Depois de chegar em casa, embriagada e dormir profundamente durante o restante da noite e parte da manhã, acordei decidida a aceitar a proposta de Otávio. Talvez fosse meu lado geminiano falando mais alto, ou a curiosidade ardente para descobrir os verdadeiros motivos que o levaram a me convidar para aquele casamento. Ou então apenas meu lado dominador falando mais alto depois de vê-lo apanhar em público, somado à ideia de fazê-lo pagar mais caro para transar comigo depois de provar sua performance na noite anterior.
Era um pouco mais de 11 horas da manhã naquela segunda-feira, quando adentrei seu escritório luxuoso na Avenida Faria Lima. Eu estava vestida como a Barbie fashionista versão morena que eu era. Caminhei graciosamente em direção à sua sala, exibindo uma blusinha de alças brancas que, de forma discreta, realçava a beleza dos meus seios sem sutiã, e uma saia de alfaiataria azul que, combinado com os scarpins bege, alongava perfeitamente as minhas pernas esculturais. Sem esperar convite algum, sentei-me com confiança na poltrona em frente à mesa de Otávio.
- Parece que você voltou para terminar o que começamos ontem - disse Otávio, sem meias palavras, enquanto servia uma dose de uísque para si mesmo em um canto. Ele estava elegantemente vestido sem seu palito, as mangas da camisa cuidadosamente arregaçadas, revelando sua tatuagem no antebraço. A iluminação da sala parecia torná-lo ainda mais atraente, fazendo com que eu fantasiasse sobre momentos mais íntimos naquela mesa de mogno entre nós.
- Ou talvez eu seja praticante de BDSM e queira te dar algumas palmadas - respondi, com um tom bem-humorado, mordendo levemente meus próprios lábios, cheia de pensamentos impuros que percorriam minha mente.
Otávio ignorou meu comentário, provavelmente sentindo o gosto da humilhação ainda em sua língua.
- Eu não tenho nenhuma bebida doce aqui, mas podemos preparar café, chá ou algum suco se preferir, Esther - comentou ele, se aproximando e encostando-se na mesa em minha frente.
- Eu nunca disse que preferia bebidas doces, Otávio - comentei, estendendo a mão para pegar a bebida que Otávio segurava. - E meu nome verdadeiro é Lívia.
Otávio riu surpreso e me passou o copo.
- Lívia é um nome bonito, mas eu já sabia.
A suave lembrança dele sussurrando meu nome de batismo na noite anterior surgiu em minha mente como uma melodia, uma doce e sensual canção que eu desejava ouvir em meu ouvido repetidas vezes, especialmente se ele a sussurrasse enquanto estávamos imersos em êxtase. Sorri em agradecimento pelo elogio e dei um gole na bebida, saboreando o líquido âmbar sem fazer uma careta sequer. Parecia que ele estava curioso e talvez um pouco surpreso; as mulheres em seu círculo social eram, provavelmente, todas refinadas e elegantes, algo que eu definitivamente não era.
- Irlandês? - Questionei, devolvendo o copo para ele.
- Irlandês, - confirmou o moreno ao pegar o copo e me observar através do cristal marcado pelo batom dos meus lábios. Não parecia nojo, mas sim uma forma de admiração silenciosa onde seu sorriso travesso entregava o jogo. Otávio terminou a bebida e colocou o copo sobre a mesa, deslizando as mãos nos bolsos de sua calça sob medida. - Estou curioso sobre a sua visita ao meu escritório.
Passei suavemente meus dedos pelos meus cabelos, deixando que alguns fios caíssem graciosamente sobre meu pescoço enquanto ele falava. Meus olhos fixos nos seus, percebi seu olhar se desviar para minha pele exposta, revelando a atração que ele tentava disfarçar. Que mentiroso, pensei enquanto preparava minha resposta.
- Você me fez uma proposta - sussurrei.
- Você a rejeitou - ele respondeu.
- Não acredito que a vaga tenha sido preenchida tão rapidamente - desafiei.
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Eu Tenho Um Segredo (Acompanhante de Luxo)
RomanceVivendo sob o nome de Esther Prado, a ambiciosa Lívia Martelli desbrava os corredores da alta sociedade paulistana. Estudante de Moda dedicada, ela equilibra a vida acadêmica com o trabalho de acompanhante de luxo de magnatas e políticos brasileiros...