X A fuga da Rainha Negra

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Era um grupo composto de 50 cavaleiros e de 30 espadachins liderados por Kuska, um cavaleiro de temperamento altivo.

- Vamos com isso, bastardos preguiçosos! - ele gritava, mordiscando um pedaço de pão seco.

O regimento de caça era pequeno, mas o suficiente para cercar o covil da Rainha Negra, o qual ficava entremeado entre rochas e numa enorme raiz de árvore.

A Floresta das Aranhas, antes tão barulhenta com o canto dos pássaros e dos gritos de pequenos animais estraçalhado por aranhas, agora estava em silêncio por causa dos visitantes indesejados.

Os cavaleiros montavam cavalos, lagartos gigantes, avestruzes, dragões terrenos, bodes colossais e leões de caça.

Os espadachins, por sua vez, estavam a pé. Entre eles, alguns usavam um tipo de chapéu quadriculado com bordas arredondadas, equipamento comum para os iniciados da academia militar, outros vestiam a ombreira de platina, dos formandos.

Já os cavaleiros vestiam armaduras branco-acizentadas, com um brasão onde estava desenhada uma águia-pescadora sobre um campo vermelho.

Provavelmente, aquele pequeno regimento era formado de veteranos e de estagiários de algum exército privado.

Eles não eram da guarda da cidade, uma vez que a guarda usava armaduras cor de grafite.

Portanto, tal cerco não era um assunto oficial do Império das Fadas.

No entanto, a Rainha Negra sabia que um dia Kallante -- senhora de Domogoria --, iria cobrá-la de um velho empréstimo.

E por tal motivo é que a rainha de Domogoria, em meio a encantamos e orgia, ordenou a seus espadachins e cavaleiros a captura da bruxa, viva ou morta.

Conta-se sobre Kallante que durante a Crise do Ferro que aconteceu nas Terras do Meio, o reino de Domogoria foi um dos mais atingidos pela escassez mineral que se abateu sobre o continente.

Com centenas de anões e duendes sem emprego, as cidades e vilas foram invadidas de violência e furtos.

A taxa de criminalidade subira e piorou quando Gramoso -- chefe dos bárbaros do rio -- construiu um cerco à Domogoria.

Sendo Kallante velha e doente e uma rainha mestiça que tinha perdido o brilho da magia e do amor, mas que jamais deixara de cortejar sua própria sede de poder.

Foram nas Terras do Meio, à época, portanto, que sua supremacia e estratégias militares se tornaram lendas vivas ao repelir em uma única noite os exércitos de Gramoso com um poder maquiavélico de uma relíquia maldita das profundezas do Mundo.

Testemunhas afirmam que na noite de tal batalha, as luzes do castelo de Domogoria piscavam como olhos demoníacos sobre a cidade.

Logo depois, a velha rainha surgiu entre sua força de resistência vestida com uma poderosa armadura de jóias vermelhas, as quais emanavam um brilho vermelho como sangue e malignas como um diabo.

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Bully, o troll, puxou Freya pelos braços, não com força para serem arrancados, mas, ainda assim, de um jeito bruto, o qual deixou marcas roxas de dedos roxas nos braços finos da jovem rainha.

A Rainha Negra flutuava de um lado a outro dando ordens aos duendes. O troll segurava Freya. E alguns duendes carregavam Noah, que estava adormecido.

- Cedo demais - a bruxa pensava. - Aquela impertinente da Kallante não precisava mandar buscar a minha cabeça. Eu mesma iria levar o artefato depois de concluir com o meu plano.

A golem de carne parou na frente da bruxa, atordoada com a correria.

- Vamos, minha pequena. A gente precisa correr daqui...

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