Eu olhava o espelho a minha frente tentando ajustar o vestido ao meu corpo, ele já era tão antigo que mal estava servindo. Depois de uma luta intensa finalmente consigo o encaixar perfeitamente em mim. Tive alta a dois dias, e durante as últimas 48 horas o pessoal revisou comigo o plano infalível para acabar com o James. Me sentia extremamente insegura, confesso, é difícil saber que terei que encarar ele outra vez. Na última vez que o vi ele quase me matou, isso acarretou tantos traumas e pesadelos que tentei me matar só para não ver ele de novo. E cá estamos.
Marquei um encontro com McPherson na minha suíte, aqui no hotel, o horário era claro 19:00 em ponto, ele se atrasaria pois era algo de seu feitio. A ansiedade me matava. Era como se meu coração fosse explodir dentro do peito, as mãos trêmulas me denunciava.
Harry posicionava câmeras por todo o quarto, ele disse que precisaria pegar todos os ângulos para o plano dar certo. No total eram 12 câmeras, e no quarto ao lado Marie controlava elas. Sam e Elysia ajudavam o ruivo a esconder as lentes de um modo que James não pudesse ver, ou o plano infalível iria água abaixo. Tuwaine e Harrison iriam ficar no banheiro para caso as coisas fugissem do controle, e para falar a verdade as coisas iriam sair muito do controle. Com McPherson nunca é meio termo, é sempre pouco ou muito. Isso é o que me assusta.
No plano bolado por Sam o meu papel era de extrema importância, eu era a isca humana como naqueles filmes de terror, só que nesse caso não era voluntário. Tinha que ser para dar certo. James já estava furioso pela briga no hospital, e queria descontar em alguém. No caso, em mim. O fato dele ter sido massacrado nas redes sociais foi um completo pivô para ele surtar, ao telefone ele berrava coisas sem sentido e ofensas horríveis contra toda a minha família e amigos. Hoje vou colocar um basta.
— você está nervosa? - Tom se aproxima ainda decidindo se devia ou não falar comigo. Durante esses dois dias de planejamento não trocamos nenhuma palavra, nem mesmo um "olá" ou "e aí?". E apesar de todos estarem empenhados em me ajudar não havia esquecido o que rolou antes, eles precisavam de uma lição.
— levando em consideração que eu sou a isca, então sim...estou nervosa. - digo.
— Haz e Tuwaine estão no banheiro, James não vai tocar em você de novo. - ele diz o nome de McPherson com um ódio em seu timbre.
— na verdade para o plano dar certo ele vai ter que tocar. - respondo.
— como assim? - ele pergunta, claramente o britânico não prestou atenção em nada durante o planejamento.
— estamos aqui para culpar o James de agressão e tentativa de feminicídio, ele vai ter que fazer algo. - explico, sua boca vai ao chão.
— não acho que seja uma boa ideia. - ele diz.
— no momento é a única que temos, e sinceramente acho que seja um pouco tarde para desistir. - os olhos dele ficam parados em mim, não sei o que se passa por sua cabeça, mas imagino mil coisas.
— já deu nossa hora, tudo pronto! Vamo embora pessoal. - Harry chama a todos. O Big Brother estava no ar. Todos os presentes no quarto se dirigem para a suíte ao lado, menos Haz e Tuwaine que se acomodam no meu pequeno banheiro. Porém, Tom continua parado a minha frente com seus olhos castanhos me encarando tão profundamente que posso jurar que ele via através de mim.
— eu vou ficar no quarto ao lado e os meninos aqui. - ele começa. — Não deixa ele ir tão longe Tini, esse cara é um psicopata.
— eu vou ficar bem. - tento me convencer.
— antes de ir eu preciso te dizer uma coisa, porque se eu não falar agora talvez eu nunca consiga... - ele começa, suas palavras vão tropeçando uma na outra, ele está nervoso.
— o que foi Holland? - pergunto assustada depois de sua pausa dramática.
— eu sou completamente apaixonado por você. - o britânico diz lentamente. — Eu não sabia como te falar e eu tentei tantas vezes, depois você apareceu com o James e eu fiquei completamente sem chão. Você é a mulher da minha vida, mesmo eu tentando colocar outra pessoa no seu lugar nunca vou conseguir. Meu coração é teu Martina Camilo. Meu coração é seu. - fico estática com seu desabafo, o garoto se aproxima de mim colocando suas mãos em minha nuca, um arrepio é tudo o que consigo sentir. Era como se tudo estivesse em câmera lenta, e até meu coração pulsando acelerado eu conseguia escutar. Seus lábios tocam suavemente os meus, ele inicia um beijo calmo e tranquilo. Sua língua pede passagem e eu cedo, tão facilmente, eu precisava daquilo tanto quanto ele. Minhas mãos o puxam para mim, seus fios dançam por entre os meus dedos e ele sorri durante o beijo fazendo tudo ficar mais intenso. Somos interrompidos por um barulho vindo da porta.
— MARTINA ABRE ESSA PORTA AGORA!!! - o grito nos separa instantâneamente.
— ele chegou. - digo olhando para o moreno a minha frente.
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O 3° BEIJO HOLLANDILO
ACONTECEU E NOVAMENTE INTERROMPIDO POR
ALGUMA COISA
😪😪😪A MERDA QUE ESTÁ PARA ACONTECER MEU PAI
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