Capítulo 34

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Maratona 5/5

No dia seguinte eu levantei bem cedo e me arrumei pra ir para o hospital, chamei o Gabriel e depois que tomamos café eu deixei na escola. Assim que eu cheguei participei de uma reunião que durou 2 horas mais ou menos, quando acabou eu fui pro vestiário, coloquei o pijama, vesti o jaleco e fui a caminho do quarto do meu paciente mas no meio do caminho ouvi uma conversa entre dois internos.

- O cara tá com um spray de cabelo no reto - falou rindo

- É muito viado - o outro falou rindo

- Os dois comigo - falei sério e eles me olharam com um pouco de medo pelo susto mas me seguiram - Corredor não é lugar pra esse tipo de conversa, tem que ter respeito pelos pacientes aqui dentro e lá fora pelas pessoas

- Chefe, é engraçado um viado com um objeto preso no - um deles começou a falar tentando pegar intimidade mas eu continuei sério, percebi logo que o outro estava cheio de medo

- Eu não sou homofóbico - o outro falou rápido - E se ele é gay é paciente igual outro qualquer

- Deixa de ser estúpido - revirei os olhos - Homens gays sabem como usar objetos sexuais sem perde-lo pelo corpo

- Mas ele é gay e não - voltou a falar e eu interrompi o mesmo

- Isso é burrice de homem hétero - falei sério - Apenas isso

- Me desculpa mas homem de verdade não faz isso - o outro falou e eu neguei com a cabeça

- Homem de verdade debocha no meio do corredor? - perguntei sério - E caso tenha perdido a aula, o centro de prazer fica dentro do canal anal de todo homem, gays ou héteros

- Verdade - o outro falou baixo

- Cardoso - chamei quando o mesmo estava passando

- Fala aí - se aproximou

- Pode levar pra emergência e usar para tratarem todos os abscessos e o que mais você quiser - falei e ele sorriu em provocação sabendo que era castigo

- Podem ir - falou e eles saíram fazendo careta

- O que rolou? - perguntou e eu contei a história - Como tem esse pensamento e decide ser médico? É de uma babaquice sem tamanho

- Se acham os fodões fazendo isso - falei e ele concordou

- Bom que eu estava com saudades de maltratar interno - falou e eu acabei rindo

- Aproveita - falei rindo

- Eu vou mesmo - garantiu rindo e eu saí indo em direção ao andar dos quartos

- E aí, João - falei animado entrando no quarto do meu paciente - Preparado pra essa batalha?

- Eu quero me livrar desse tumor mas só não me anima ficar acordado enquanto isso acontece - falou e eu ri baixo

- Assim eu fico achando que você não confia em mim - falei ligando o ipad e mexi rapidamente no mesmo

- Lógico que confio - me olhou - Se não nem deixaria você abrir a minha cabeça

- Já tá indo? - a esposa dele perguntou entrando no quarto

- Ainda não - neguei e ela se sentou na cama

- Eu tô nervosa - ela falou me olhando e apertou a mão no marido

- Prometo dar o meu máximo - falei e ela sorriu

- Quando tempo de cirurgia? - perguntou me olhando

- Pode durar de 4 a 8 horas - falei e ela arregalou levemente os olhos

NatháliaOnde histórias criam vida. Descubra agora