Capítulo Vinte e Dois

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Miguel Martins:

Posso dizer com toda certeza que o Alison está completamente nervoso ao segurar uma bebezinha nos braços, a Elsie. Ele não queria segurar a criança com medo de que sua mão pudesse esmagá-la, mas a enfermeira já a havia entregue. Alison pegou a menina e a abraçou. Só pela expressão dele, devo dizer que ele estava em dúvida com tudo, conseguia sentir o desespero dele ao olhar para as mãos desajeitadas enquanto abraçava a criança.

Olhando para ele assim, acabei sorrindo.

— Oh meu Deus, olhando dessa maneira, parece que ela gostou do jeito que está segurando e se parece com você. — Falei.

Alison, surpreso, olhou para a pequena Elsie nos braços e sorriu timidamente. A conexão instantânea entre os dois era visível, mesmo com a ansiedade inicial dele. A expressão nervosa deu lugar a um brilho nos olhos, revelando um amor instantâneo e incondicional. Mas não posso culpar ele por ficar nervoso minutos antes, o corpo da menina era menor que o seu antebraço e a cabeça menor que o punho. Seus olhos, nariz e boca estavam firmemente colocados naquele pequeno rosto.

A enfermeira, ao testemunhar o momento, comentou alegremente:

— Parece que vocês já têm uma ligação especial, não é mesmo?

Alison, ainda sorrindo, concordou, sentindo uma mistura de emoções que só a chegada de um novo membro à família poderia proporcionar. Ele então levantou o olhar para minha direção, que estava observando de uma distância respeitosa. Com um sorriso, ele acenou para mim, convidando-o a se aproximar.

— Miguel, venha cá. Você também é a família dela — Alison disse com entusiasmo, enquanto Elsie repousava confortavelmente em seus braços. Curioso e sorridente, me aproximei rapidamente.

Alison, me apresentar Elsie, não conseguindo conter a felicidade ao dizer:

— Esta é a pequena. Elsie, conheça o Miguel. — O brilho nos olhos de Alison refletia a alegria de compartilhar aquele momento único com a pessoa que amava. Estava emocionado, estendendo cuidadosamente um dedo para acariciar a bochecha delicada de Elsie. — Você vai ter três irmãos que vão te amar muito assim como tios e um avô.

Elsie piscou lentamente seus olhos grandes e apertou a boca pequena. Alison olhou fixamente nos olhos da menininha, como se buscasse decifrar os mistérios e encantos contidos naqueles olhares inocentes. A troca silenciosa entre os dois criou um vínculo especial, um momento mágico que selava o início de uma jornada compartilhada. Isso me fez soltar uma risadinha ao olhar para ele.

— Pode dizer mais uma coisa para a câmera — falei, pegando o celular e começando a gravar a cena. Alison percebeu o que estava dizendo e sorriu timidamente.

— Olá, Elsie, eu sou o papai. — Alison disse, e notei que sua voz, referindo-se a si mesmo como 'pai', tremia sutilmente. A menina piscou os olhos grandes e franziu os lábios, como se respondesse ao chamado do pai.

Vendo isso, fiquei comovido por perceber que ele se tornou o pai dessa criança e como adorou isso profundamente. Alison olhou para aquela garotinha e a abraçou gentilmente.

O momento era tocante, e a ternura que emanava da cena era palpável. Alison, segurando Elsie nos braços, continuou a expressar seu carinho.

— Prometo te proteger, pequena Elsie, e te amar incondicionalmente. Você é a alegria dos nossos dias — disse ele, dirigindo suas palavras à filha recém-chegada. Sua voz, agora mais firme, carregava um compromisso genuíno e uma promessa de cuidado eterno.

Elsie, mesmo sem entender completamente as palavras, parecia responder com um sorriso suave, como se sentisse a vibração do amor no tom reconfortante do pai. A gravação capturou não apenas um momento singular, mas o início de uma jornada repleta de laços familiares e lembranças preciosas. Eu, observando tudo, senti-me privilegiado por testemunhar a beleza desse novo capítulo na vida de Alison e Elsie.

Memórias Do seu Coração (MPreg) | Livro 1.5 - de amores perdidos e encontradosOnde histórias criam vida. Descubra agora