Capítulo 5◇

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-droga de bexiga, droga de bexiga

Escuto alguém se movendo ao meu lado na cama, abro bem devagar os olhos a tempo de vê uma mollie ainda dormindo entrando no banheiro,certeza que ela ainda ta dormindo pra andar daquele jeito,igual um pato desengonçado sem rumo. Olho para o criado mudo perto da cama e vejo que ja se passa das dez horas da manhã, levanto o braço esquerdo na tentativa de colocar sob meus olhos e sinto uma dor aguda, me levanto sentando na cama e olhando para o ferimento que tava ali.

-ai, droga!-Passo a mão em cima e afasto um pouco o curativo pra vê se tava pior que há dois dias atrás, ao redor ainda estava avermelhado e lateja quando tento fazer movimentos simples, como o de agora pouco. Disseram que foi uma bala de raspão que por pouco,bem pouco, não acerta o ombro em cheio "menina de sorte" pensei revirando os olhos na frase infeliz de um dos médicos que estava com a equipe de cirurgia, coloquei a alça do pijama novamente no lugar, tomando cuidado para não machucar mais do que ja tava,ouço a descarga e vejo a porta se abrir. E ali estava a mollie com seu pijama do bob esponja, nem me dei conta de que tava rindo, até ela chegar perto e se sentar ao meu lado me repreendendo.

-vai, pode sorrir,não é nada engraçado você não ter controle da própria bexiga. Uma hora ainda vou fazer xixi na rua.

-oh loli ,não seja tão dramática.

-me lembre de te dizer o mesmo quando você estiver grávida,e lembrar que é só um "drama".

Rir do bico que ela fez e se levantou da cama, e foi pra penteadeira se sentou a frente do espelho e começou a escovar seus cabelos loiros com cuidado.

- Não tá mais aqui quem falou -levantei as mãos em rendição e fui em direção ao banheiro.

-acho bom - falou quando passei por ela.

-Estou pensando em voltar para o hospital hoje a tarde, talvez estejam precisando de mim por lá e ja estou me sentindo melhor

- hum-rum e que mal pergunte -disse aparecendo na porta do banheiro escovando as pontas dos cabelos, enquanto eu escovava os dentes - o que uma médica ainda em recuperação, e com um ferimento de bala-apontou com a escova para meu ombro- e que nem pode levantar o braço direito - falou percebendo a careta de dor quando tentei mover um pouco o braço - pode ser útil agora? Saiu da porta e voltou para penteadeira enquanto eu terminava de lavar o rosto e fazia meu coque com muito cuidado para não movimentar muito o braço e saía do banheiro enxugando o rosto.

-certo, posso até não ser útil na ala de emergência, mas posso cuidar da administração, que aliás -digo sentando na cama - eu sempre dou uma olhada.

-sim, eu sei, mas você não acha que o certo seria se recuperar para depois voltar a fazer tudo isso? Até porque realmente Megan, está tudo bem por lá. Ontem eu perdir as contas das ligações que você fez pra lá- Vi ela amarrar o cabelo em um rabo de cavalo alto.

-mas...

-E você deveria deixar eles fazerem o trabalho deles, que é uma coisa impossível com você ligando de quinze e quinze minutos.- me olhou pelo espelho - e aproveitar um pouco desse descanso para se recuperar e se dá uma folga daquele hospital - girou no banco ficando de frente pra mim - ja faz dois anos megan - percebi na voz dela um tom de compaixão - você precisa disso , precisa descansar, todo mundo sabe sua dedicação por aquele hospital, e confie em mim quando digo que eles estão bem. So deixe fazerem o trabalho deles.

Dei um suspiro longo e derrotado, realmente eu estava precisando de descanso e não tava na melhor forma de ajudar ninguém.

-tudo bem, mas não pense por um instante que eu não irei lá hoje, mesmo que seja para... para.. - procuro algo que eu possa dá uma boa desculpa

A FILHA DO GENERALOnde histórias criam vida. Descubra agora