Capítulo 10: Pedro Ferraz / Renata Martins / Cecília Britto

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PEDRO FERRAZ

Saímos do palco sendo aplaudidos pelos clientes da lanchonete. Ou melhor, grande parte das palmas era direcionada a Renata. Ela foi incrível. Ao contrário de mim. Eu não errei. Mas, em comparação com ela, eu fui muito ruim.

A primeira coisa que eu fiz quando estávamos escondidos pela cortina, foi dar um abraço apertado em Renata, tirando ela do chão. Espero que ela tenha conseguido entender o quão talentosa ela é. E que não deveria desistir de seus sonhos.

Não tivemos muito tempo para conversar. Cecília precisou se trocar as pressas. Ainda tinha o show para fazer. Ricardo e Renata iriam trabalhar. E eu tinha que saber da opinião do amigo do meu pai.

Dei um beijo no rosto de Renata e a parabenizei mais uma vez pela apresentação. E fui até o meu pai. Henry e seu filho estavam sentados na mesma mesa que meus pais. Me aproximei devagar para escutar o que eles falavam. Porém, devido ao barulho, só ouvi a conversa quando estava bem próximo.

— Aquela menina que fez a Jullia foi muito bem. Quero dizer, os outros também se saíram bem. Mas, ela foi a quem mais se destacou. — Henry falou ao meu pai.

Ele foi bem gentil ao dizer que os outros se saíram bem. Bom… pelo menos eu não fui. Mas, quem importava de verdade era que Renata chamou a atenção dele. Era um bom sinal.

— Seria uma ótima atriz. — falou o tal do John. Não fui com a cara desse atorzinho.

— Renata. — meu pai falou — Era dela que eu falei com você.

— Pelo visto, você tinha razão. Não foi perda de tempo vir aqui. — comentou Henry.

Eu estava bem mais próximo da mesa. Cumprimentei Henry e seu filho. E fiquei de pé atrás da minha mãe. De onde estava, tinha uma visão privilegiada. Conseguia enxergar Renata conversando com o pai, que entrava na cozinha.

Ela estava com um sorriso radiante no rosto. E… foco, Pedro! O importante, no momento era saber da opinião de Henry sobre a apresentação de Renata.

— Gostaram? — perguntei, desviando da garçonete mais linda do Estrelas Naturais.

— Sim.  — foi minha mãe quem respondeu, olhando para mim. — Foi muito bom o teatro. E você…

— Não precisa falar. — interrompi minha mãe — Sei que fui péssimo. Mas, Renata se saiu muito bem. E é isso que importa.

— Ela daria uma ótima atriz. Tenho certeza que um dia vou contracenar com ela. — o tal do John falou.

Pena que ninguém te perguntou. Que garoto intrometido. Espero que Renata nunca atue junto com ele. Ou, pior, e se fizerem um par romântico? Droia! Tinha me esquecido que, se Renata se tornar uma atriz profissional, ela teria que fazer diferentes tipos de cenas.

Calma, Pedro, não sofra por antecipação. Se eu sobrevivi vendo ela namorar com uns quinhentos garotos, vou sobreviver a ver ela fazendo papéis de namorada (desde que não seja com esse John). Afinal, seria apenas atuação. E, eu já vi ela com namorados reais.

— Pedro!

Ouço alguém me chamar. Torcia para que fosse Renata. Mas, era Fernanda. Fui até ela, ignorando o comentário de John. Mesmo de costas, sinto o olhar furioso do meu pai. Mas, não me importei. Queria ficar longe daquele atorzinho idiota. E pedia para que Renata tivesse os mesmos pensamentos que eu.

☆ ☆ ☆ ☆ ☆

RENATA MARTINS

Sonhos Possíveis [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora