Lua Vermelha

Capítulo 8

Assim que desci pra pista eu passei no bar pra pegar o livro com o bartender e me encontrei com Isadora já no estacionamento. Quando cheguei ao apartamento dela eu fui direto pro banheiro, tomar um bom banho quente e depois me joguei na cama ligando o notebook pra ter uma conversa de vídeo chamada com Ava. Graças a ela que me manda suas anotações via e-mail pra que eu não me atrase nas aulas, sei que vai chegar à hora de voltar pra Mystical e sinceramente não estou muito animada pra isso.

- Nossa que cara, o dia foi ruim assim? – perguntou Ava do outro lado da tela no seu quarto. – Sem novas pistas?

- Pode se dizer que sim e não, Isadora me levou em um lugar onde eu conheci umas pessoas que podem me ajudar.

- Isso é bom, espero que encontre o que procura e volte logo, a minha vida aqui sem você é chata.

- Sei muito bem o que você quer dizer com isso, vai por mim daria tudo por uma vida normal como a sua.

- Diz isso porque vivencia aventuras todos os dias.

Revirei os olhos, se ela soubesse como isso é problemático.

- Falando em problema, tenho algo pra te contar que descobri hoje.

Contei a ela sobre o que a velha maga me alertou e abri o livro que ela me deu e comecei a folhear e ler enquanto Ava me escutava. No livro explicava que bruxos tentavam usar círculos mágicos dos magos, mas sempre falharam, nele também mostrou algumas runas e sua função, dizia que eram necessárias para que a magia funcionasse. Mandei algumas fotos da runa que foi usada pela bruxa pra cometer os assassinatos.

- Sabia que aquela velha não era confiável, aquela historia de que a runa eram de povos e culturas diferentes. Ai que ódio. – esbraveja Ava.

- Agora pra que mentir, pra que dizer a verdade sobre a bruxa gostar de obter conhecimento mágico, mas mentir sobre as runa. E como aquela bruxa conseguiu usar magia de mago sendo que nem é da sua natureza. O poder dos bruxos descendem da natureza a ligação deles é com o ciclo lunares como os lobisomens, já os magos são magia primordial, tem grande diferença na natureza dos dois.

- Sinceramente não sei, mas eu andei dando uma pesquisada depois de tudo que aconteceu e tudo que encontrei foram coisas superficiais, nada como esse livro que você tem. Mas tem outra coisa esquisita, quando estávamos lendo sobre o ritual lemos como fazer, mas nada como interrompe-lo ou pará-lo.

Quando ela diz isso, eu não me lembro de ter lido algo sobre isso no livro, eu estava tão atordoada em tentar salvar as meninas que nem lê o resto da pagina,Leonor também nem fez questão de lembrar.

- Você acha que se soubéssemos disso, de como interromper, poderíamos ter salvo Suzan? –minha voz sai como um sussurro.

- Kelly. – Ava diz meu nome com compaixão. – Se podia ter sido diferente eu não sei, mas acredito que não, tudo aconteceu porque a bruxa a matou e não porque os espíritos foram embora. Alem do mais não vale a pena se culpar por algo que não tem conserto, e não foi sua culpa também daquilo tudo ter acontecido, não vale a pena mais remoer isso.

Passo a mão nos meus cabelos incomodada com o fato que eu podia ter feito algo de diferente, sonhei varias vezes agindo de forma diferente naquela noite, se eu não tivesse sido tão inocente, tivesse procurado saber mais sobre o mundo sobrenatural, teria notado o circulo mágico e usado meus sentidos pra ouvir Suzan me chamar. Devia ter focado mais nos meus treinos do que ficar me importando com atenção do Damian que claramente não valia muito. Hoje eu vejo isso, eu estava tão focada em ser uma humana normal e parar de transformar toda lua cheia em lobo e ter controle da minha força e humor pra poder viver em paz que negligenciei outras partes que fazem parte de mim.

Tenho que parar de viver na negação e aceitar que esse é o meu novo mundo, só queria ter percebido isso antes que tivesse custado a vida da Suzan.

- Eu vou até aquela velha e saber exatamente o que ela está armando.

- Esta louca Ava, você não pode ir sozinha.

- Ela humana assim como eu, alem do mais ela é bem mais velha do que eu. Tenho físico de atleta esqueceu. – brincou Ava.

- Nos não sabemos se isso também é verdade.

Não senti nada mágico vindo da Leonor, mas se levarmos em conta minha experiência, ela pode ser algum ser sobrenatural. Sendo humana ou não continua sendo perigoso.

- Não vai Ava, eu não estou ai, espera eu voltar, por favor. – implorei.

Ava revirou os olhos e suspirou.

- Prometo nada, alem do mais não sabemos quando você vai voltar e não sei se irei agüentar minha raiva contra aquela velha.

- Ava. – exclamei. – Olha por favor me espera e ai a gente ver isso, mas se sentir algum perigo liga pros meninos, principalmente pro Dylan, sei que ele ira correndo te ajudar.

- Ser protegida pelo Dylan Grey não me soa nada mal. – disse ela com sorriso malicioso no rosto.

- Da pra parar de ter desejo pelo meu irmão. – falei divertida, enquanto revirava os olhos.

- Olha só a menina sombria e distante que tinha medo de não ser da família, finalmente está chamando ele de irmão, que avanço.

Suspirei com seu comentário, ela tem razão mudei bastante dês que cheguei em Mystical Riddle, antes tinha medo só de pensar em pronunciar o nome deles, hoje eu consigo de vez em quando chamar eles de irmãos, ainda não consegui chamar Jane e Felipe de mãe e pai, mas em comparação a antes é um grande avanço.

- Não enche, agora me conta as novidades pra que possamos estudar.

- Esta bem, sua sem graça. Mas também quero que me conte sobre os gostosos que você conheceu ai em Nova York, Mystical pode estar cheio, mas NY não fica pra trás também.

Se ela soubesse, sorrio com a lembrança do Zaki no corredor e principalmente de Killian e eu se pegando na cabine na boate, foi à coisa mais quente e louca que já fiz, pena que não acabou como eu desejei.

- Ei, conheço esse sorriso, é o mesmo sorriso de quando você falava do Damian.

Arregalo meus olhos quando escuto o nome dele e um aperto no peito me invade.

- Ah, me desculpe Kelly, gafe minha. – disse Ava percebendo o que tinha acabado de fazer.

- Não, tudo bem, você está certa. Mas nos duas sabemos que Damian nunca vai ter espaço pra mim no seu coração. – minha voz saiu melancólica.

- Esqueci isso e me conte de quem você estava se lembrando pra ter aquele sorriso fofo no rosto. – Ava mudou de assunto rapidamente, ela sabe que o assunto Damian é o vale pra lagrimas e lembranças tristes.

- Esta bem, mas depois vamos estudar, não quero perder de ano, já basta minha vida pessoal ser uma confusão, não quero que a acadêmica também seja.