Capítulo 4

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- Cuíca Narrando -

O tempo que a Nat ficou comigo foi em silêncio, eu até iria falar algo mas sabia que ela não estava pra conversa. Depois de um tempo ela subiu e eu imaginei que ela tinha ido conversar com o Kauã, um tempo depois eu escutei barulho na escada e quando vi era o carinha.

- Tá doendo ainda? - perguntou assim que desceu as escadas

- Um pouco - falei olhando pra ele

- Desculpa por isso - falou e eu assenti

- Você tava no seu direito - falei e ele negou

- Eu não deveria ter me metido na briga de vocês - falou me olhando

- Mas não se arrepende pelo chute - falei tentando entender

- Não - confessou e eu ri baixo, se fosse outro eu ficaria com raiva mas eu sei o quanto esse garoto ama a mãe

- Tudo bem - falei e ele se sentou ao meu lado

- Você é burro - falou de repente

- Obrigado? - perguntei irônico

- Cara, a minha mãe falou que te ama e você ficou igual um pastel - falou e eu passei a mão no rosto

- Ela nem me deixou falar - me defendi

- Por que um ser tão lento? - revirou os olhos

- Ou - bati levemente na cabeça e ele riu

- Se você fosse esperto teria puxado ela e abraçado, pra acalmar e ainda iria rolar um beijo - falou simples - E quem sabe o tal sexo de reconciliação

- Verdade - falei pensativo - Como você sabe essas coisas?

- Meu dindo me falou - contou - Você tem que ir falar com a minha mãe

- Ela não quer falar comigo - falei e ele negou

- Quer sim, acredite - falou me olhando

- Ela disse que não - falei e ele riu

- Uma vez o meu pai disse que sempre que eu tivesse errado eu deveria ir atrás da pessoa e conversar - falou e pareceu pensativo - Ele sempre se desculpava com a minha mãe, até por combinar algo e desmarcar, acredita? Meu dindo vivia cantando uma música de cachorrinho pra ele

- Por ele ir atrás? - perguntei e ele confirmou - Mas tá certo

- Sim, até porque se vacilar demais vem outro e leva - falou e eu bufei - E você tá errado

- Eu sei - falei olhando pra ele

- Vou te ajudar - falou sorrindo

- Lá vem - falei rindo baixo

Fiquei conversando com o Kauã e ele me convenceu a fazer um brigadeiro pra Nat, ela gostava e era uma boa forma de começarmos a conversar.

- Como faz isso? - perguntei olhando pra ele quando entramos na cozinha

- Esse tempo todo com a minha mãe e não sabe - negou com a cabeça

- Vai ajudar ou não? - perguntei olhando pra ele

- Coloca o leite condensado - falou e eu fiz o que ele falou - Uma colherzinha de manteiga

- Quanto de nescau? - perguntei pegando o pote

- Vai colocando - falou e eu comecei a colocar - Ta bom! Agora mistura, liga o fogo e vai mexendo até virar um brigadeiro

- E quando vira? - perguntei e ele guardou a manteiga na geladeira

NatháliaOnde histórias criam vida. Descubra agora