que o rei por pouco não se rebaixou a um feudo dentro de seu próprio reino devido ao preço que ele pagou.

Afundado em dívidas com as fadas e com as tribos élficas, o rei enviou emissários a Gallum Coliseum -- centenas de anos antes de as fadas assumirem as rédeas da Guerra da Expansão até que se fundasse o império cheio de controvérsias que perdura até os dias de hoje -- para solicitar o empréstimo de 2000 peças de ouro, 1000 peças de prata e um rubi de 48 faces.

Um rei próspero tiraria tais valores de seu cofre pessoal, mas não era o caso de nosso fracassado rei, que muito sofreu perdas desde que o dragão fizera de seu reino um adversário.

O metal demorou um mês até alcançar o ponto de ser dobrado e enfim trabalhado para dar forma à espada do jeito que desejava Karoll.

Karoll se debruçou sobre àquela forja e de lá não saiu até que a tão magnífica Espada do Herói não estivesse tão afiada a ponto de cortar até mesmo os raios de sol.

Quando o trabalho terminou, o filho do rei -- dono da espada -- apareceu para realizar o pagamento e receber a encomenda conforme o prazo.

No entanto, encantado com o poder sublime que emanava daquela arma de forja singular, o jovem príncipe -- conhecido como Rudyel C. Neriholdt -- desapareceu nos campos de Meridia.

Diz-se, no entanto, e isto contam os mitos que correram entre os povos do norte de Vastira, que o reino não resistiu aos ataques do dragão e numa tentativa desesperada, o rei em sua última fagulha de esperança correu com seu filho para a tão infame Floresta das Aranhas para clamar ajuda às forças de uma fada caída, mas de lá pai e filho jamais retornaram.

O mestre-ferreiro, Karoll, por fim, disse em um tipo de sonho lúcido no dia de sua morte que "um dia a Espada do Herói retornará a Inrrell quando o mundo precisar de um novo herói".

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Isaac se acostumou muito rápido com a cota de couro costurada com botões de ferro que Bertrand comprou para ele.

O pai de Noah se vestia como um verdadeiro cidadão de alta classe do Império das Fadas. Por sua vez, Mary escolheu um conjunto de capuz de vermelho-escarlate.

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