12⠸ CAPÍTULO DOZE

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Uriah não tinha o costume de deixar a raiva a dominar ━ seu pai morreria de rir, contando histórias que provam que essa frase era uma completa mentira ━, mas foi dormir com ódio naquela noite e, ao acordar, fez seus trabalhos matutinos com o mesmo...

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Uriah não tinha o costume de deixar a raiva a dominar ━ seu pai morreria de rir, contando histórias que provam que essa frase era uma completa mentira ━, mas foi dormir com ódio naquela noite e, ao acordar, fez seus trabalhos matutinos com o mesmo nível de raiva.

Azriel fugiu. Como a porra de um covarde.

Ela nem tinha certeza se eram mesmo parceiros, embora aquela coceira em seu interior afirmava que sim, sua fuga falava por si só. Uriah ouvia histórias sobre como o laço de parceria era para os homens, que eles não tinham escolha e, ainda sim, Azriel fugiu.

Uriah ainda não conseguia acreditar que o babaca tinha se coberto de sombras e simplesmente fugido como um filhotinho bastardo covarde que fingia não ser. Deixou-a ali, no meio do duelo mais curto da história illyriana, com todos os outros guerreiros que os observava lutar embasbacados com o desenrolar dos acontecimentos, o que resultou em sussurros de confusão rodarem todo o acampamento, não fazia nem dois dias mas sua paciência ━ já escassa ━ estava acabando.

Nem Cassian tinha aparecido nos últimos dias, certamente sabendo que seria o alvo de Uriah, se perguntou se o General sabia de algo a respeito disso, de Azriel ser ou não seu parceiro. Não duvidava, já que devido a natureza e a proximidade da relação dos dois, ele deveria ter entendido, talvez até tenha se aproximado dela somente por isso, para conhecer a parceira de seu irmão de vida, saber se ela era boa o suficiente para Azriel.

Bom, pensou amargamente, claramente, se formos parceiros, ele não está interessado em mim.

Nenhum macho illyriano em sã consciência fugia de sua parceira e Azriel, o Encantador de Sombras, não parecia um homem sem mente na verdade, nem um completamente louco era fisicamente capaz disso, se as histórias fossem reais.

A raiva era bem clara para quem a via cortar a lenha com tamanha violência. O machado que ela tinha afiado com perfeição atingia o chão em um baque alto, separando o pedaço de madeira em dois como papel; ela não sabia como agir dali em diante, esperava ao menos uma negação, qualquer coisa. Era extremamente embaraçoso que ele não tivesse dado resposta, ela já conseguia ouvir os sussurros quando passava, soldados com estúpidos sorrisos na cara enquanto cochichavam que Azriel nunca seria o parceiro de uma fêmea que agia como um macho e mesmo que evitassem falar isso em sua frente, ou na de Devlon, Uriah sabia que eles falavam coisas piores até.

E mesmo que não demonstrasse, isso a incomodava. A envergonhava, fazia ela se sentir com se fosse algo descartável; Uriah sabia que não era das mais bonitas ou arrumadas, que em vez de vestidos eram as cicatrizes e o couro de batalha que adornavam sua pele, ela sabia que tirando seus cabelos ━ que sempre viviam amarrados ━ não cuidava muito de sua aparência como as outras illyrianas do acampamento, mas não era sua culpa; Uriah amava os rituais de beleza que sua mãe a tinha ensinado, entre os treinos, vigílias, tarefas diárias do acampamento e a porra de uma guerra prestes a estourar, ela não tinha tempo e não pediria baixa. Ela era uma guerreira, tinha escolhido isso e não se arrependia por um segundo de sua escolha; Uriah tinha trabalhado duro para conseguir o título que usava com orgulho.

BLOOD TIE, ACOTAR ¹Onde histórias criam vida. Descubra agora