[𝘩𝘪𝘢𝘵𝘶𝘴] 𝙟𝙪𝙨𝙩 𝙤𝙣𝙚 𝙥𝙝𝙤𝙩𝙤 𝙥𝙡𝙚𝙖𝙨𝙚? •𝐳𝐢𝐚𝐦

𝐟𝐢𝐟𝐭𝐲°

02:11pm

Liam já tinha parado em frente à minha residência, logo não demorei para pegar minhas coisas e abrir a porta do carro, pronto para me retirar.

Contudo me lembrei de uma coisa.

— Idiota... – chamei, meio que já havia se tornado o nome dele, não era mais uma ofensa. — Posso te fazer uma pergunta?

— Já está fazendo uma. – respondeu brincalhão, rindo de leve.

— Duas? – entrei no jogo, acompanhando o riso, o vi assentir. — O que você quis dizer com "Ainda mais quando tem outro alguém..."? – perguntei com um volume baixo, tentando preparar meu psicológico para a resposta.

— Isso... – pude assistir suas bochechas esquentarem apesar de sua face continuar minimamente avermelhada das lágrimas.

Fiquei esperando ele continuar, porém o mesmo apenas olhou para o lado, se recusando a responder.

Foi o necessário para eu entender.

— Okay... Eu gostei do dia de hoje. – mencionei, sorrindo pra ele e desviando do assunto incômodo.

— Eu também. – admitiu, ainda mais envergonhado do que antes, me lançando uma curta olhada. — Desculpa por todas as vezes que te tratei mal. – pediu rapidamente assim que eu coloquei um pé no asfalto.

De certeza que ele não continua bêbado?

Dirigi minha atenção a Payne, estaria mentindo se dissesse que não fiquei pasmo quando ouvi aquela fala.

Ainda não estou acostumado a esse Liam.

— Está desculpado. – afirmei após pensar durante alguns segundos, junto com um mínimo aceno de cabeça.

Observei o mesmo me agradecer somente gesticulando com os lábios, soltei um último sorriso antes de sair do veículo.

Após bater a porta caminhei até a entrada de minha casa, pegando a chave do bolso da mochila e a colocando na fechadura, abrindo.

Sentindo o olhar do garoto sobre mim me virei, acenei com a palma de minha mão, o vendo retribuir o ato e sair dali.

02:25pm

Eu sei que a casa tem mais divisões, porém mais uma vez estava fechado em meu quarto, deitado na cama.

Me permiti recordar do que ocorreu nessa madrugada, da maneira que a gente dormiu, abraçado um no outro.

Sentindo o calor de seu corpo contra o meu, sua grande mão entrelaçada na minha, me apertando como se quisesse me impedir de fugir.

Seus grunhidos enquanto se encontrava adormecido, do modo mais pleno e sereno que já vi, um anjo.

Sem esquecer o contacto de seus lábios húmidos contra meu pescoço, nunca me senti tão entregue a um simples gesto.

Não tenho estruturas.

Por um momento a nossa conversa me passou pela mente, na qual Liam contava toda a história por trás de sua bebedeira.

O que me fez lembrar de que ele estava namorando Sophia, por mais que aparentemente não a amasse.

Pela forma que o castanho falava parecia que agora estava preso a ela, sobretudo devido às empresas de seus pais.

— Ou seja, eu vou acabar de lado. – concluí meu raciocínio em voz alta, olhando pela janela.

Outro alguém, eu podia ser burro e lerdo às vezes, mas por mais que tentasse arranjar outra explicação, não era capaz.

Payne estava se referindo a mim.

Claro que eu queria que ele sentisse por mim o mesmo que eu sinto por ele, por mais que eu permaneça sem entender ao certo meus sentimentos.

Contudo não era apenas por isso que eu pensava que estava falando de mim, somente tudo indicava esse facto.

Liam não iria confessar isso tão cedo, ele precisava de um empurrão e eu estava determinado a empurrá-lo.

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