Capítulo 41

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Anastasia Greystoke

— É a coisa mais difícil do mundo - fazer o que queremos.

E para isso precisa de muita coragem—

– Ayn Rand

Uma das atividades com a qual a Fundação se comprometeu era reconstruir os recifes destruídos por pesca ilegal com cianeto, então os voluntários mergulhavam três ou quatro vezes por dia para ajudar a reconstruí-los transplantando amostras preparadas do viveiro do oceano para o recife. Havia ilimitadas oportunidades de mergulho, então, passamos todo a nossa manhã mergulhando e vendo os novos recifes. Alguns dos corais recém-transferidos já estavam do tamanho de pratos de jantar.

Mais tarde, levei Christian para assistir os voluntários misturarem o concreto para produzir as bases para as plantações firmes e moles de corais que mais tarde seriam anexadas aos recifes. Foi interessante e eu sabia que Christian estava impressionado com os esforços do centro de conservação para retornar o recife à sua glória natural.

Nós compartilhamos um simples almoço de arroz, frango e legumes com os voluntários. Quando voltamos para a casa Rosli já havia consertado o gerador e Christian ligou seu notebook e foi trabalhar. Passei a tarde na praia. Quando estava prestes a voltar para tomar banho, Rosli chegou na praia com um durio. Ele o colheu de uma árvore na selva.

— Quer dividir? — Perguntou, batendo no fruto espinhoso com a faca. Ele sabia que eu não podia suportar o cheiro e sentia um grande prazer em me atormentar com isso.

— Nããão — disse, franzindo o nariz e fazendo careta.

— Olá— Christian chamou dos degraus.

Sorri para Rosli.

— Quer saber, abra a fruta. Deixe Christian cheirá-la.

— Tem certeza?

— Absoluta.

Imediatamente Rosli agachou-se e começou a mexer na fruta. Deslizando os dedos para dentro do corte na parte superior do fruto, ele puxou até abrir em duas partes.

Instantaneamente o cheiro repugnante me golpeou. Ele pegou um pouco da polpa dourada e começou a comê-la.

Quando Christian veio até nós, ele me olhou de um jeito estranho. Então ele olhou para Rosli.

— Quer um pouco de fruta, Christian? — Perguntei inocentemente.

— Jesus, que porra de cheiro é esse? Cheira como se alguma coisa tivesse se arrastado até aqui e morrido.

Eu ri.

— É aquela fruta lá.

— É um durio, não é? — Ele disse, fazendo uma cara de nojo.

— Você gosta de fruta, não é? Experimente — Insisti com um sorriso insolente.

— Não, obrigado.

— Franguinho de merda — Provoquei.

Ele cruzou os braços.

— Você provou?

— Não, ela não provou — Rosli se intrometeu. Ele estava chupando a polpa da fruta e sorrindo de orelha a orelha, ao mesmo tempo.

Eu dou a Rosli um olhar feio.

— Certo— disse Christian com uma voz mais lenta do que um vagão de pão com rodas de biscoito.

Eu me contorci, desconfortável.

O Lorde de Greystoke {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora