- como você está? - são as primeiras palavras que Noel diz para quebrar o silêncio constrangedor.Eu lutei muito para não precisar comparecer a essa sessão com o Dr. Fisher, mas depois de algumas ligações, meu avô basicamente me obrigou a vir. Me mantive tranquila até então, o meu namoro com James havia chegado ao fim o que era um alívio, porque de certa forma eu sabia o quanto essa consulta ia gerar brigas entre nós dois. Os portais de notícias ainda estavam desorientados sobre um fim do nosso relacionamento, ninguém sabia além da minha família e amigos. James ainda estava em New York e eu não conversei com ele desde a nossa despedida fática a 1 semana.
- eu estou bem, Noel. - respondo.
- se estivesse 100% bem não estaria nessa sala, nesse momento. - ele diz.
Ele tinha razão. Passei as últimas semanas acordando todas as madrugadas em prantos e com uma falta de ar, sentindo como se fosse morrer. E aqui estava eu tentando fugir de um papo com uma pessoa que tentava apenas me ajudar. Eu observava os livros que cobriam cada parte de uma estante de madeira que cobria completamente o fundo da sala, eram livros de psicologia daqueles que pesavam mais do que as crônicas de gelo e fogo. Apesar do conteúdo, talvez, não ser tão interessante do que uma guerra de tronos.
- no que está pensando? - ele pergunta me olhando admirar sua coleção de livros sem fim.
- Daenerys Targaryen. - a resposta o deixa confuso. - Seus livros me lembra da série de livros de George R. Martin.
- ahhh Crônicas de Gelo e Fogo. Não sabia que era fã.
- um pouco talvez. - confesso.
- acho que é mais fã de mudar de assunto. - ele provoca. - Você não aparenta estar tão mal quanto seu avô havia me dito.
- meu avô é exagerado. - por um segundo eu penso em como fazer piadas eram o meu forte para tirar o foco da minha pele.- Mas ele não estava errado, nós últimos meses tem sido um pesadelo. Passo madrugadas acordada, tendo crises de pânico em todas elas. A falta de ar voltou, e o choro constante também.
- até que enfim uma confissão. - ele sorri. - Você parou com os remédios?
- eles não estavam ajudando. - confirmo o que ele já sabia.
- ficar sem eles, aparentemente, também não.
- eu havia brigado com o Tom e a família dele, por causa do meu namorado James.
- o que aconteceu? - Noel era bom em me fazer confiar nele, esse era seu trabalho.
- o meu melhor amigo não gostava do meu namorado. E vice - versa. - digo. - As coisas complicaram ainda mais depois deu presenciar uma briga entre eles.
- os dois brigaram por você?
- eles acham que sim. - riu. - Mas eles brigaram por eles, por que homens sempre tem que mostrar seu papel de macho alfa.
- você e o Tom se entenderam?
- sim. - digo de imediato. - Nossa amizade voltou a ser como era, eu acho. Nikki sofreu um acidente e eu vim ajudar, isso de certa forma nos aproximou de novo. Ele faz eu me sentir segura e bem, acho que o sono melhorou muito nos dias que fiquei na casa dele.
- você parece feliz - ele afirma percebendo os sorrisos que eu tentava disfarçar.
- eles me fazem bem. - confirmo.
- eles ou ele? - sua desconfiança abre portas para as minhas paranóias entrarem.
- do que você está falando? - pergunto na defensiva. Era assim que eu ficava toda vez que alguém fazia insinuação sobre Hollandilo ser real.