Harry estava tão distraído que esbarrou em cinco pessoas até virar ao corredor para a biblioteca, a qual ele errou o caminho duas vezes. O mundo parecia girar sob seus pés, querendo que ele dançasse conforme a música desesperadora que ecoava por sua cabeça: seus pensamentos. Queria tanto que aquilo fosse uma brincadeira que amaldiçoou a si mesmo por ter se irritado com a ideia. Seria bem melhor se a situação que se encontrava, que agora tinha certeza que era real, fosse apenas uma pegadinha idiota.Como se não bastasse o problema que se encontrava em suas mãos, seu estômago doía com a lembrança de quando saiu furioso da biblioteca, deixando um Rony e uma Hermione confusos para trás. Sentia a culpa por ter se enfurecido com os melhores amigos. Pensando bem, depois de tudo o que passaram, tantas oportunidades para abandonar Harry, traí-lo, caçoar dele, como passou pela cabeça de Potter que os amigos fossem mentir para ele? Mais uma vez, havia deixado seus nervos guiarem-no para o erro, mas era inevitável, ele era tão impulsivo quanto Sirius fora um dia, e não ouvia ninguém quando tinha uma ideia impregnada na cabeça.
Os outros alunos de Hogwarts passavam por ele como águas furiosas em volta de uma pedra, e Harry se perguntou se sua expressão estava tão mortificada quanto imaginara, porque duas pessoas perguntaram se ele estava se sentindo bem enquanto ele corria apressado, e as outras o olhavam apreensivos. Sabia que estavam pensando que havia algo seriamente errado, pois se Potter estivesse com problemas, então toda a escola estava. Ele quis xingar alto mas se conteve, apressando o passo que já estava bem rápido.
Ouvia os passos apressados da última pessoa no mundo com a qual gostaria de passar por aquela experiência, tropeçando atrás de si tentando acompanhar seu passo. Malfoy estava tão absorto em suas próprias reflexões que não caçoou de Potter quando ele quase caiu de cara no chão por cinco vezes, nem quando errara o caminho para a biblioteca, pois estava tão assustado quanto o moreno. Harry olhou para trás e fitou o rosto pálido e fino de Draco, que mordia os lábios como se estivesse contendo um grito e mantinha os olhos no chão, olhando para os próprios pés enquanto corria. Os dois estavam quase chegando às grandes portas de carvalho da biblioteca de Hogwarts, quando Harry viu, por trás de uma pilastra de sustenção enorme que continha um quadro de avisos para as próximas datas dos jogos de quadribol, dois vultos pretos se agarrando, e quando estava prestes a falar alguma coisa, ouviu Draco atrás de si.
— Pansy. — Murmurou, a voz rouca e assustadoramente frágil. A garota se agarrava ao pescoço de um garoto da Corvinal, beijando-o loucamente como se não estivesse em um corredor movimentado. Parecia mais uma espécie de luta livre, tão agressiva era a cena. Harry não sabia o que mais o chocava, Pansy se metendo com um garoto que não fosse da Sonserina, alguém se interessar por ela, ou a expressão quase triste no rosto de Draco. Para Harry, o loiro tinha a mesma profundidade emocional de uma colher de chá.
— Ela era a sua namorada? — Perguntou antes que pudesse controlar a boca curiosa. O menino olhou para ele e sua expressão mudou rapidamente para enojada. Harry se arrependeu instantaneamente.
— E isso é da sua conta, Cicatriz? — Olhou uma última vez para a garota e rumou para as portas da biblioteca. Parecia determinado. Harry o seguia de perto, atravessando o portal e se deparando com a infinidade de livros e o cheiro de incenso que impregnava o lugar. Informou á bibliotecária, irritada como sempre, sobre o que viera fazer ali. Falou qualquer coisa sobre estudos de Herbologia sobre ervas venenosas e logo teve o acesso autorizado. Draco não precisou dizer nada, pois ela não o via. Harry demoraria a se acostumar com isso. — Vamos, não quero me demorar muito junto aos seus amiguinhos da ralé.
— Ah, a donzela tem planos depois daqui? — Harry respondeu, ríspido. — Está com medo de ser visto com grifinórios? Ou se esqueceu que está invisível, cabeção?
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O Garoto Que Foi Esquecido • Drarry
FanfictionUm desejo feito por Harry Potter faz com que todos esqueçam da existência de Draco Malfoy, e apenas Harry pode vê-lo e lembrar-se dele. Agora, ele precisa se decidir entre ajudar a alguém que sempre o detestou, ou sucumbir ao ódio que veio alimenta...