Capítulo 10

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Kelly

Estava no carro lendo o livro que peguei na livraria, já tinha folheado e lido aquele livro uma cinco vezes dês que o peguei, algo dentro de mim gritava que eu o conhecia de algum lugar, que já tinha lido ele, cada pagina que passava meu coração se apertava cada vez mais, eu nem conseguia largá-lo, por algum motivo eu trouxe comigo hoje, era um livro de criança não fazia o estilo de tema que estava acostumada ler, mas me sentia conectada a ele.

- Já ligou pra Jane e o Felipe? – perguntou Isadora enquanto dirigia até a boate.

- Por que eu ligaria?

- Eles devem querer saber as novidades.

- Não tenho nenhuma novidade.

- E o que estamos indo fazer não é uma?

- Não, a única coisa que conseguimos até agora foi dar de cara contra a parede, sem nenhuma informação relevante, não vou ligar pra eles e contar algo que é provável que nem der certo, quando eu tiver algo real pra contar ai sim eu ligo.

- Oook...quando eu era adolescente eu fazia questão de contar tudo pra minha mãe, acho que os adolescente de hoje estão em uma vibe diferente. – murmurou ela dando de ombros na hora de estacionar. – Ao menos está nervosa? Eu sei que estaria.

- Nervosa não, só...não quero me decepcionar por não descobrir nada e viver no escuro pelo resto da minha vida. – respondi olhando pra boate do outro lado estacionamento.

- Madame Letha é uma mulher muito experiente e sabia, não se preocupe, se ela diz que não é impossível é porque não é. Vem vamos, já devem estar nos esperando. – disse Isadora com compaixão a minhas preocupações.

Confirmei com um aceno e andamos até a boate, passamos pelo mesmo processo de antes, Zaki estava nos esperando na porta da biblioteca com um enorme sorriso descontraído, abriu a porta para que eu e Isadora passássemos.

- Acredito que esteja muito ansiosa para descobrir a verdade mocinha. – disse Letha em frente a uma cadeira em no meio de um circulo mágico.

- Por que não começamos logo. – respondi rapidamente, não queria enrolar com conversa, precisava da verdade seja lá qual for.

- Ansiosa é pouca. – brincou Zaki indo pro segundo andar da biblioteca com Isadora.

Sentei na cadeira com as mãos suando e respirei fundo.

- Pra que funcione, preciso que relaxe.

- Certo. – confirmei com a cabeça e controlei minha respiração enquanto ela pegava na minha cabeça com as duas mãos.

Sem que eu percebesse minha mente ficou enuviada, e logo depois uma dor latente na minha cabeça me invadiu, era aguda e ficou maior quando um monte de informações vieram na minha mente.

.......

- Você gosta desses doces meu amor? – sorriu uma mulher de cabelos ruivos com um chapéu na cabeça.

Pulando pra outra memória.....

- Muito bem meu amor, quanto poder minha doce Kell tem.

Próxima memória.

- Você tem que usar o arco assim meu amor. – um homem mais velho de cabelos castanhos e de barba me ajudava puxar a corda do arco.

A flecha acertou em cheio no alvo.

- Eu consegui. – comemorei.

- Essa é minha garota, bate aqui.

......

- Meu sorvete caiu. – falei com voz chorosa.

- Toma o meu. – um menino de sorriso largo me deu seu sorvete de casquinha.

- Obrigada Killian. – dei um beijo na sua bochecha, logo ele ficou vermelho.

- Kelly....

- Sim?

- Quer ser minha....

- Crianças o venham já vamos embora. – gritou a mulher ruiva que esbanjava beleza.

- Estamos indo mamãe. – gritei.

......

- A partir daquele dia qualquer pessoa que usava metade da gema era lê concebida proteção para a alma solitária. Fim.

- Mãe, porque as pessoas tem que morrer? O coelho e o lobo não podiam ficar juntos?

- Oh meu amor, isso é a natureza da vida, essa é a beleza dela, as pessoas nascem, crescem e depois morrem, e a coelha e o lobo ficaram juntos até o fim das suas vidas, depois suas cinzas viraram lindas gemas.

- Não quero que a mamãe morra. – disse em voz chorosa. – Não quero que a mamãe vire uma gema, quero ela em humana em carne e osso.

- Qual problema da minha coelhinha. – o homem de cabelos castanhos e barba entrou me pegando no colo enquanto dava risada.

- Mamãe vai virar uma gema quando morrer. – esperneei enquanto chorava.

- Achava que as pessoas viravam pó depois da morte.

- Querido. – repreendeu a mulher ruiva.

- Certo, certo, calma meu amor, mamãe não vai morrer.

- Jura? – perguntei enxugando minhas lagrimas.

- Claro, além do mais mamãe tem uma enorme surpresa pra você.

- Isso mesmo. – sorriu.

.....

- Mamãe, por favo, se meche, tem muito sangue aqui. – empurrava a barriga elevada da minha mãe enquanto chorava.

- Kell.

- Pai, pai.

- Não, por favor meu amor. – implorava o homem em cima da mulher, a sua volta tinha vários homens armados.

- Pai, tinha um lobo gigante, mamãe tentou....- lagrimas não paravam de descer. – Ele me mordeu, ai.. ai..

- Ele mordeu você? – perguntou um dos homens armados.

- Vai ficar tudo bem querida. – o homem de cabelo castanhos me abraçou em lagrimas enquanto afagava meus braços.

- Rafael, a barriga dela.

.......

- Querida, papai vai te deixar aqui por um tempo, depois eu venho te buscar está bem. –disse o homem de cabelo castanho beijando minha testa.

- Por que não posso ficar com você?

- Não me deixe por favor paaaaaaai. – gritava enquanto freiras me seguravam com força, e ele ia embora.

.......

Fogo, quente, está queimando, preciso salva-la, gritos.

- Vem eu vou te ajudar. – uma mulher de capuz surgiu no meio das chamas.

- Não, eu preciso...cof,cof.

- Não temos tempo, logo estarão aqui.

- Mas....

- Rápido, estou vendo ela. – vozes.

- Desculpa, vou precisar .....

Chamas cobririam tudo e logo em seguida tudo ficou preto.

.......

Lagrimas desciam dos meus olhos sem controle.

- E ai o que aconteceu? – perguntou Isadora.

- Parece que essa garota tem muita dor pra processar. – disse a madame Letha levantando a mão e abrindo a porta sabendo qual seria meu próximo passo.

Levantei com a cabeça a mil e sai dali correndo, não consigo respirar.

Lua VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora