Capítulo 7

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Acabou que ficamos mais quatro dias no apartamento, eu conversava direto com o Éverton e ele ia me contando como as coisas estavam por lá, conversei com o Rael e ele disse que o negócio realmente estava sério lá.

- Vamos voltar hoje - falei entrando em casa com o Kauã

- Hoje? Por que? - perguntou tirando e se sentou no sofá

- Por que o Éverton avisou que já está tranquila pra voltar - falei e deixei a bolsa no sofá

- Ah, vamos ficar mais - pediu ligando a tv

- No início você nem queria ficar aqui, né? - falei olhando pra ele

- É, mas estamos indo pra praia todos os dias, é mais perto da casa da maioria dos meus amigos e tem várias coisas legais por aqui - falou contando nos dedos

- Você tem amigos lá no morro e tem um monte de coisas legais por lá - falei e ele deu de ombros - E a sua família

- Eu tô falando todos os dias com todo mundo no whatsapp - falou dando de ombros - Quando nós sentirmos muito saudades nós voltamos

- Não existe essa possibilidade - falei e ele bufou - Iremos subir hoje

- Poxa, mãe - reclamou - Eu quase nunca te peço algo, o que custa ficarmos mais uns dias aqui?

- Quase nunca me pede algo? - perguntei em tom de deboche

- Só as vezes - falou e eu ri baixo

- Não - falei firme

- Caraca hein - falou e eu me levantei

- E nem adianta me chamar de chata - falei e ele me olhou confuso

- Eu não falei nada - falou e eu arqueei a sobrancelha

- Mas pensou - falei indo em direção ao quarto e escutei a risada baixa dele

Nós chegamos no morro quase no final da tarde, mandei uma mensagem para o Éverton avisando que tinha chegado e fui tomar o meu banho, assim que saí do banheiro dei de cara com o Éverton sentado na cama.

- Aconteceu alguma coisa com o Kauã? - perguntou assim que me viu

- Como assim? - perguntei confusa

- Nem quis papo direito comigo - falou e eu peguei uma calcinha no armário

- Isso se chama adolescência - falei e ele assentiu - Daqui a pouco tá normal

- Menos mal - falou e eu me vesti - Agora vamos conversar

- Eu - comecei a falar mas quando olhei pra ele percebi que o braço do mesmo estava bem machucado - Que isso?

- Caí - falou olhando pro braço

- Aonde? - perguntei indo pro banheiro

- Os cu azul tentou me pegar e eu tive que pular umas lajes aí - falou quando eu voltei com uma caixinha na mão

- Em tempo de levar um tiro - falei me sentando ao lado dele

- Faz parte - falou dando de ombros

- Você não tem medo de morrer? - perguntei pegando as coisas na caixinha e comecei a cuidar do machucado

- Não - falou simples - Sei que corro esse risco, todo mundo corre na verdade, mas o meu é um pouco maior

- E as pessoas que te ama? - espirrei um remédio no algodão e comecei a passar no machucado

- Ah, eu não sei - falou baixo - Nem parei pra pensar nisso

- Alguém foi preso? - perguntei olhando pra ele

NatháliaOnde histórias criam vida. Descubra agora