Tom

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A internet estava massacrando a Martina e eu nem ao menos poderia defende-la, isso me destruía profundamente. Nossa amizade não havia acabado como todos acham ou definiram. Nunca acabaria, não para mim. Pelo menos era o que eu achava. Tudo bem eu a amo. Não só como mulher, ela é minha melhor amiga desde que me entendo por gente. Mas ela não ter ficado ao meu lado e não acreditar em mim me fez questionar nossa amizade.

Eu nunca quis que acabasse assim, ainda mais porque meu coração pertence inteiramente a ela. Mas é difícil quando você perde o controle de como as coisas andam, e você só percebe o quanto as coisas realmente desandaram quando já não há mais volta. E não tinha mais volta. No meu celular haviam exatas 18 chamadas perdidas de Tini, mais nenhum recado - ela odeia deixar recados, sempre achou uma coisa mórbida. Harry me disse que na última semana ela ligou dezenas de vezes para Marie de madrugada por causa de ataques de pânico, isso partiu meu coração. Até pensei em ligar. Pensei tanto que no fim não disquei o maldito número.

Orgulhoso demais.

Me sentia estúpido, egocêntrico e egoísta até por demais com ela, mas a decisão já havia sido tomada e não tinha partido de mim. Foi dela. Ela escolheu ele e não nós. Não Haz ou Twaine. Não Harry ou Sam. Não Paddy ou meus pais. Nem mesmo eu. Ela não me escolheu e isso doía tanto.

- ei filho você pode me ajudar a arrumar a cozinha, sua mãe está chegando do mercado e não quero tomar uma bronca - meu pai pede me retirando totalmente de meus pensamentos.

- claro pai, sem problemas. Até porque você não seria o único a tomar bronca. - Nós dois caímos na gargalhada, mas era mais para desespero do que da piada em si.

- no que está pensando? - ele diz pegando a bucha e me jogando um pano para secar a louça que o mesmo iria lavar. - Deixa eu adivinhar....hm... Martina!

- bingo!!!! é até meio óbvio né? - digo, porque meu pai não era vidente e todos da minha família sabia o quando nossa briga havia me afetado. E eu não escondia isso de ninguém, apesar de tentar.

- sente falta dela? - eu aceno positivamente com a cabeça. - Então porque se afastou? Porque fez nós nos afastarmos?

- por que nós brigamos, e vocês como minha família deveria me apoiar. - falo um pouco mais alto do que realmente gostaria.

- ela é parte da família também!!! - ele diz na mesma altura que a minha, e enfim estamos discutindo. Mas ele não estava errado, Martina era parte da família e eu a excluí e joguei o peso todo sobre ela.

- tá tudo bem aqui? - Harry aparece no batente da porta.

- papai e eu estamos conversando. - respondo sem olhar para ele.

- sério? Porque parecia uma briga.

- não era uma briga, Harry. Só estavamos conversando. - meu pai diz repetindo o que disse anteriormente.

- vocês estavam gritando. - Harry insiste.

- mas não era uma briga Harry!!! - digo um pouco alterado.

- agora a briga é comigo? - ele levanta os braços em forma de rendição.

- meu pai amado!! - papai bufa, indo até a bancando onde seu celular vibrava. - Ótimo sua mãe está ligando, deve ter esquecido a chave da garagem de novo. - minha mãe sempre esquecia a chave da garagem. Todas as vezes, sem excessão, ela deixava a maldita chave para trás e por todas essas vezes um de nós tinha que largar o que estava fazendo, não importava o que, para abrir o portão para ela. - Como assim? - meu pai fala ao telefone um pouco mais agitado do que o normal. - Para onde ela foi levada? - levada? Do que ele estava falando? - Eu estou indo pra aí , chego o mais rápido que eu puder.

F.R.I.E.N.D.S - Tom HollandOnde histórias criam vida. Descubra agora