capítulo nove

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¹❝ How could I go home, when I feel like I belong In your arms?❞

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¹❝ How could I go home, when I feel like I belong In your arms?❞

— Vai me contar um pouco sobre suas namoradas da Cleveland?

Estava garoando sob nossas cabeças, enquanto enterrávamos nossos sapatos na areia da praia a cada novo passo. O vento frio me impedia de olhá-lo diretamente, porque todo o meu cabelo cobria minha visão bagunçado pela brisa que cortava nossas peles. A pergunta saiu naturalmente por meus lábios, assim como várias outras que vinhemos conversando desde que decidimos sair do bar, do mesmo modo que ele havia feito comigo minutos atrás enquanto comíamos. Olhando para trás, para as marcas deixadas no caminho que fazíamos, já não dava para enxergar mais a estrutura do píer dali.

A praia de Lincoln estava vazia naquela noite. Talvez fosse o sinal claro da tempestade que cairia na cidade no céu escuro, ou talvez fosse uma coincidência do destino termos aqueles nove quilômetros de mar apenas para nós. Meu corpo se encolhia cada vez mais dentro da jaqueta e Hunter já havia insistido milhares de vezes para que eu pegasse sua touca para esquentar as orelhas, sempre que me pegava tremendo ao seu lado. — Não namorei tanto assim, tudo bem? — sua voz era carregada de humor dançando em meus ouvidos junto com o barulho das ondas quebrando ao fundo da paisagem. O condado era conhecido por suas belas praias, e até mesmo aquela minúscula ainda merecia ser lembrada. — Abby e Belinda foram as únicas que tive um envolvimento mais longo nos últimos anos.

Um dos nomes me atingiu diretamente, como um soco. Não sabia se era delírio da minha cabeça ou alguma lembrança quebrada, mas a entonação daquele apelido Abby não era estranho ou desconhecido para mim. — Abby é a garota que atendeu o telefone quando eu liguei da rodoviária? — questionei afastando sem pressa os fios do meu cabelo para longe para encarar seu rosto. Sua expressão era tão neutra que não me passava qualquer ressentimento ou tristeza pela ex-namorada. Chegava a ser enigmático.

— Ela não fez por mal, Robbi. Aquilo tudo foi culpa minha. — seus olhos escuros encontraram os meus sem dificuldade. Tínhamos a mesma altura, então eu não precisava me esforçar para poder captar suas palavras silenciosas ditas com aquele olhar. — Abigail e eu duramos quase um ano. Ela cursava música clássica, e era uma fã em algumas apresentações que fiz na cidade. — suas mãos descansavam dentro dos bolsos de seu moletom, mas pareciam inquietas enquanto contava um pouco da história. Se eu bem me recordava da garota, ela era uma loira muito bonita. Muito mais bonita do que qualquer garota de Lincoln. Muito mais bonita do que eu. Desviei o olhar para longe do dele, fugindo depressa das coisas que começavam a passar pela minha cabeça. — Nos conhecemos numa apresentação num bar. Amigos em comum, e tudo mais. — assenti com a cabeça apenas para mostrar que continuava atenta às suas palavras. — Enfim, foi um bom relacionamento. Terminamos sem ressentimentos e somos amigos. — resumiu, dando de ombros para o restante da história.

Minha mente gritava para questioná-lo o quê ela teria que eu não tenha tido na época. Fora seu cabelo claro ou o talento para o piano que o encantara? Talvez tenha sido o fato inegável de que meu fracasso para conseguir uma vaga em uma faculdade perto de Ohio o afastou ainda mais para longe de mim. — E Belinda? — forcei minha voz a cooperar, o que acabou fazendo com que soasse levemente esganiçada.

A Todos os Amores da Sua Vida - RETORNO EM BREVEOnde histórias criam vida. Descubra agora