Liberdade

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--- Você perdeu totalmente o juízo.

Estou em casa, fazendo uma vídeo chamada com Murilo. Ele não esperou nem 48 horas para dizer o quanto a faculdade o está matando, isso só por causa da grade. As aulas nem começaram. 

Como ele iniciou a conversa sobre Emily, decidi contar toda a verdade. Apenas ele e a ruiva sabiam de fato toda a historia e isso em deixou mais leve,  falar a verdade era libertador. 

--- O que eu podia fazer era a unica saída.--- Falo, ajeitando o a câmera.

--- Não, a unica coisa que deveria ter feito era ter falado com ela no dia do baile!--- Ele balança a tela como se fosse os meus ombros.--- Sério, quantas vezes brasileiros fazem bailes? Você perdeu a unica oportunidade. Você é muito idiota.

--- Ok, muito obrigado pelos incentivos.--- Falo, um pouco incomodado.

--- A verdade doi meu amigo.--- Ele fala bebendo um pouco de coca. Pelo menos a está seguindo as ordens da mãe. --- Mas como você convenceu a garota a te deixar ficar na loja?

--- Na verdade, eu fui obrigado.--- Murilo não entende nada.--- Ela me contratou para limpar um porão imundo em troca de me deixar manter a história para Emily. Eu tive que aceitar.

Olho para o relógio e confiro as horas, antes das oito minha mãe vai bater na porta do meu quarto, faz parte da rotina dela. É melhor eu me despedir de Murilo, não quero correr o risco dela escutar algo.

--- Agora eu acho que ela perdeu o juízo.--- Ela lança a latinha de refri no lixo e comemora a cesta.--- Você poderia ser muito bem um assacino em série.

--- Ok, boa noite Murilo.--- Tiro o notebook do colo e coloco as sandálias para ir a cozinha.--- Você está destruindo a minha alto estima.

--- Como se você tivesse uma! --- Ele começa a rir da minha cara e eu fecho a aba de conversas. É mole? Meus amigos só me detonam.

Saio do quarto e vou direto para a cozinha. Meu quarto ficava no segundo, perto do da minha mãe, já a cozinha e a sala ficavam no andar de baixo.

Antes que eu chegue de fato, o cheiro de carne fez o meu estomago se revirar, minha mãe era tão boa cozinheira quanto motorista. Nesse segundo, ela deixava qualquer um no Chinelo, ela que me ensinou tudo o que eu sei. " Não precisa ligar para o seu pai, eu mesma te ensino. Sou muito boa no volante" Me lembro das palavras  dela como se fosse ontem, embora que eu e ela soubéssemos que eu jamais ligaria para ele.

Quando chego na porta da cozinha ela  se vira rápido para me ver.

--- Ah filho, voce ta ai? Eu já ia subir para te chamar.--- Ela fala, picando alguns temperos para por na salada.--- Quer assistir algum filme? Chegaram alguns na Netflix... --- Ela coloca a travessa com a salada em cima da mesa, colocando as mãos nos quadris.

Mesmo já tendo lá os seus quarenta e poucos anos minha mãe estava muito bem para a idade dela. Os cabelos negros tinham um volume de dar inveja em qualquer um e mesmo com as linhas de expressão, seu rosto tinha uma luz e suavidade que conquistava as pessoas. Como meu pai conseguiu deixá-la? Ela era o melhor ser humano que eu conhecia, e o fato dele ter preferido nos trocar por outra mulher, isso.... isso me deixa com ódio.

--- Ed? Meu filho, o que houve?

Vou até ela é dou um forte abraço. Ela fica sem entender, mas me envolver mesmo assim, alisando minhas costas.

--- A senhora sabe que eu te amo, não sabe?--- Como sou mais alto, minha voz fica abafada pelos cabelos dela.

--- É claro que eu sei querido.--- Ela me abraça mais forte.

O Perfeito Amor VerdadeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora