Amor bem intencionado

quatro.

Sina D.
Estou a caminho do local de exames. estou um pouco nervosa, mas nada que vá atrapalhar. Chegando lá encontro uma moça de cabelos ruivos, que parece ser uma enfermeira. Me prontifico em ir falar com ela pois preciso apresentar meus exames.

-com licença.-digo e a mesma se vira pra me atender.

-olá, em que posso ajudar?-ela se dirige a mim.

-eu tenho um exame marcado.-digo e ela me "examina" como se eu fosse um ser de outro mundo, eu realmente devo estar mal vestida.

-poderia me informar seu nome?- ela diz, mas não perco meu tempo e apenas informo que sou funcionária da ABC.

-Ah, claro. Seus exames de sangue?-ela questiona e rapidamente mostro minhas fichas.

-Esses aqui?

-Esses mesmo. Pode virar esse corredor e seguir reto lá você vai encontrar três laboratórios, entre no laboratório 263.

-Certo.
QDT

Sigo as instruções da moça, e entro no laboratório. Espero alguns minutos e finalmente sou chamada. 
Sinto um frio na barriga, pois sempre tive medo de injeções. Antes costumava ser menos angustiante, pois eu ainda tinha minha mãe por perto. Mas agora que não a tenho mais, sei que vou estar sozinha nessa. A ideia me apavora pelo simples fato de pensar na agulha sendo enfiada em meu braço.

Porém sigo em frente e tento não pensar na dor mas sim no depois, eu brilhando na tv. Por mais que não seja um papel tão grande, pelo menos consegui uma personagem fixa.

                                  QDT

Faço o exame, e sou orientada a esperar. E em cerca de 3 horas sou chamada a uma sala reservada. permaneço aparentemente calma...mas por dentro, sinto como se a qualquer momento eu fosse desmaiar.

Entro na sala e vejo uma linda doutora de cabelo e pele preta, ela diz para eu me sentar e eu obedeço.

-Olá. Senhorita Sina, certo?

-Certo.-afirmo.

-me chamo Diarra, e sou a médica que vai cuidar do seu caso.- ela olha para uma ficha enquanto dita as palavras mais confusas de toda a minha vida.

-Caso?-a olho com um semblante preocupado e ela logo fala.

-Olhe minha querida...você sofre de um severo quadro de leucemia.-ela joga na minha cara as piores palavras jamais ditas pra mim, em um olhar calmo e compreensivo.

No momento em que ela me entrega a ficha, eu olho como se não houvesse mais nada no mundo além daquilo. Enquanto olho fixamente, vejo minhas lágrimas molharem o papel que estragou toda minha vida em menos de 1 hora.

-Senhorita?-Ouço ela me chamar discretamente, e rapidamente olho para a mesma com o rosto molhado.

-Desculpe por falar isso tão indelicadamente. Acreditei que o choque poderia ser menor.
Achei errado certo?-ela me pergunta.

Apenas concordo com a cabeça.

-Não há nenhum jeito de eu me curar?- A olho em prantos

-Há como sim querida. Você precisa fazer um transplante de Medula Óssea. Ou seja, achar um doador compatível de medula.

-Fudeu...-Sussurro.

-Oi?-ela parece ter ouvido meus murmúrios.

-Nada.-digo sem graça.

-Enfim... tenho uma boa notícia. Já achamos um doador compatível com você.

-Sério?-Pergunto com um fundo de esperança no coração.

-Sim. É um homem, residente em Nova York. Seu nome é...