Kelly
Estava no carro lendo o livro que peguei na livraria, já tinha folheado e lido aquele livro uma cinco vezes dês que o peguei, algo dentro de mim gritava que eu o conhecia de algum lugar, que já tinha lido ele, cada pagina que passava meu coração se apertava cada vez mais, eu nem conseguia largá-lo, por algum motivo eu trouxe comigo hoje, era um livro de criança não fazia o estilo de tema que estava acostumada ler, mas me sentia conectada a ele.
- Já ligou pra Jane e o Felipe? – perguntou Isadora enquanto dirigia até a boate.
- Por que eu ligaria?
- Eles devem querer saber as novidades.
- Não tenho nenhuma novidade.
- E o que estamos indo fazer não é uma?
- Não, a única coisa que conseguimos até agora foi dar de cara contra a parede, sem nenhuma informação relevante, não vou ligar pra eles e contar algo que é provável que nem der certo, quando eu tiver algo real pra contar ai sim eu ligo.
- Oook...quando eu era adolescente eu fazia questão de contar tudo pra minha mãe, acho que os adolescente de hoje estão em uma vibe diferente. – murmurou ela dando de ombros na hora de estacionar. – Ao menos está nervosa? Eu sei que estaria.
- Nervosa não, só...não quero me decepcionar por não descobrir nada e viver no escuro pelo resto da minha vida. – respondi olhando pra boate do outro lado estacionamento.
- Madame Letha é uma mulher muito experiente e sabia, não se preocupe, se ela diz que não é impossível é porque não é. Vem vamos, já devem estar nos esperando. – disse Isadora com compaixão a minhas preocupações.
Confirmei com um aceno e andamos até a boate, passamos pelo mesmo processo de antes, Zaki estava nos esperando na porta da biblioteca com um enorme sorriso descontraído, abriu a porta para que eu e Isadora passássemos.
- Acredito que esteja muito ansiosa para descobrir a verdade mocinha. – disse Letha em frente a uma cadeira em no meio de um circulo mágico.
- Por que não começamos logo. – respondi rapidamente, não queria enrolar com conversa, precisava da verdade seja lá qual for.
- Ansiosa é pouca. – brincou Zaki indo pro segundo andar da biblioteca com Isadora.
Sentei na cadeira com as mãos suando e respirei fundo.
- Pra que funcione, preciso que relaxe.
- Certo. – confirmei com a cabeça e controlei minha respiração enquanto ela pegava na minha cabeça com as duas mãos.
Sem que eu percebesse minha mente ficou enuviada, e logo depois uma dor latente na minha cabeça me invadiu, era aguda e ficou maior quando um monte de informações vieram na minha mente.
.......
- Você gosta desses doces meu amor? – sorriu uma mulher de cabelos ruivos com um chapéu na cabeça.
Pulando pra outra memória.....
- Muito bem meu amor, quanto poder minha doce Kell tem.
Próxima memória.
- Você tem que usar o arco assim meu amor. – um homem mais velho de cabelos castanhos e de barba me ajudava puxar a corda do arco.
A flecha acertou em cheio no alvo.
- Eu consegui. – comemorei.
- Essa é minha garota, bate aqui.
......
- Meu sorvete caiu. – falei com voz chorosa.
- Toma o meu. – um menino de sorriso largo me deu seu sorvete de casquinha.
- Obrigada Killian. – dei um beijo na sua bochecha, logo ele ficou vermelho.
- Kelly....
- Sim?
- Quer ser minha....
- Crianças o venham já vamos embora. – gritou a mulher ruiva que esbanjava beleza.
- Estamos indo mamãe. – gritei.
......
- A partir daquele dia qualquer pessoa que usava metade da gema era lê concebida proteção para a alma solitária. Fim.
- Mãe, porque as pessoas tem que morrer? O coelho e o lobo não podiam ficar juntos?
- Oh meu amor, isso é a natureza da vida, essa é a beleza dela, as pessoas nascem, crescem e depois morrem, e a coelha e o lobo ficaram juntos até o fim das suas vidas, depois suas cinzas viraram lindas gemas.
- Não quero que a mamãe morra. – disse em voz chorosa. – Não quero que a mamãe vire uma gema, quero ela em humana em carne e osso.
- Qual problema da minha coelhinha. – o homem de cabelos castanhos e barba entrou me pegando no colo enquanto dava risada.
- Mamãe vai virar uma gema quando morrer. – esperneei enquanto chorava.
- Achava que as pessoas viravam pó depois da morte.
- Querido. – repreendeu a mulher ruiva.
- Certo, certo, calma meu amor, mamãe não vai morrer.
- Jura? – perguntei enxugando minhas lagrimas.
- Claro, além do mais mamãe tem uma enorme surpresa pra você.
- Isso mesmo. – sorriu.
.....
- Mamãe, por favo, se meche, tem muito sangue aqui. – empurrava a barriga elevada da minha mãe enquanto chorava.
- Kell.
- Pai, pai.
- Não, por favor meu amor. – implorava o homem em cima da mulher, a sua volta tinha vários homens armados.
- Pai, tinha um lobo gigante, mamãe tentou....- lagrimas não paravam de descer. – Ele me mordeu, ai.. ai..
- Ele mordeu você? – perguntou um dos homens armados.
- Vai ficar tudo bem querida. – o homem de cabelo castanhos me abraçou em lagrimas enquanto afagava meus braços.
- Rafael, a barriga dela.
.......
- Querida, papai vai te deixar aqui por um tempo, depois eu venho te buscar está bem. –disse o homem de cabelo castanho beijando minha testa.
- Por que não posso ficar com você?
- Não me deixe por favor paaaaaaai. – gritava enquanto freiras me seguravam com força, e ele ia embora.
.......
Fogo, quente, está queimando, preciso salva-la, gritos.
- Vem eu vou te ajudar. – uma mulher de capuz surgiu no meio das chamas.
- Não, eu preciso...cof,cof.
- Não temos tempo, logo estarão aqui.
- Mas....
- Rápido, estou vendo ela. – vozes.
- Desculpa, vou precisar .....
Chamas cobririam tudo e logo em seguida tudo ficou preto.
.......
Lagrimas desciam dos meus olhos sem controle.
- E ai o que aconteceu? – perguntou Isadora.
- Parece que essa garota tem muita dor pra processar. – disse a madame Letha levantando a mão e abrindo a porta sabendo qual seria meu próximo passo.
Levantei com a cabeça a mil e sai dali correndo, não consigo respirar.
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Lua Vermelha
Loup-garouRed Moon - franquia de Grey Moon Depois do grande trauma que sofreu Kelly resolveu ir até Nova York atrás de respostas sobre o seu passado, na carta que recebeu da diretora do seu antigo orfanato dizia que ela avia vindo de lá, mas Kelly agora carre...