Dividida entre dois caminhos (Por Ana)

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Um dia de folga.

Eu até resisti no começo. Mas depois de passar a noite inteira revendo números, meu pai praticamente me obrigou a passar o dia na casa de Nathalia. No final das contas, foi até legal. Atualizamos todos os episódios de Brooklyn Nine-Nine e pude me divertir com ela contando tudo os acontecimentos do leilão. Até meu telefone vibrar mais uma vez e, mais rápido do que o normal, e o pegar para responder mais uma mensagem de Eduardo.

Sério, aquele garoto as vezes se achava demais. Ainda não acreditava que ele conseguiu meu número e o pior, a primeira mensagem que ele manda é para se exaltar. Mereço.

Dessa vez a mensagem tinha um cunho diferente. Fico curiosa quando leio a mensagem '' Como faço para sair de uma situação complicada?''. Será que ele estava com problemas? Ás vezes, por alto, Eduardo citava o pai e dava para perceber que ele não tinha um bom relacionamento com ele. Mas decido levar um pouco de bom humor, caso ele precisasse. Digito '' Corre'' e clico no botão enviar. Sem que eu percebesse, Nathalia arrebata o telefone das minhas mãos logo após.

--- Ei! --- Protesto, tentando tomar de volta mas ela é muito mais rápida.

--- Fica quietinha ai!--- Ela aponta para o sofá e acabo por desistir. Ela não iria devolver mesmo--- Com quem você está conversando para ficar com esse sorrisinho na cara?--- Ela começa a futucar no meu telefone e eu levanto as mão para o rosto.

--- Sorrisinho? Que sorrisinho?--- Nathalia ergue as sobrancelhas. Se eu pudesse ler seus pensamentos com certeza ela estaria estaria escrito '' Tá pensando que engana quem?''

--- Tá pesando que engana quem?

Não disse?

- Não é nada disso que você está pensando!--- Digo, levantando em sua direção.- Ele é meu amigo, está me ajudando na loja.

Nathalia não se da por satisfeita até ler toda a conversa. O que não era muita coisa, mas assim que termina a sua análise, ela volta seus olhos curuosos para mim.

---Como é que esse garoto apareceu na loja?--- Ela me devolve o celular e imediatamente o enfio no bolso.--- Vocês não estavam contratando...

Suspiro. Essa era uma história que necessitava de tempo. Me dou por vencida e conto os detalhes para Nathalia principalmente da chegada de Eduardo na loja e todo o lance com a garota loira. Em alguns momentos Nathalia ri de se acabar e em outros ela arregala os olhos como se fosse um filme de ficção. No final de tudo, ela fala:

--- Não acredito que esse tal de Eduardo praticamente roubou um emprego para agradar uma garota!- Ela cobre a boca para esconder a risada.--- Olha,não é todo dia que a gente vê essas coisas!

--- Eu sei bem disso.--- Me aconchego na cadeira, abraçando a almofada e Nathalia me acompanha com o olhar.

--- Mas porquê você aceitou ele na loja?--- Ela estreita os olhos. Nathalia vinha dotada de uma paranoia que as vezes me dava nos nervos. Ela não deixava passar nada.

--- Hein??--- Me faço de tapada, tentando fugir da pergunta.

--- Você Ana, porque deixou ele ficar na loja em vez de dizer a verdade a outra menina?--- Ela se vira para mim por completo, de repente curiosa. Claro, ela já tinha sacado a minha tentativa de fuga.

Agarro a almofada com mais força. Eu ainda não sabia direito o porquê eu tinha simpatizado com Eduardo logo de cara. Não vou negar que o rosto ajudou um pouco. Mas eu já tinha achado outros garotos bonitos e não tinha agido da mesma forma. Acho que quando eu o vi todo indeciso e desesperado por ajuda... Eu... Eu não sei! Uma chave virou em mim e eu só fiz o que fiz. Agora estamos nós dois como parceiros de negócios enquanto ele luta por outra garota.

O Perfeito Amor VerdadeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora