Os últimos dias tem sido uma verdadeira correria. Eu acordo cedo e vou direto para a loja, me enfiar dentro daquele porão. Vou admitir, não tem sido uma tarefa fácil, então tive que fazer um planejamento para ver onde todas aquelas caixas se encaixam ou se dentro delas tinha algo de útil.
Nesse exato momento eu estou de frente a uma caixa gigantesca que deve chegar até o meu peito. Fico meia hora pensando o que teria lá dentro e no final, acabo cedendo a curiosidade. Pego o gilete e abro a parte de cima, torcendo para não ter algo podre dentro. Mas para a minha surpresa, depois de tirar uma porção de panos da parte de cima, descubro que dentro da caixa havia um aparelho de Junkbox não tão velho. A máquina era de uma madeira meia avermelhada com os detalhes em dourado. Eu nunca tinha visto um de perto, só nos filmes que falavam da velha guarda.
Com uma lampadazinha em cima da minha cabeça, uma ideia brotou na minha mente. E como se atendesse meu chamado, Ana entra dento do porão com seu ( quero dizer, com o meu) clássico copão de café.
--- Toma, você vai precisar de energia.--- Ela fala estendendo o copo, ao qual eu aceito com todo gosto. Nos últimos dias as antigas barreiras de desconfiança foram sendo deixadas de lado. é claro que ainda não nos conhecíamos bem, mas depois de um mês trabalhando aqui, criamos meio que um vinculo de: Entrega café, devolve café. Entrega café, devolve café.
Já era um avanço não é mesmo?
--- Vocês tem um Junkbox?--- Falo, com uma empolgação acima do normal.
Ana estranha a pergunta repentina e segura o riso, comprimindo os lábios.
--- Sim, mas não usamos faz muito, muito tempo.--- Ela fala cruzando os braços.--- Antes de vender Cd's meu pai usava para embalar a loja com os disco de Vinil. Tinha algumas pessoas que só vinham por causa da música.--- Ela sorri, com os olhos distantes.
--- Por que vocês pararam? Você disse que as pessoas vinham só para ouvir.--- Me aproximo um pouco, fazendo Ana encolher os ombros.
--- Bem...-- Ela olha para as paredes como se procurasse por uma desculpa.--- Depois da morte da minha mãe ele meio que... parou com isso.--- Ela um sorriso sem graça e vira o rosto.
Fecho os olhos, tentando amenizar a minha vergonha. Droga Eduardo, você tinha que insistir no assunto não é, idiota?
--- Caramba, Ana, me desculpa eu não queria...
--- Não, tudo bem!--- Ela sorri de lado, mas mesmo assim, me sinto horrível.--- Você não sabia. E também não é um assunto proibido.
Coço a nuca ainda sem graça pelo comentário. Eu até esqueci o que queria falar sobre o Junkebox e antes que eu pudesse falar mais alguma besteira meu telefone toca, me fazendo tomar um leve susto. Ana indica com o dedo que vai sair para eu poder falar e eu só consigo concordar antes da minha atenção ser completamente desviada para o nome de Emily piscando na minha tela.
Fico tão nervoso que o celular quase despenca da minha mão. Atendo a chamada quase sem folego.
--- Emily? Oi!!--- Passo as mãos no cabelo como se ela pudesse me ver de verdade. Obviamente, eu não estou tão apresentável assim. Ao ouvir o nome de Emily, Ana se vira com uma expressão engraçada no rosto. Em vez de ir embora ela se aproxima de mim sussurrando '' É ela?'' e começa a observar a nossa conversa. O que que ela está fazendo?
--- Connor? Connor? Você está ocupado? Já repeti a pergunta umas três vezes e nada.
--- NÃO, não! Não to ocupado não, só estava ajeirando umas coisas aqui na loja...--- Falo me afastando um pouco, por que Ana insiste em se aproximar de mim para escutar a conversa.--- Pode falar, aconteceu alguma coisa?
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O Perfeito Amor Verdadeiro
Любовные романыConnor só tem uma certeza absoluta: Ele tinha encontrado a garota perfeita. Depois de cincos anos de amizade e de um amor secreto por Emily, Connor decide que é hora de falar tudo o que há em seu coração. Porém, o destino o leva para um outro caminh...