Kelly
– Sua mira não mudou nem um pouco. – disse meu pai rindo depois de eu atirar com a flecha no alvo.
– Parece que meu corpo ainda se lembra de como usar um arco e flecha, apesar da minha mente está confusa.
– Suas memórias ainda estão voltando?- perguntou meu pai preocupado.
– Em parte, sim, quando elas não estão voltando eu acabo tendo sonhos esquisitos com uma garotinha, me pedindo ajuda.
– Garotinha?
– Eu não sei quem é, mas tenho uma sensação estranha quando ouço sua voz e seu rosto. – meu pai franzi as sobrancelha, quando falo.
Quando ele está prestes a falar o celular dele começa a tocar.
– Desculpe filha tenho que atender. – diz ele se afastando quando eu dou um aceno.
Suspiro fundo, enquanto olho a minha volta, meu pai me trouxe pra sua incrível mansão, a casa é feita de madeira e pedras, bem rústica como ele. Eu me lembro de correr por esse quintal quando era criança, mas a gente não morava por aqui, meu pai disse que minha mãe gostava de morar na antiga casa, já que foi lá cresci e que eles sempre viveram e estava cheia de memórias. Mas meu pai disse que não aguentou ficar lá depois que minha mãe morreu e eu fui dada como morta, então ele se mudou pra mansão do meu avô onde a maioria dos assuntos da liga são resolvidos. Eu vinha poucas vezes aqui, eu diria que posso contar nos dedos, sempre ficava com a vizinha quando eles saiam ou com a babá... qual era o nome dela mesmo?
– Olhando pro nada Kelly?
Reconheci a voz na hora que escutei, então nem me virei.
– Não, apenas relembrando.
– De quando eu e você corria por esse jardim?
– De tudo. – respondi melancólica, mas afastei esse sentimento na hora e me virei e me arrependi na hora. – Vem cá por que você gosta de andar semi–nu por aí?
Killian estava com o corpo suado e apenas de jeans, o seu suor escorria pela sua pele bronzeada, seus cabelos também estava molhados o que dava um ar mais sexy, seus olhos castanhos me olhava de baixo a cima.
– Estava treinando.
– Sozinho? – Killian soltou uma risada divertida.
– Não, com um colega meu.
– E onde está esse colega? – perguntei enquanto procurava por cima dos seus ombros.
– Foi tomar um refresco na cozinha, eu também estava indo, quando vi você aqui olhando pro nada sozinha.
É ai que me dou conta, que nem escutei ou senti Killian se aproximando, e essa não é a primeira vez que ele faz isso.
– Como você consegue?
– Consigo o que?
– Se aproximar sem que eu perceba e essa não é a primeira vez.
– Ah, recebemos treinamento pra isso, sobrenaturais tem todas as vantagens se você pensar bem, mas também existe fraquezas e brechas, sempre que me aproximo de você, é sempre quando está divagando e distante.
– Não faz mais isso, eu não gosto. – resmunguei incomodada, me sinto impotente quando ele faz isso, não gosto de ser pega desprevenida.
– Kelly eu me aproximei normalmente de você, é você que deixa a guarda baixa.
Não gostei de escutar isso, me fez sentir fraca.
– Não devia estar vestindo uma camisa não Killian? – disse meu pai se aproximando com o celular na mão.
– Já estava indo fazer isso. – Killian se afastou acenando com a mão.
Virei pro meu pai e seu rosto estava serio enquanto mexia no celular.
– Está tudo bem pai? – perguntei preocupada.
– Sim, nada que você tenha que se preocupar minha coelhinha.
Algo dentro me diz que não é verdade. Agora é o meu celular que começa a tocar, eu me afasto do meu pai pra poder atender assim que vejo que é a Jane me ligando, devia ter ligado pra ela ontem, mas passei o dia com meu pai e quando cheguei em casa eu estava morta.
– Kelly?
– Oi.
– Até que fim consegui falar com você. – percebo o alivio em sua voz.
– Desculpe, estou bastante ocupada nesses últimos dias.
– Tanto que nem pode se quer da sinal de vida? Se não fosse a Isadora pra dizer que você estava viva ainda....
Meu coração se aperta de culpa, sou uma pessoa horrível, nem consegui ligar pras pessoas que me ajudaram e me aceitaram em sua família, mas eu não tinha ideia do que dizer a eles.
– Eu...
– Kelly, não acha que esta na hora de voltar pra casa?
Sinto uma pontada no meu peito quando ela diz isso, preciso de mais tempo pra voltar e lidar com tudo, acabei de me reencontrar com meu pai.
– Eu sei, mas eu preciso de mais tempo.
– Pra que Kelly? Você não descobriu nada dês que chegou nessa cidade.
– Não é verdade...olha Jane, eu não posso te dizer agora, mas logo você entenderá, só me der mais tempo, por favor.
–....
Jane fica em silencio do outro lado linha, como se avaliasse minhas palavras.
– Está bem, te dou só mais uma semana, depois terá que voltar, não se esqueça que temos um trato e que tem que ir a psicóloga como prometido e manter noticias.
– Eu sei. – suspiro aliviada.
– Kelly, não passara disso, você mesmo disse que quer se formar e como sua responsável eu não vou deixar que isso atrapalhe seus estudos e seu futuro.
– Obrigado Jane.
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Lua Vermelha
WerewolfRed Moon - franquia de Grey Moon Depois do grande trauma que sofreu Kelly resolveu ir até Nova York atrás de respostas sobre o seu passado, na carta que recebeu da diretora do seu antigo orfanato dizia que ela avia vindo de lá, mas Kelly agora carre...