Capítulo 2 - Flashlight

64 10 2
                                    

Nerissa

Há uma razão para eu evitar cantar perto de Tori e Leh. É porque elas acham que eu sou uma juke box. Se eu canto uma música elas não querem que eu pare mais.

- Não mesmo! - eu digo e cruzo os braços - Eu só cantei porque Emma pediu. E não vou cantar de novo. Nem pensar!

- Para! - Tori diz e me segura pelos ombros - Você canta tão bem! canta só mais uma! Uma romântica, Nissa! Por favor!

- É! - Leh concorda - Canta só mais uma! Canta uma para seu irmão e eu! Pela nossa felicidade!

Elas me olham com cara de cachorrinho que caiu da mudança e eu começo a bater o pé.

- Por que você não canta de novo, Leh? - pergunto - Você também canta bem. Ou podem pedir ao tio Logan e o papai para cantar como fizeram no casamento da Tori!

- Porque eu quero que seja você! - Leh diz e revira os olhos outra vez - Que droga! Pensei que fosse minha amiga!

- Ei! Isso é chantagem! - acuso e Tori ri.

- Vale tudo no amor e na guerra. - ela diz rindo e eu lanço um olhar glacial a ela.

- Estamos em guerra agora? - pergunto mal humorada e vejo Caleb rondando a gente mas não tenho coragem de enfrentar ele nesse momento.

- Não. - Tori responde e me abraça - Mas nós te amamos muito! Então... cante mais uma, por favor!

- Está bem! - concordo mais por medo de se sair do palco e ter que enfrentar Caleb - Eu canto mais uma.

- Oba! - Leyla diz dando pulinhos de felicidade e vai falar com a banda para fazer um arranjo para a música que quer ouvir - Você vai cantar Flashlight de Jessie J, Nissa. - ela me avisa e desce do palco.

Merda, mais uma música emotiva!

- A pedido da noiva eu vou cantar mais uma canção. - digo e limpo a garganta antes de continuar - Peço então que os casais apaixonados se reúnam para dançar esta canção.

Os músicos começam a tocar e eu espero minha deixa. Ao som do piano eu começo a cantar e sorriu ao ver que meus pais são os primeiros a começar a dançar. Conforme a musica avança mais casais se reúnem a eles. Procuro por Emma e ela está nos braços de Caleb e a emoção se apodera de mim outra vez me deixando com vontade de chorar de novo. Ele me olha e sorri como se soubesse de algo que eu não sei e isso normalmente me deixaria louca da vida, mas... no momento isso não importa. tudo que importa é que ele está sorrindo para mim de novo e isso traz luz ao meu mundo outra vez.

Sorrio por trás das lágrimas e seu sorriso fica ainda maior. Minha vontade é de correr para ele e me aconchegar em seus braços como sempre faço quando estamos juntos mas não consigo me mexer. Tenho medo de piscar é ser tudo fruto da minha imaginação. Então continuo cantando e olhando para ele.

Quando começamos a ficar juntos minha mãe me perguntou porque de eu estar assim. Por que eu o amo se mal o conheço. Mas ela não entenderia. Nem eu entendo! tudo que sei é que quando olho para ele e ele sorri como está fazendo agora... eu sei que é ele. Que nunca haverá outro. E ela insiste que mal nos conhecemos. Mas de novo ela está errada. Eu o conheço. Conheço todas e cada uma das expressões dele como se estivéssemos juntos a anos.

É tudo tão intenso... O que sinto por ele é tão intenso que me deixa com medo. Tenho medo de estar repetindo os erros da minha mãe biológica. Medo de estar encantada com um homem e esquecer de tudo a minha volta. Tenho medo disso me destruir. Medo de demonstrar fraqueza e ele me machucar. E eu odeio isso! Odeio sentir tanto medo!

A música finalmente termina e ele está esperando por mim. Tenho que falar com ele.

Contra os protestos de Tori e Leh eu desço do palco com a promessa de cantar mais algumas músicas depois e vou até onde ele está com Emma. Estou temendo, minha boca está seca e eu não faço ideia do que vou dizer a ele.

