Capítulo 35

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Anastasia Steele

Nada definia menos a mãe de Christian do que o apelido Bobo. Ela tinha cabelo preto e liso e os mesmos lábios dele, mas seus olhos eram como chocolate escuro e sua pele era cuidadosamente preservada e cuidada, e apesar de sua predileção pelo sol e pelo calor, ele a manteve delicadamente pálida. Ela estava usando um pulôver cinza de gola alta, uma saia lápis na altura do joelho e sapato de bico fino na cor preta.

Ela se levantou para me receber e imediatamente ficou óbvio que deve ter sido imensamente linda quando jovem. Mesmo agora era atraente, elegante e extremamente esguia. Robert me disse uma vez que quando a conheceu ela era tão fascinante que não podia desviar os olhos, ele dizia que ela era dona de um espírito livre, que nunca poderia ser domada por um simples homem.

Seus olhos maravilhosamente maquiados me observaram com vivo interesse.

— Olá, Anastasia! — Ela me cumprimentou. Como eu esperava, sua voz era culta e clara.

— Olá senhora. — Percebi que inconscientemente deixei fluir o sotaque sulista em minha voz.

Ela sorriu encantadoramente.

— Sente-se. — convidou e vagamente gesticulou em direção ao sofá ao lado do qual estava sentada.

— Obrigada — disse na minha voz normal, sentando na extremidade do sofá.

Ela tocou uma campainha e uma mulher com vestido preto e avental branco apareceu na porta.

— Você pode servir o chá agora, Betty — disse ela.

A mulher assentiu com a cabeça e desapareceu.

Ela sentou no sofá na minha diagonal e olhou para mim, cruzando as pernas.

— Então você está prestes a se casar com meu filho.

Sorrio.

— Parece que sim.

— Sim, posso ver porque meu filho te adoraria, mas você não parece ser do tipo de Robert. — Ela observou astutamente.

— Bem, devo ter sido. Ele se casou comigo. — Eu disse friamente. Você estava certo Robert. Ela não quer que eu guarde segredos.

— Bem — ela exalou. — Ele deve ter mudado muito desde que o conheci.

— Ele sempre disse coisas maravilhosas sobre você.

— Disse? Ele era um diabo malicioso.

Eu sorri.

— Sim senhora, ele era, mas mudou muito nos últimos anos de sua vida.

— Não fui ao seu funeral — ela admitiu suavemente.

Dei de ombros. Olhando pela janela para a paisagem verde que se estendia, lembrando dele.

— Eu sei. Tocamos Gustav Mahler's Adagietto, 5th symphony para ele.

— Sim, lembro que ele me disse que queria que eu tocasse em seu funeral.

Um silêncio constrangedor caiu sobre nós até que eu ergui meu olhar de volta para ela.

— Não importa que não tenha ido. Ele sabia que você não podia.

Ela tentou franzir a testa, mas o botox não permitiria isso.

— Sério?

— Na verdade, ele disse, que se você fosse ficaria desapontado.

Seus olhos estavam cheios de curiosidade.

— Por quê?

— Porque isso significaria que a vida finalmente a obrigaria a fazer coisas que não queria fazer. Ele admirava você por ser, em suas palavras, descontroladamente e ferozmente independente.

O Lorde de Greystoke {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora