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Sinopse:
Dois sonhos, dois propósitos, duas direções, um único destino.
Alice e Vicente são duas pessoas com personalidades um tanto parecidas e com muitas coisas em comum. Apesar de morarem na mesma cidade, nunca...
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Desde que minha irmã se foi, carrego e guardo comigo muitas lembranças, algumas dolorosas e outras bem alegres e preciosas. Assim que vi Alice pela primeira vez patinando na pista recordei-me da Laís. Ela patina com a alma e o coração assim como ela. Fora suas personalidades que são tão parecidas. Mediante a isso, tomei a decisão de presentear Alice com um colar que Laís usava nas apresentações. Fui eu quem lhe dei com muito carinho e repeti a ação com Alice.
Só não foi um momento tão perfeito, porque Alice me indagou querendo explicações devido a minhas últimas atitudes. Decidi me afastar um pouco dela nos últimos dias, após perceber que estávamos muito íntimos, com receio de gerar problemas para nós, principalmente para ela. Em pouco tempo, sei que é difícil ter alguém que sonhe ganhar tanto esse campeonato quanto a Alice e duvido ter alguém que mereça mais que ela também, portanto tudo que eu menos quero é prejudicá-la.
Mesmo querendo e não querendo manter certa distância, o que ocorreu na apresentação de hoje, me fez esquecer e parar de me importar com qualquer outra coisa a não ser com o bem estar da Alice. Me segurei para não invadir a pista e tirá-la de lá logo que ela caiu. Pude ver em seus olhos o quão forte estava sendo para não desabar no meio da performance. E para piorar a situação ninguém lhe estendeu a mão. Eu não pensei duas vezes em toma-la nos braços e afasta-la dali. Nada mais importava a não ser ela, só ela!
— Eu não acredito que eu fiz isso. Eu estraguei tudo! — Alice abaixou a cabeça chorando logo que a pus num sofá no que parecia ser o camarim.
— Não diga assim Alice, essa foi só a primeira apresentação. — Tento fazer com que ela se sinta melhor.
— Exato Vicente. Eu decepcionei todo mundo logo de primeira. — Ela solta um suspiro triste ainda de cabeça baixa.
— Devo dizer que não estou incluso nesse meio que está dizendo. Não tirei os olhos de você desde que pisou na pista, você não faz ideia do quão linda estava, você foi incrível, de verdade. — Levei a mão até seu queixo e levantei seu rosto para que pudesse lhe olhar.
Ela estava tão formosa, tão atraente.
— Do que adianta estar tão linda assim? A essa altura todos os jurados já devem estar comentando sobre o meu tombo, lastimando pelo meu erro. Eu sabia, hoje é dia sete, não é meu dia de sorte. — Enxuga as lágrimas.
— O que? Como assim? — O encaro confuso sem saber o que ela estava falando.
— Parece loucura, mas eu não tenho sorte em dias ímpares, nem nada do tipo. — Ela conta e acabo esboçando um riso descontraído.
— O que foi? Está rindo porquê? Pensei que se importasse, mas está rindo da minha desgraça. — Ela me olha com fúria nos olhos e eu dou risada mais uma vez. Ela fica ainda mais linda brava.
Fica ainda mais maravilhosa quando furiosa, confesso.
— Não é nada disso Alice. É que eu não acredito em sorte, mas sim na vontade de Deus. — Digo confiante e tiro seus patins de seu pé machucado com cuidado enquanto me olha fixamente.
— Vontade de Deus? Como assim? — Ela estreita os olhos esperando uma explicação.
— É, vontade de Deus sim. Tudo que acontece, acontece pela permissão Dele, tudo faz parte do plano que Ele tem para cumprir na minha e na sua vida. — Explico de maneira breve para que ela entenda bem.
— Mas a vontade de Deus não faz muito sentido. — Ela diz resmungando do pé machucado em que massageava no intuito de aliviar a dor.
— Não é que não faça sentido, só que não cabe no nosso entendimento, por mais que nos esforcemos para entender. A única certeza que eu tenho é que a vontade Dele é boa, perfeita e agradável. Portanto o meu dever é confiar Nele, Ele faz o melhor, mesmo que aos meus olhos não seja bom.
— Você fala Dele com tanta propriedade, força e amor. Parece que algo queima em seus olhos, não sei. — Ela me encara por um tempo.
— Eu poderia passar a noite inteira falando sobre Jesus, tudo que Ele é e faz por mim. Ele é o meu tudo, é Ele quem me dá a certeza de que vale a pena continuar. Ele é a razão de tudo! — Não contenho um sorriso ao dizer poucas palavras sobre meu Aba Pai.
— Dá para perceber o quanto você confia nele. Como faço para confiar nele assim também? — Ela me olha com os olhos ansiando por uma resposta.
— Não é tão simples assim. Se trata de conhecê-lo e permite-se ter um relacionamento diário com ele. — Lhe explico.
— Você me ajuda? — Nessa hora meus olhos devem ter brilhado. — Gostaria de tentar pelo menos. — Ela diz a última parte sem jeito.
— Eu te ajudo Alice, com todo prazer. — Lhe ofereço um sorriso e vejo ela sorrir pela primeira vez depois de todo incidente que ocorreu.
Logo um enfermeiro chegou e examinou seu pé. Graças ao bom Deus, ela só levou um mal jeito, nada grave. Precisava usar a pomada, o medicamento que ele lhe deu e ficar uns três dias de repouso e para dor passar. É basicamente o tempo de intervalo de treino para próxima apresentação, como Deus é bom. Depois que ela foi atendida, com muito sacrifício consegui convencê-la de nós sentarmos na arquibancada e aguardamos as notas. Vi ela abrir um sorrisão e respirar aliviada do meu lado ao receber uma ótima nota.
— Viu? Eu não disse! Você, todos arrasaram! — Sorri para ela contente e ela retribui o sorriso.
Assim que o evento se deu por encerrado, aguardei a reunião da equipe da Alice acabar e nós acompanhamos até o hotel. O mesmo ficava do outro lado da pista de patinação, então atravessei a rua com Alice no colo, chamando a atenção de todos que passavam. Minha irmã se despediu no elevador e prometeu voltar para dormir com Alice e ajudá-la no que fosse preciso, o que me deixou aliviado confesso, já estava ficando preocupado em deixá-la sozinha.
— Prontinho, está entregue! — Ponho ela com cuidado sobre sua cama.
— Não precisava disso tudo. Consigo andar, mesmo que esteja doendo. — Resmunga.
— Você precisa fazer repouso, então apenas relaxe. — Ajeito os travesseiros em suas costas para que se sentisse mais confortável.
— Obrigada Vicente, de verdade, você tem sido incrível. — Sorriu.
— Não precisa agradecer. Eu que agradeço a Deus por ter encontrado você. — Engulo seco ao vê-la me encarando com um brilho nos olhos e percebo que falei demais.
— Você precisa de alguma coisa? A Lina não deve demorar, mas enquanto isso estou disponível para poder ajudar. — Digo gentil.
— Você já fez muito por mim Vicente. Pode ir para casa e descansar. — Diz de forma doce.
— Se pudesse e se fosse preciso passava a noite cuidando de você. — Digo com sinceridade.
— Não duvido disso! Sei quanta bondade há aí dentro do seu coração. — Aponta para o meu peito.
— Bom, eu vou indo então! Faça o favor de permanecer aí até a minha irmã chegar e qualquer coisa que precisar, pode me ligar. — Sou mais atencioso do que desejei ser.
— Pode deixar! — Sorri agradecida. Caminho até ela e deposito um beijo em seus cabelos e seguro o sorriso bobo que queria se formar nos meus lábios ao vê-la suspirar.
A cada segundo que passa, tento lutar contra o que tenho sentido, mas já não posso negar o quanto Alice significa para mim. Estou totalmente rendido, apaixonado por essa menina.