PEDRO FERRAZ
Depois da aula, só passei na minha casa para deixar meus materiais. Em seguida, fui para a Lanchonete Estrelas Naturais, conversar com Renata. Ainda não tive a oportunidade de falar com ela sobre seu sonho de ser atriz.
Assim que passei por uma das portas, encontrei Renata limpando uma mesa, distraída, e de costas para mim. O lugar estava um pouco vazio. Poucas mesas ocupadas. Joanne estava conversando com Gabrielle no balcão.
Agradecia por Joanne ser única garçonete contratada que trabalhava no horário de Renata. Porque, se fosse Cesar… bom… eu não gostaria nenhum pouco. Principalmente porque os dois já tiveram um relacionamento no passado. E, mesmo depois de terem terminado, eles continuavam amigos.
Eu sei que era errado pensar assim, mas preferia quando a lanchonete estava mais vazia. Dessa forma, Renata podia conversar um pouco mais comigo ao invés de só ficar trabalhando.
Eu sei que ela gostava de ser garçonete da Estrelas Naturais. Quando os pais dela pensaram em contratar mais alguém para o período da tarde, Renata não deixou. Disse que dava conta do trabalho junto com Joanne. Mas, esse seu trabalho fez com que ela descuidasse de outras prioridades. Como seu sonho de ser atriz.
Aproximei dela com cuidado e passei um braço por sua cintura. Ela nem ao menos se surpreendeu. Eu nem tinha mais a capacidade de assustar ela. Renata me cumprimentou. Dei um beijo em sua bochecha e lhe soltei. Em seguida, fui até uma das cadeiras do balcão, onde me sentei depois de cumprimentar as outras duas. Ela veio atrás de mim e ficou do outro lado.
— Esqueci de te perguntar na escola. Mas, o que Evelina queria com você ontem? Quero dizer, era alguma coisa séria? — Rê me perguntou.
— Ela queria que eu ajudasse Cecília a ficar mais famosa. A se tornar uma cantora mais conhecida. Sabe, profissional. — expliquei.
Resolvi não contar a ela sobre o que meu pai disse. Melhor não criar expectativas. Tanto em Renata, quanto em Cecília. Quero dizer, sabia que minha melhor amiga de infância era uma cantora fantástica. Mas, era melhor não arriscar decepcionar as duas.
— E você? Consegue fazer isso?
— Bom… eu falei com meu pai. Ele vai ver o que pode fazer. Você sabe por que ela não foi à aula hoje?
Ela deu ombros. Apesar de que eu tenho uma leve impressão de que ela disse que iria ao dentista um dia desses. Ou será que era algum exame de rotina? Ou uma consulta? Ah, não fazia a mínima ideia.
Renata entrou na cozinha e voltou pouco depois com dois copos de suco. Um era de limão, que ela me entregou. Outro de morango, para ela. Em seguida, pegou dois broweet que estavam expostos no balcão. E me estendeu um.
Nós dois tínhamos uma conexão incrível. Ou era ela quem era incrível? O fato era que antes mesmo de eu fazer o pedido, ela sabia o que eu queria. Ela comia seu broweet com recheio de requeijão, bem distraída. Aproveitei para observar ela melhor. Renata era tão linda. Será que ela tinha noção do quanto deixava muitos garotos babando por ela? E que eu era um deles? Aposto que ela nem sabia que muitos meninos só apareciam na lanchonete por causa dela.
Renata olhou para mim, me pegando no flagra. Nem tive tempo de desviar o olhar. Ela abriu a boca para falar alguma coisa. Porém, antes que dissesse algo, Cecília se aproximou de nós, nos cumprimentando. Ela sentou em uma banqueta ao meu lado.
— Eu queria falar com você. — Cecília falou para mim — Você não precisa fazer nada. Ontem, minha mãe exagerou. E muito. Você sabe que minha mãe não é normal.
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Sonhos Possíveis [Concluído]
Teen FictionQuatro amigos diferentes. Quatro sonhos distintos. Quatro caminhos que podem se cruzar no futuro. Renata, Cecília, Pedro e Ricardo são amigos, com características próprias, mas que compõem uma amizade forte e verdadeira construída ao longo dos ano...