Armário de Vassouras

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— Eu não sei quem estava pensando nessa brincadeira idiota, mas não tem graça. — Harry cuspia as palavras, furioso com os amigos. Não estava necessariamente irritado por causa da brincadeira, e sim porque Hermione e Rony continuavam negando com veemência estarem mentindo para ele.

Eles cabularam as últimas duas aulas após Potter começar a ter um colapso nervoso em pleno corredor. Gostava de uma boa pegadinha, mas havia limite para tudo, e aquilo havia passado da hora de ser anunciado como encerrado. — Foi o Simas, não foi? Ele deve ter planejado isso depois de eu ter colocado umas bombinhas no travesseiro dele no ano passado. Só pode ser ele. — Andava de um lado para o outro, os amigos não sabendo exatamente o que falar. — Ou talvez seja a Gina, guardando rancor por conta do término? Mas não faria sentido, pois nós estávamos tranquilos um com o outro. Quer saber? Não sei quem foi, e também não quero saber. Só esperava mais de vocês dois.

— Harry, juramos estar falando a verdade. A gente- — Hermione foi interrompida por um Rony se contorcendo para não rir. Ele estava tão vermelho quanto os cabelos e as sardas claras desapareceram no enrubescimento do rosto. — O que foi?

— A pegadinha...com Simas...— Rony ofegava. — Ele levou um susto tão grande que bateu com o traseiro no chão. Parecia uma tábua, a bunda dele tinha achatado! E ficou um mês sentando de uma maneira engraçada. — Hermione fitava o ruivo como uma predadora e ele fosse sua próxima presa, dando uma cotovelada forte nas costelas do menino que arquejou de dor.

— Maldição, Mione! Você quer me matar? — Rony passou a massagear a área do corpo dolorida. Pela expressão no rosto da namorada, o ruivo temeu que a resposta fosse "Sim".

— Não vê que estou tentando mostrar para Harry que não fizemos nada? Você podia me ajudar, não está entendendo as coisas tanto quanto eu! — Virou-se para Potter, o rosto preocupado. — Harry, como eu ia dizendo, não fazemos parte de nenhuma brincadeira.

— Eu já entendi, Mione. — Harry pegou a bolsa pela alça firmemente, enganchando no ombro direito. A raiva crescendo como um incêndio dentro de si. — Pelo comportamento de Ron, me parece claro que vocês acham muito engraçado o que estão fazendo. Quando quiserem pedir desculpas, sabem onde me encontrar. — E com isso dito, deixou o casal sozinho na biblioteca.  Achavam ele burro o suficiente para cair em algo como aquilo? Harry podia ser um bom bruxo, mas sabia que ninguém magicamente era esquecido, principalmente uma personalidade tão...marcante, quanto a de Draco Malfoy. E o que mais o irritava, era que ele era vítima da mesma brincadeira que o loiro, como se estivesse sendo de alguma forma igualado a ele.


Subiu a escadaria sem rumo, não querendo ir para o Salão Comunal da Grifinória, com medo de se encontrar com Ron e Hermione por lá. Precisava colocar a cabeça no lugar. Só percebeu que estava em frente a sala de aula de Poções quando tropeçou em uma armadura no corredor. Ouvia gritos vindo de dentro da sala, e se pôs a espiar por entre as portas entreabertas. Não se surpreendeu quando reconheceu quem estava gritando.

— Professor Flitwick, não sei o que está acontecendo. Isso é algum castigo diferenciado de meu pai? Isso é por conta de eu ter traído o Lorde das Trevas? Senhor, por favor, me responda! — Draco estava em frente a mesa do falecido professor Snape, onde Flitwick lia um livro calmamente. O professor passara a se aperfeiçoar em poções para poder lecionar a matéria aos estudantes enquanto não achassem um novo professor para o cargo. O estômago de Harry pareceu se esvaziar como uma bexiga e se comprimir até virar uma bolinha de dor que percorreu o corpo de Harry, arrepiando seus pelos e aguçando seus sentidos.

Flitwick parecia não ver Malfoy também. Ignorá-lo. — Senhor...— Draco dizia com uma voz inconfundível de choro. — Ninguém olhou para mim hoje. Eu fui até o dormitório e minhas coisas sumiram! Eu fui expulso? Estou passando por algum tipo de alucinação? Por favor, me ajude. Eu sinto como se.....como se eu não existisse, senhor.

O Garoto Que Foi Esquecido • DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora