07⠸ CAPÍTULO SETE

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O horror a dominou quando os olhos de Uriah finalmente entenderam o que havia acontecido ali

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O horror a dominou quando os olhos de Uriah finalmente entenderam o que havia acontecido ali.

Um massacre. Em todo o acampamento. Todos ali estavam mortos.

Voando em formação de ataque, o esquadrão levou apenas alguns minutos de voo para chegarem na clareira em que o acampamento de Jian deveriam estar. Se estendendo em um círculo por três quilômetros, a única coisa que se podia ver eram corpos illyrianos destruídos por todo a superfície visível. Várias armações ainda pegavam fogo e o cheiro da fumaça misturado ao do sol queimando a carne revelava que não fazia muito tempo do ataque.

Eles não conseguiriam fugir por muito tempo com um acampamento daquele tamanho, então eles se certificaram que quem não poderia ir com eles também não pudessem falar nada. A garganta de Uriah fechou, segurando um choro de raiva. Um grupo tão grande quando aquele era formado por dezenas de guerreiros, seus familiares, curandeiros, idosos, crianças. Toda uma sociedade com centenas de illyrianos e Jian covardemente pegou seus soldados e exterminou todos que não sabiam ou não podiam lutar.

Linhas escarlate estavam por todo o acampamento, a cor sendo ressaltada pelo branco do gelo, fazendo ser impossível não notar e se assustar com a visão. Rios de sangue enegrecido conectando os corpos que se espalhavam por dentro e fora do acampamento, eles jaziam como se tivessem, em uma ínfima esperança, tentando fugir da fúria de seu próprio capitão e seus soldados, aqueles que prometeram morrer para protege-lo. Um juramento que foi cruelmente jogado ao limbo.

Andando por entre as barracas rudemente cortadas, se via mais e mais corpos sem vida. Em uma barraca que mal se mantinha em pé, ela viu dois illyrianos, o maior era uma fêmea adulta e suas asas tinham sido cortadas pela metade, com os ossos da envergadura saindo pela carne, o pingar do liquido vermelho manchando a manta bege quem estava em baixo deles, seus braços rodeavam um filhote que mal devia ter seus cinco anos, os dois mutilados. Virou o rosto, mas para onde olhava ela via o rosto da morte.

Eles não precisavam de toda aquela selvageria, pensou, os illyrianos ali não iriam reagir ou lutar de volta e existiam tantas formas de matar rapidamente, mas eles escolheram matar devagar, deixar seu próprio povo morrer sangrando. Um filhote não tinha a mínima chance de vencer um guerreiro adulto, aquilo tudo era uma sangrenta mensagem. Eu não tenho medo da fúria do Grão-Senhor, cada illyriano mutilado ali dizia. E por que teria? Na visão dos illyrianos, inclusive aqueles que ainda eram fieis a Rhysand, ele os tinha abandonado com o inimigo sem ajuda nenhuma, em cinquenta anos de guerra, nem ele nem seus comandantes foram ajuda-los. Os traidores, aqueles que caçavam, tinham abandonado qualquer esperança de que o Grão-Senhor se importava, então porque temer a fúria de alguém que não se importa? No canto do seu olho Uriah observou a reação de seu líder, ele já governava muito antes dela nascer. Seus lábios estavam grudados um no outro e tensos, suas duas mãos ao lado de seu corpo com o punho fechado e seu olhar focado em um filhote que tinha o corpo separado de sua cabeça.

BLOOD TIE, ACOTAR ¹Onde histórias criam vida. Descubra agora