capitulo 7 - Oculto

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Por Jamie Deveraux.

Tudo tinha saído fora do controle, eu tinha uma ideia para fazer que todos me acompanhassem até o colégio. Daria um susto bem dado neles e depois os convenceria que o colégio era o local mais seguro para passarmos a noite e o dia seguinte, porém, a morte da Megan nos pegou desprevenidos, pior, me pegou de guarda baixa. Aquilo precisava mudar.

As circunstâncias em que a Megan foi encontrada provava que algo macabro estava acontecendo, e apesar da Bree ter se mostrado completamente cética – e louca – e ter saído batendo o pé floresta a dentro feito uma criança pirracenta fazendo birra, sei que posso contar com a Nina.

- Vem cá. - disse, segurando no braço da Nina e levando- a para um lado afastado do resto do pessoal.

Ela me olhava atentamente. Olhos de um castanho profundo, misterioso e dóceis, terrivelmente dóceis. Nina respirava forçadamente - provavelmente para se manter equilibrada -, fazendo com que seu abdômen se expandisse e soltava levemente o ar pela boca.

- Você é a única que me parece sensata suficiente para que eu diga uma coisa que nunca disse em voz alta antes. - deixei que minha voz caísse duas notas. - Mas se você não for a pessoa que penso que é, estaremos todos mortos até o dia 02 de novembro, que por ironia ou não, é o dia dos mortos em outro lugar no mundo.

O fato da Bree ter ido embora, provavelmente na direção de quem quer que estivesse fazendo aquela matança entre nós, deixou a todos com um ar assombrado. Todd me olhava de longe com braços cruzados na altura do peitoral, as narinas pulsando ferozmente, e eu sabia que ele estava nervoso, entretanto, voltei meu olhar para a menina a minha frente.

Nina franziu as sobrancelhas bem delineadas. Se tudo aquilo fosse a merda de um filme mau roteirizado, ela morreria. Todos sabem que garotas bonitas morrem nos filmes de terror, e a filha da mãe ainda tinha o adicional de ter um namorado que conseguia ser lindo feito uma estátua esculpida. Agradeci mentalmente por não estarmos dentro de um filme a Là Stephen King.

- Do que exatamente você está falando? - quis saber. Tão apressada, será que tinha nascido de oito meses como eu?

Puxei-a para mais perto de mim, e quem olhasse de longe acharia que estávamos prestes a nos 

abraçar, ou a nos beijar, no entanto, confidenciaria a ela algo que nunca contei nem mesmo para o Todd, e não que o desgraçado merecesse, mas era o mais próximo de confiança que eu tinha tido na vida toda.

- Eu... - as palavras pareceram fugir da minha mente – Sei de umas coisas, e talvez... - Senti um nódulo se formar na minha laringe. Mal conseguia engolir minha própria saliva.

- Fala de uma vez. - falou alto de mais, todavia, ninguém nos olhou.

Amém!

- Olha, eu supostamente sou descendente de um clã de bruxas. Não de Merlin como a Bree tentou me insultar, apesar de que ser tatatata “qualquer coisa” neta de Merlin seria demais. - sorri com o pensamento de herdar toda aquela magia da época do Rei Arthur. - E antes que pergunte, não, eu não posso fazer magia.

Seus olhos pareceram ganhar brilho próprio, tal qual uma estrela no céu escuro das noites de inverno em MoonLight Falls. Me mantive em silêncio por um tempo, esperando que ela degustasse o que eu havia acabado de dizer, até porque, eu ainda tinha mais o que contar. Aquilo era só o começo.

- Você é uma bruxa, de verdade? - ela não parecia surpresa.

- Basicamente. - respondi desconfiada – No entanto, a magia não corre nas minhas veias. - a desilusão tão aparente em minha voz.

Moonlight Falls - A Cidade do MedoOnde histórias criam vida. Descubra agora