Caleb coloca Emma no chão e pede a ela que nos dê um momento a sós. Ela assente e corre para onde meus pais estão. Eu engulo em seco torrando meus neurônios pensando no que dizer, em como dizer a ele mas ele estende a mão para mim e me leva para longe da festa.Estou suando muito e o tecido do vestido assim como meus cabelos estão grudando na minha pele. Quando finalmente paramos de andar ele se vira para mime tudo que consigo pensar em dizer é:

- Oi. - falo me sentindo um pouco enjoada mas ele sorri.

- Oi. - ele diz de volta e me puxa para seus braços.

Ficamos abraçados em silêncio e ele beija minha testa.

- Eu já sei sobre o bebê. - ele me diz e eu o olho surpresa - Emma ouviu vocês e me contou o que ouviu.

- Eu... eu... - tento dizer algo mas não sai nada por alguns segundos - Eu juro que não fiz de propósito. - digo por fim e ele sorri.

- Eu sei. - ele diz apenas e me abraça outra vez - E eu não estou bravo ou desapontado com você. Eu estou feliz.

- Mas não estamos mais juntos. - digo e as lágimas me escapam como uma cachoeira - E eu estou sozinha de novo. Grávida e sozinha e é tão assustador! E eu vou ter que enfrentar tudo sozinha outra vez.

- Quem te disse isso? - ele me pergunta secando minhas lágrimas - Eu estou com você, loirinha. Que tipo de homem você pensa que eu sou? Acha que eu deixaria a mãe dos meus filhos sozinha?

Ele se senta na grama á sombra de uma árvore e me puxa para sentar em seu colo. E eu volto a chorar.

- Como assim "filhos"? - pergunto e ele coloca uma mecha do meu cabelo atras da minha orelha antes de responder.

- Eu já considero Emma minha filha faz tempo. - ele diz e deita minha cabeça em seu peito - Como acha que ele ou ela vai ser? Eu queria que fosse um menino loirinho como você para me ajudar a me defender de você e de Emma. - ele fala e ri mas eu estou petrificada.

- Então... - começo confusa - Você me ama de novo?

- Eu nunca deixei de amar. - ele diz e eu começo a ficar irritada com ele.

- Você sabe o quanto eu chorei, seu idiota? - brigo com ele e me levanto com raiva - Achei que não me amasse mais! Você terminou comigo e eu fiquei muito mal! Argh! - falo e só então percebo que falei demais.

- Ficou, é? - ele pergunta me olhando de um jeito doce e eu sei o que ele está fazendo. Está tentando me fazer continuar a falar. - E você descobriu algo durante esse tempo que ficamos longe um do outro?

- Nem pensar! - digo e tento me afastar mas ele já está de pé e avançando sobre mim. Eu estou morta de vergonha pelo que falei mas ele não me deixa ir. - Não vou falar mais nada!

- Você sabe que eu tenho maneiras próprias pra te fazer falar. - el diz sedutor e eu sinto meus joelhos fraquejando um pouco. - Eu posso começar se você preferir desse jeito, mas eu adoraria que você me contasse por vontade própria.

- O que você faz é trapaça! - acuso tentando fugir de novo mas ele começa a beijar meu pescoço e a apertar meu quadril contra si - Não é justo... - tento protestar mas minha voz sai fraca e pouco convincente.

Minha cabeça tomba para trás em seu ombro e ele aproveita a abertura para sussurrar junto ao meu ouvido.

- Diga, Nerissa.. - ele pede num sussurro dando continuidade a sua doce tortura - O que aprendeu? O que está sentindo?

- Eu te amo. - digo me rendendo e as lágrimas voltam - Eu não posso mais viver sem você. Falta um pedaço de mim. Não diga mais aquelas coisas para mim, Caleb. - peço e caio de joelhos junto com ele cobrindo meu corpo - Porque eu não vou aguentar. - as lágrimas parecem rasgar a verdade para fora de mim e é doloroso. Dói muito ver meus muros começar a ruir uma rachadura de cada vez - Eu sei que errei. Fui imprudente eu sei. Mas... Nunca mais me diga nada parecido com aquilo.

- Eu sei que você vai ficar de mal humor pela próxima década depois dessa confissão. - ele fala e beija a minha nuca - Mas eu estou muito feliz que você tenha reconhecido seus erros e principalmente seus sentimentos. E eu não vou mais te magoar. Prometo.

MandonaOnde histórias criam vida. Descubra agora