Pietro Martins Reed:
Meus pais são adoráveis; não há como discordar. Deixe-me apresentar oficialmente: sou Pietro Martins Reed, o Reed Segundo, como meu pai Miguel gostaria que ficasse gravado. Esse foi o nome que escolheram antes de partirem para a lua de mel, e agora posso usá-lo na escola. Posteriormente, revisaremos os demais documentos, assim como faremos para os meus irmãos mais novos.
Voltemos a mim: tenho cabelos ruivos e fui adotado há alguns meses pelo meu pai Miguel, proporcionando-me uma grande e acolhedora família. Nunca tive a chance de conhecer meus pais biológicos, mas sinceramente, não tenho interesse nisso. Houve uma época, aos doze anos, em que alimentava a ilusão de que eles surgiriam e me levariam para formarmos uma família feliz. No entanto, com o tempo, abandonei essa ilusão imatura.
Ao longo da minha vida, passei por diversos lares adotivos e orfanatos, sempre sendo encaminhado para novas famílias à medida que envelhecia. As escolas em que estudei foram palco de sofrimento, enfrentando bullying por não conhecer minha família biológica, por nunca permanecer em um lugar por muito tempo e até por minha timidez, que me tornava alvo fácil para os valentões.
Mas chega de falar do passado; vou contar um pouco sobre o que aconteceu comigo enquanto meus pais estavam em lua de mel.
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Após meu tio Eric me deixar na escola, é quase engraçado como ele é muito cabeça dura. A cada sinal, o vi pegando o celular e começando a escrever uma mensagem de texto, apenas para apagar. Isso aconteceu umas seis vezes. Segundo o que ouvi de meus tios, ele é meio teimoso. Mesmo quando meu avô, pai e tio disseram que o ajudariam a comprar um carro adaptado para ele, fez uma cena enorme. No entanto, minha tia Rosângela conversou com ele e o fez mudar de ideia.
Ele me deixou na escola, e ao atravessar o portão, já sinto nervosismo, como toda vez que entro na escola, temendo que alguém venha me provocar. Não consigo evitar, pois isso sempre acontecia na escola anterior ou em qualquer outra que eu frequentasse. No momento em que eu punha o pé na antiga escola, iniciava-se o inferno em minha vida, me forçando a ficar em alerta constante.
Olhei para o campus e me admirei com o tamanho enorme dessa escola. Ao dar o primeiro passo, senti uma mão em meu ombro e me virei bruscamente. Mesmo após um certo tempo estudando aqui, ainda fico arisco e desconfiado em relação ao toque dos outros alunos.
— Calma, aí! — A pessoa disse, levantando a mão em um sinal de rendição. — Não, conhece o seu melhor amigo."
Levantei a cabeça com um sorriso de desculpas surgindo, enquanto olhava para Trevor, que tem o mesmo tamanho que eu, só que com muitos músculos e gosta de futebol. O grupo de amigos dele veio logo atrás.
Atrás deles, meus outros dois amigos acenaram e me estenderam um pouco do que estavam comendo.
— Desculpa, você sabe como eu fico com alguém vindo por trás — Falei, e Trevor assentiu. — Oi, pessoal.
— Desculpa — Trevor Murmurou.
— Claro, que sabemos — Layne disse e pegou a garrafa d'água.
— Você deveria entrar para as aulas de luta da Layne — Gabriel disse, terminando o sanduíche.
— Iria ser fantástico — Layne disse animada. Às vezes, é estranho com ela e o Gabriel sendo irmãos gêmeos com personalidades distintas; lembro que Layne gosta de lutas, enquanto o irmão é mais ligado a coisas envolvendo computação. — Faça isso, preciso de uma dupla. A última quis sair das aulas.
— Claro que iria sair, você acabou com a sua parceira na última aula, que a mesma até desistiu de participar — Gabriel disse, e Layne o fuzilou com os olhos.
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Memórias Do seu Coração (MPreg) | Livro 1.5 - de amores perdidos e encontrados
RomanceComo falar de Miguel Martins, um rapaz incrivelmente bondoso e amado por todos que o conhecem? Ele foi criado por Eduardo Martins, um homem nobre que teve um passado conturbado, mas nunca o revelou ao filho. No momento em que Miguel soube do que se...