𝐭𝐰𝐞𝐧𝐭𝐲°

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ZAYN

Ele precisava me olhar? Não, mas fez.

Quando terminei de calçar minhas botas e me vestir com as roupas de Harry, que por um caso ficavam bem em meu corpo, sai do banheiro.

Eu não queria que Liam ainda estivesse ali, mas ele estava, deitado na cama de barriga para cima, mexendo no celular, eu não esperava mais nada do que isso.

Como parecia entretido com o que assistia na tela tentei andar até à porta do quarto em bico de pés, ainda que de um jeito torto por conta da tontura, me sentindo como em Missão Impossível.

Só que de fato foi uma missão impossível.

— Pode parar de se envergonhar. – parei e bufei, me virando em sua direção.

— Não fala pra mim. – exigi rude, fazendo um barulho com a língua no céu da boca em seguida. — Por causa de você eu tô todo dolorido. Não consigo nem pensar e nem andar direito. – repreendi furioso e sem paciência.

— Não me culpa, eu não te forcei a nada. E sinceramente, eu preferia você bêbado, não era tão irritante. – comentou grosso, revirei os olhos.

— Eu não dou a mínima para o que você acha de mim ou deixa de achar. – falei e peguei a maçaneta.

— Eu se fosse você não saía sem mim. – avisou quando comecei a girar o objeto.

Estava pronto para perguntar porquê, mas depois parei pra pensar, eu não conhecia a fraternidade e muito menos sabia onde meus amigos estavam.

Suspirei, derrotado e frustrado por lhe dar razão, olhando para Liam novamente e me aproximando, me sentando no canto oposto da cama.

— O que está fazendo? – perguntei, só porque sim.

— Nada que te interesse. – respondeu, deixando o celular de lado.

Mesmo não vendo a sua face, já que estávamos se costas um para o outro e eu apenas o encarava minimamente, pude jurar que ele revirou os olhos.

Um silêncio se formou durante incontáveis minutos, desta vez até que o mesmo não era tão ruim e desconfortável assim, apenas era audível a música do exterior e as nossas respirações.

Acabei por deixar meu tronco cair para trás, fazendo com que eu me deitasse e ficasse com a cabeça no mesmo nível que Liam, apenas de ponta cabeça.

Lembrei das cenas dos filmes, a diferença é que a gente não se ama, muito pelo contrário, a gente se odeia.

— E Sophia? – disse sem nem perceber.

— O que tem ela? – indagou confuso e cenho franzido, virando a cabeça para o lado, me encarando enquanto eu continuava focado no teto.

— Você deixou ela lá. – falei, bocejando seguidamente, sentindo a dor de cabeça voltar, dessa vez com menos força.

Ele deu de ombros, logo notei o colchão descer e subir, Liam tinha se ajoelhado e sentado em suas panturrilhas.

Percebi isso, pois a visão que eu tinha do teto foi ocupada pela cara do castanho, me observando ao contrário.

Ficámos assim por algum tempo até que o mais novo se aproximou, desviei o olhar para sua boca rapidamente antes de voltar a encarar os seus olhos.

— Não se meta entre mim e Sophia. – falou com um sorriso irônico.

Beijou minha testa, dando dois tapinhas em minha bochecha em seguida, se afastando e levantando da cama.

O quê que acabou de acontecer.

Me encontrei estático, processando o que tinha acontecido, e só então me levantei e o vi me esperando na porta.

— Vamos encontrar os outros. Vem antes que eu mude de ideia. – explicou,  de braços cruzados e maxilar travado.

Eu não entendo...

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[𝘩𝘪𝘢𝘵𝘶𝘴] 𝙟𝙪𝙨𝙩 𝙤𝙣𝙚 𝙥𝙝𝙤𝙩𝙤 𝙥𝙡𝙚𝙖𝙨𝙚? •𝐳𝐢𝐚𝐦Onde histórias criam vida. Descubra agora