Prólogo

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Edimburgo, 27 de Agosto de 1730

O parto estava sendo difícil, a mulher gritava no quarto e eu estava de pé no corredor, esperando para receber a notícia. Precisava ser um menino, o condado precisava de um herdeiro.

O tempo parecia não passar e os meus companheiros de jogos que estavam na sala ainda aguardavam meu anúncio. A mulher não podia decepcionar-me com uma menina. Quando ouvi o choro da criança meu coração bateu mais forte contra o peito e me vi em uma posição imponente sem demonstrar minha ansiedade.

Uma serva saiu do quarto e disse-me:

— O senhor tem um filho, milorde.

Eu evitei suspirar de alívio em frente a mulher e ouvi outra vez minha esposa gritar dentro do quarto. Encarei a serva confuso, aguardando sua explicação.

— Parece que a Condessa tem um segundo bebê em seu ventre.

Encarei a mulher cauteloso.

— Gêmeos? São duas crianças iguais? — inquiri nervoso.

— Ainda não sabemos, senhor.

A mulher retornou ao quarto e eu fiquei de pé fazendo preces para que o segundo bebê fosse diferente do primeiro, por Deus, implorei-lhe até mesmo que fosse uma menina. Quando outro choro preencheu o quarto, eu me vi pensando se seria ainda o menino que nascera ou a outra criança.

— São dois meninos idênticos, senhor — a criada disse sorridente.

O meu coração pareceu parar no peito e eu me vi diante do meu pior medo.

O Outro CondeOnde histórias criam vida. Descubra agora