Capítulo 17

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Anastasia Steele

Quando acordei, estava sozinha em uma cama enorme, em um quarto que nunca vi antes. As pesadas cortinas foram fechadas e estava um pouco escuro, mas eu podia ver que era um quarto grande, com teto alto e móveis espaçados.

Sentei-me e ouvi atentamente.

Nada.

Estava tudo quieto. Sem música. Sem som de atividade humana.

Eu realmente não deveria ficar com medo, mas como eu não tinha ideia de onde estava e me sentia desorientada, fiquei, de repente, petrificada.

Como cheguei aqui? Quem me trouxe aqui? Qual era sua intenção? Eu era prisioneira de alguém?

O medo mudou totalmente a viagem da droga que foi dada a mim. Foi como ir de trinta quilômetros por hora a cento e cinquenta. A viagem maravilhosa que eu estava tendo lá fora na neve parecia um sonho.

Senti meu coração começar a bater tão forte e rápido que conseguia ouvi-lo. Minha respiração saia em suspiros afiados e curtos. Em seguida, minhas mãos começaram a tremer incontrolavelmente. Olhei para elas com horror.

Indescritivelmente assustada e horrorizada com o que estava acontecendo ao meu corpo, eu me enrolei em uma bola apertada, tremendo, então olhei para a escuridão. Eu estava absolutamente e inexplicavelmente convencida de que os monstros iriam sair da escuridão.

De repente, meu olhar petrificado foi puxado para um canto do quarto. Eu pensei ter visto algo se mover.

Com o coração disparado, fixei meus olhos na pequena escuridão, e para meu horror, descubro que há uma rachadura na parede... e oh Deus! A rachadura estava aumentando, tornando-se cada vez maior. Dentro da rachadura havia sombras se mexendo. Um vento frio soprou através delas.

E de repente eu entendi o significado.

A rachadura era uma porta para outra dimensão e algo estava tentando passar, mas eu sabia que, sem dúvida o que quer que fosse, não era uma coisa boa.

Eu queria me levantar e correr para fora do quarto, mas eu não tinha controle sobre meu corpo. Estava congelada em uma posição fetal, pelo terror inominável e pavor, olhando para a fenda cada vez maior. De repente, ouvi um barulho forte, um arranhão estranho.

Oh Jesus! Está vindo!

Eu queria gritar por ajuda, mas minha boca estava dormente e inútil. Tudo o que eu podia fazer era olhar desamparada para a abertura na parede.

Alguma coisa estava vindo.

Outro arranhar. Dessa vez mais perto. Mais alto. Soou como unhas ou garras.

Comecei a orar fervorosamente. Eu nunca fiquei com tanto medo.

Em seguida, ele surgiu.

O esquilo.

Meus olhos se arregalaram com surpresa. O esquilo a quem eu dei o biscoito?

Não, este era diferente.

Este tinha olhos ferozes. Eu soube imediatamente que ele estava relacionado com o esquilo que eu comi há anos atrás. Ele estava saltando na minha direção com raiva. Ele começou a crescer. Até que ele se transformou em Rosalinda!

Ela avançou para o quarto e olhou ao redor com olhos loucos e grandes. Olhando-me encolhida na cama, ela deu um uivo assassino de raiva e começou a balançar como uma espécie de demônio de um filme de terror na minha direção. Meus dentes batiam e todo o meu corpo tremia de medo.

Queria pedir a ela para não me machucar, mas eu não conseguia. Meu coração estava batendo tão forte que eu pensei que fosse explodir. Nunca senti tanto medo. Ela estava chegando cada vez mais perto. Lágrimas silenciosas começaram a derramar pelo meu rosto. Era isso. Eu ia morrer. Morta pela minha enteada.

De alguma forma eu consegui me forçar a abrir a boca e soltei um grito.

A porta do quarto se abriu e um homem entrou. Imediatamente o esquilo desapareceu no buraco e, esse começou a se fechar. Virei-me com gratidão para o homem que entrou, mas ele tinha uma cara de mau e ele era quase tão alto quanto o teto. Ele estava dizendo algo, mas sua voz era tão distorcida que soou como um grito demoníaco.

Eu estava com muito medo dele, porque não havia nenhuma dúvida em minha mente que seu plano era me machucar. Ficando claro que ele me trouxe aqui, justamente, para me machucar.

Abri a boca e gritei por Christian.

De repente, ele caminhou em minha direção e me embalou em seus braços. O gesto me surpreendeu. Ele era o vilão. O que ele estava fazendo?

Senti frio. Tanto frio que meus dentes batiam. Seu corpo estava quente e, embora ele fosse o inimigo eu me aconcheguei em seu calor esplêndido.

Ele disse alguma coisa e eu sabia que era urgente, mas eu não conseguia decifrar as palavras. Seu rosto estava embaçado. Tentei formar palavras, mas mesmo para os meus ouvidos elas soavam como o som do vento lamentando-se à distância.

— Mamãe — eu gritei.

Ele disse mais alguma coisa, mas eu ainda não conseguia entender.

— Eu quero a minha mamãe — eu implorei.

O estranho me balançou em seus braços e sussurrou algo, mas as palavras se embaralharam, então eu não conseguia entender uma palavra do que ele disse.

— Onde está Christian? — Eu chorei, agarrando sua camisa. — Eu não estou autorizada a confiar em ninguém. Você deve encontrá-lo para mim.

O homem ficou imóvel como se eu tivesse dito algo chocante.

Ele me puxou ainda mais perto e continuou a me balançar enquanto ele acariciava meu cabelo como se eu fosse uma criança doente. Deixei. Sabia que se eu o deixasse me abraçar Rosalinda não poderia chegar até mim.

Eu não sei quanto tempo ele me embalou, esse grande desconhecido. E então, outro homem entrou no quarto e ele estava segurando uma mala preta. Eu tinha certeza que ele era o assassino em série do filme Crimes Ocultos e eu me encolhi para longe dele e me agarrei desesperadamente ao estranho.

— Não me solte — Eu soluçava. — Por favor. Ele quer me matar.

A voz do gigante era gentil e ecoava na minha cabeça. Eu não conseguia compreendê-lo, mas tudo bem, porque ele não me soltou. O outro homem tentou me tocar, mas, como uma louca, eu tive espasmos de medo e, eventualmente, ele disse algo para o estranho e saiu. Quando eu fiquei sozinha com o estranho, comecei a soluçar alto. Eu não sei porque senti tanto sofrimento que me fez querer acabar com a minha vida. Se ele tivesse me dado uma faca eu teria me esfaqueado.

— Quem é você? — Perguntei.

Ele me disse, mas eu não conseguia entendê-lo. Sua voz era fraca, como uma flor murcha soaria caso pudesse falar.

Toda vez que ele tentava se desprender de mim, eu me agarrava mais forte nele até que finalmente a escuridão veio me levar.

— Eu não sei quem você é, mas, por favor, por favor, eu imploro a você, não me solte — Eu sussurrei quando a escuridão tomou conta de mim.   

O Lorde de Greystoke {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora