Capítulo Nove

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Alison Reed:

Duas semanas depois....

Quem diz que cuidar de crianças é fácil é um grande mentiroso! Ainda mais quando as crianças são travessas. É a segunda vez que elas conseguiram me derrubar no chão.

Estou trabalhando no orfanato desde ontem, ajudando alguns funcionários daqui, junto com o Miguel. Desde que chegamos aqui, ele fica no escritório organizando alguns papéis da empresa do Eduardo.

Eduardo está no sítio junto com Rosângela. Percebi em dois dias que Luigi é bem grudado no Erick; eles têm até ciúmes um do outro. Certo dia, ouvi sem querer uma conversa entre Rosângela e Erick.

Não queria ter ouvido, mas Rosângela falou que Luigi disse que em breve a promessa de Erick será cumprida. Perguntou ao filho do que se tratava, e o mesmo riu, dizendo que Luigi falou que quer casar com Erick, e Erick disse que quando Luigi completar dezoito anos, vai pensar nisso. Rosângela chamou o filho de idiota por fazer uma promessa dessas e machucar Luigi no futuro. Ela disse que vai socar Erick.

Naquele momento, saí da cozinha rapidamente e vi o garoto com um sorriso feliz. Já fiquei triste por Erick ter brincado com os sentimentos dele, agora e no futuro.

Mas, fora isso, os filhos do Miguel me amam. Quando me veem, até desistem do pai para brincar comigo. Ou seja, tenho a confiança de alguém da família, então estou perto de fazer todos gostarem de mim.

Também entrei em contato com a clínica da minha irmã, dizendo que vou cuidar do bebê e ser o responsável legal. Me ligue apenas quando a criança nascer para que eu vá até o hospital. Também pedi a um amigo meu para ficar de olho nas coisas, e ele concordou, contanto que eu o deixasse ser o padrinho do bebê com a namorada dele. Eu aceitei.

Ele é um bom amigo e parece animado com a ideia de ser padrinho. Acho reconfortante saber que tenho pessoas de confiança ao meu redor durante esse período.

Além disso, tenho estado em contato com a clínica da minha irmã para garantir que tudo esteja em ordem para a chegada do bebê. Estou ansioso para o momento em que poderei ir ao hospital e receber o novo membro da família.

Enquanto isso, no orfanato, tenho me esforçado para criar laços com as crianças e ganhar a confiança dos funcionários. Parece que estou no caminho certo, especialmente com os filhos do Miguel, que já demonstraram carinho por mim.

A situação com Luigi e Erick é delicada, e sinto que devo estar atento para ajudar da melhor forma possível. É tocante ver o quanto as relações familiares podem ser complexas, mesmo em um ambiente como o orfanato.

Estou otimista em relação ao futuro, tanto em relação à chegada do bebê quanto ao meu papel no orfanato. Acredito que, com o tempo, conseguirei conquistar a confiança de todos ao meu redor e construir relações significativas.

*************

Saí dos meus pensamentos quando terminei de levantar e arrumei minha roupa. Foi então que escutei uma risada.

— As crianças te pegaram de novo! — exclamou Arnold, soltando a risada mais escandalosa possível. — Sempre fazem isso com os novos funcionários. De sorte que só usaram corda quando entrei; quiseram usar giz de cera na minha jaqueta.

— Sério, o que vocês dão pra elas comerem? — perguntei enquanto pegava a corda que as crianças usaram. — Até os mais velhos me derrubaram.

— É para ver se você vai dar conta desse trabalho — respondeu Arnold, estalando a língua, e o encarei. — Pois você não percebeu que todas essas crianças se veem como uma família e têm que mostrar que não têm medo de um indivíduo que veio do nada para proteger a família.

Memórias Do seu Coração (MPreg) | Livro 1.5 - de amores perdidos e encontradosOnde histórias criam vida. Descubra agora