Part 32

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Sina se espreguiçou, se deitando no sofá, Sabina estava no banheiro lá em cima, mas logo voltaria para a tão 'aguardada' discussão de relação. 

"Sinceramente, o que Sofya tinha na cabeça?" Sina se imaginou discutindo a relação com Sabina:

"Eu te odeio, passei por situações odiosas com você, vou te odiar para sempre. Não era bem o que Sofya iria querer que Sabina ouvisse, não era? Então por que essa ideia ridícula? A não ser que ela ache que eu vou dizer outra coisa", pensou Sina. "Ha. Sem chance". Sabina desceu as escadas e, ao chegar à sala, se sentou na poltrona ao lado de Sina. 

Em um dia que parecia ter sido há séculos atrás, Sabina a havia feito chorar bem ali. "Mas agora não", Sabina pensou, segura.

–Pode começar – disse Sabina.

–Por quê?

–Porque eu falei primeiro. 

–Isso está me cansando. 

–Não custa nada...Comece...

Sina a olhou profundamente.

–Por favor...

- Tudo bem, desisto, por onde quer que eu comece?

–Depois de quatro dias e meio aprisionada comigo... como se sente? 

Sabina a analisou por alguns segundos.

–Eu não sei.

Era tudo que Sina não queria ouvir.

–Aah... não sabe.

–Não, não sei. Às vezes, eu quero matar você. Outras... er... 

–Ok. Esquece.

Sabina sorriu.

–É. Você pegou a ideia. Às vezes, eu te odeio. Às vezes, eu gosto de você. 

–Gosta em qual sentido? – perguntou Sina, sem se conter, se arrependendo meio segundo depois.

Sabina a observou detalhadamente.

–Não sei. Quando eu descobrir, você será a primeira a saber. 

Sina mordeu o lábio.

–Certo. Estou na mesma situação. 

–Gosta de mim, então?

–Da mesma forma que você gosta de mim: eu não te desgosto. 

Sabina quase riu.

–Acho que você não entendeu. Não estou indiferente. Eu gosto de você, só não sei se é um gostar...

-Saudável – sugeriu Sina.

–Gostar de forma apaixonada é saudável – retrucou Sabina, franzindo o cenho. 

–Não para nós.

–Por que não?

–Porque... er... – e, pela primeira vez, Sina não conseguiu pensar em nada.

Sabina parecia ter lido a mente de Sina.

–Acabamos de confessar que não nos odiamos. Por que, afinal, não poderíamos estar apaixonadas? 

Sina abaixou a cabeça, mordendo o lábio.

–Por que eu não me sinto atraída por mulheres, talvez? 

–Podemos manter um relacionamento puro e inocente.

Sina riu, a tensão se dissipando.

–Você é inacreditável!

Sabina sorriu, o ego amaciado. 

–Vamos pular esse assunto agora, o próximo item é o futuro. Como você acha que vai se sentir em relação a mim quando essa semana acabar?

–Se eu mal sei como se sinto agora, como vou saber como vou me sentir? 

–Você pode ter sonhos. De uma grande família feliz, por exemplo, com crianças e um cachorro – disse Sabina, fazendo-a rolar os olhos. 

–Talvez o cachorro, mas não as crianças. 

Sabina abriu um sorriso enorme.

–Muito bem, então. Trocamos as crianças por outro cachorro.

–E você? Como vai se sentir?

Sabina semicerrou os olhos em direção a Sina.

–Não sei. Sinceramente, não faço ideia. Vamos aceitar temporariamente a hipótese da grande família feliz.

–Nada de grande família feliz, eu só estava brincando. Eu não gosto de você assim. 

–Você não sabe. Nem eu – mentiu Sabina. – Você pode descobrir que me ama. 

–De hoje para amanhã? – perguntou Sina, cética.

–Claro. Em uma noite na mesma cama que eu, posso fazê-la concordar em ser minha esposa facilmente. 

Sina virou os olhos, as bochechas ficando vermelhas. 

–Nos seus sonhos. E dá para controlar o seu ego?

Sabina sorriu.

–Provavelmente não.

–Acho que acabamos nossa discussão.

–Foi divertido.

–Adorável. 

–Descobri que você me ama...

–Mentira.

–Verdade, você só não sabe ainda... 

–E eu descobri que você me ama! – atacou Sina. 

–Foi tão óbvio assim? – brincou Sabina. 

Sina jogou uma almofada que deveria acertar Sabina no rosto, mas ela a agarrou no ar.

–Você me irrita.

–Você já disse isso. Roteiro?

Enquanto Sabina lia, Sina rolou os olhos.

–Descobri meu sentimento do futuro com você. Você vai me irritar para sempre.

–Para sempre com você? É uma perspectiva animadora. 

The Experiment || SibinaOnde histórias criam vida. Descubra agora