Capítulo Trinta e Um

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Alisson Reed:

Ri ao ver a expressão desesperada no rosto de Thomas enquanto observava Arnold se locomover de um ponto para outro na loja de artigos para bebês no shopping. Arnold estava pegando várias coisas unissex, e estava utilizando Miguel e Pietro como seus carregadores pessoais.Enquanto eu me divertia com a cena, Thomas tentava disfarçar seu desconforto, mas era evidente que a situação o incomodava. Arnold, por outro lado, parecia completamente alheio às reações dos outros, concentrado em sua busca por itens essenciais para o bebê que estava a caminho.

Miguel e Pietro, sob o peso das compras, lançavam olhares cúmplices e trocavam risos nervosos, como se estivessem se perguntando como haviam se tornado os assistentes pessoais improvisados de Arnold. A cena se desenrolava com um misto de humor e constrangimento, transformando a simples ida às compras em uma experiência inusitada.

Enquanto isso, outros clientes e funcionários da loja observavam a cena com curiosidade e sorrisos discretos, criando um ambiente descontraído e inusitado naquele cantinho da loja de bebês. Thomas, apesar de sua expressão inicial de desespero, acabou cedendo à situação e, no final das contas, todos nós compartilhamos algumas risadas enquanto ajudávamos Arnold a escolher os artigos para o novo membro da família.

— Se prepara, ele vai comprar muitas coisas — disse, batendo no ombro dele. — Você sabe que ele quer dar o melhor para o bebê, e ainda fica surpreso que ele está pegando um monte de roupas.

— Mesmo assim, não consigo evitar — respondeu Thomas, olhando para mim. — Ele quer que não falte nada para o bebê.

— Claro que ele vai querer — falei, e Thomas sorriu. — Só falta o casamento de vocês dois sair de uma vez, pois já estão comprando os ternos para o casamento.

— Isso vai acontecer em breve — disse Thomas. — E você e o Miguel, afinal, os filhos dele vivem perguntando quando poderiam te chamar de papai, e ainda tem a Elsie que trata o Miguel como pai já.

Fiquei calado, pois venho pensando nisso, só não sei como pedir Miguel em casamento. Afinal, faz só seis meses que estamos namorando, e imagino que ele poderia achar que estou apressado demais, mesmo que já veja um futuro com ele e as crianças.

— Vou refletir sobre isso — disse, tentando conter a mistura de sentimentos. — Quero ter certeza de que não estamos avançando rápido demais.

— Eu acho que não estão, afinal, moram na mesma casa, namoram, você faz parte da família dele praticamente. Os três filhos dele te amam como um pai, e sua sobrinha, que você adotou como sua filha, ama o Miguel e já o vê como pai.

— Você está certo em relação a essas coisas — confirmei, e ele sorriu como se estivesse certo em concordar consigo. — Mas mesmo assim, vou ponderar cuidadosamente sobre tudo, especialmente em relação ao pedido de casamento.

— Pense bem, porque em breve estaremos celebrando meu casamento e o do Arnold, e logo depois o nascimento do nosso bebê!

— Pode deixar! — confirmei sua afirmação. — Agora, é melhor socorrer o Miguel e o Pietro com as montanhas de roupas que o Arnold pediu para ambos carregarem!

Olhamos novamente para os três, e percebi que Pietro e Miguel estavam à beira do colapso sob o peso das inúmeras roupas que carregavam. Era literalmente uma montanha de tecidos se dirigindo a eles, e rapidamente fomos ajudar, pegando um pouco da carga. Ambos sorriram agradecidos.

— Arnold, não acha que é muita coisa? — questionou Thomas. — Já são roupas demais, e o bebê nem nasceu! Podemos comprar mais coisas quando ele nascer!

— E também precisamos comer! — acrescentou Pietro, falando baixinho, mas conseguimos ouvir.

Ele faz parte da família e já nos conhece, mas ainda é tímido como de costume. Não gosta de se abrir com as pessoas da casa ou com os outros, então é um verdadeiro desafio entender o que ele quer às vezes, pois raramente fala conosco.

Memórias Do seu Coração (MPreg) | Livro 1.5 - de amores perdidos e encontradosOnde histórias criam vida. Descubra agora