Part 18

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Vem, vamos procurar um lugar legal – Sabina disse e avançou na direção em que elas haviam caminhado no outro dia.

–Para quê? – perguntou Sina, a seguindo.

–Para o nosso romântico coração – explicou Sabina.

–Ah – fez Sina. – E qual seria a localização correta de um coração na areia da praia?

–Bom, tem que ser um lugar plano – Sabina pulou um emaranhado de folhas de coqueiro – e a areia não pode ser seca ou molhada demais.

–Já fez muitos? – perguntou Sina, involuntariamente.

–Nenhum, na verdade – respondeu Sabina, enquanto Sina a alcançava e andava ao seu lado. – Minha ex não gostava muito de praia.

–Hum – fez Sina. – Acho que encontrei um bom lugar.

–Nem andamos muito – observou Sabina para si mesma, observando Sina correr até o lugar, seus cabelos ficavam brilhantes ao Sol.

Sabina a seguiu.

–Parece bom – avaliou, procurando por algo no chão. – Ache alguma coisa para escrever.

–Eu sou sua escrava, agora?

–É uma oferta?

–Não, idiota.

Sabina achou um graveto um tanto comprido e o estendeu a Sina.

–O que foi? – perguntou Sina, ainda olhando para a ripinha de madeira.

–Desenhe.

–Eu não vou desenhar o coração. Faça você.

–Você não se acha? Deve desenhar melhor que eu.

–Me elogiar não vai me convencer.

–Não foi um elogio. Não diretamente, pelo menos.

Sina suspirou, pegando o graveto e olhando a areia pensativamente.

–Ok – murmurou, desenhando rapidamente um coração redondinho. – Só isso?

–Está torto.

–Não, não está.

–Está, sim. Olhe. Esse lado está maior horizontalmente que esse.

–Está chamando meu coração de gordo?

–Eu quis dizer cheinho.

–Put... – murmurou Sina, apagando com o pé o tal lado cheinho e o refazendo. – E agora?

–Está perguntando minha opinião?

–Você vai dá-la de qualquer jeito.

–Er... Parece bom – respondeu Sabina.

–Então faça melhor.

–Como é?

–Você me fez desenhar isso para me dizer que parece bom? Qualquer um consegue desenhar um coração que parece bom! – e estendeu o graveto para Sabina.

–Você ficou ofendida... Porque eu disse que o coração que você desenhou na areia parecia bom – disse Sabina, pausadamente, tentando acreditar nas próprias palavras.

A frase pareceu chamar Sina para a realidade.

–Talvez.

Sabina suspirou.

–É o coração mais lindo do mundo. Pronto?

–Não. Você consegue fazer melhor que isso.

–É um coração digno do diário da... sei lá... Paris Hilton.

Sina pensou por alguns segundos.

–Certo. Obrigada.

Sabina rolou os olhos.

–Escreva seu nome aí – pediu.

–Por quê?

–Porque é um coração romântico escrito na areia. E corações assim têm nomes dentro.

–Você mesmo disse que nunca fez um.

–Você é uma puritana mesmo...

Sina ruborizou, ela suspirou, mas escreveu em letras finas e delicadas seu nome dentro do coração.

–Devo escrever o meu agora? – perguntou Sabina.

–Não é você a especialista em corações de areia?

–Deixa de ser dramática.

Em letras de imprensa, Sabina escreveu rapidamente seu nome abaixo do de Sina.

–Acho que o meu deveria ficar por cima – observou.

–Depois sou eu quem se acha – respondeu Sina, ainda olhando pensativamente o desenho. – E isso é estranho.

–Deixa para lá – respondeu Sabina, dando de ombros. – Vamos voltar.

–Ansiosa para fazer o almoço?

–Vou te envenenar.

–Vou pedir para você provar primeiro – respondeu Sina, andando do lado de Sabina no caminho de volta.

–Posso colocar o veneno só no seu prato.

–E eu vou pedir para trocarmos de pratos.

–Então vou colocar no meu prato, achando que você vai pedir para trocarmos de prato.

–E eu vou te enganar e não vou trocar de prato.

–Aí vou ter que ir até a cozinha e jogar minha comida no lixo.

–Você não faria isso.

–Por que não?

–Por que há pessoas passando fome no mundo.

–Se eu comer elas vão continuar com fome.

–Sua consciência é algo fantástico.

Chegaram à porta da cozinha.

–Nem andamos muito – comentou Sabina.

Sina deu de ombros.

–Vou tomar um banho enquanto você faz o almoço.

–Não se esqueça de arrumar a mesa depois.

–Eu sei. O que vai fazer para o almoço?

–Depende. Que roupa você vai colocar?

–Não sei – respondeu Sina, confusa.

–Se colocar o vestido verde que eu te dei, pode escolher o prato.

–Qualquer um?

–Qualquer um.

–E se você não souber fazer?

–Eu invento.

–Humm... certo. Vou colocar o vestido verde e você vai fazer espaguete com molho vermelho.

–Só isso? Que fácil. Vou achar que você está doida para usar o vestido.

–Ele realmente vestiu bem – respondeu Sina, dando de ombros. – Como qualquer coisa que eu uso – acrescentou, satisfeita.

–Você n...

–Vamos continuar essa animada discussão no almoço – cortou Sina. – Me deixe tomar banho e – ela abriu um sorriso – se divirta empregada.

E saiu saltitando, deixando uma Sabina aparvalhada para trás.

X---X

The Experiment || SibinaOnde histórias criam vida. Descubra agora