Temos muito do que conversar.

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Capítulo Cinco.

Temos muito do que conversar.
E mais ainda nos capítulos a frente.

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Não deixem de comentar, votar e compartilhar, meus amores!
Assim vou saber se tudo está bom
e mais pessoa vão fazer parte desse universo cheio de magia. 🤍

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12:28 pm

"William, estou indo para empresa, sua mãe chegará dentro de..." Olhou para seu grande relógio, checando o mesmo com precisão. "De cinco horas. Não faça nada que não deva. Cuide de suas tarefas e não arrume qualquer problema."

Virou sem despedidas calorosas, beijos ou ao menos um "até mais, meu filho". Retirou-se para sua provável verdadeira família. Não que Gael se importasse, ele não ligava ou simplesmente aprendera a não ligar. Às vezes o silêncio de todas as imensas paredes ao seu redor o fazia se sentir em uma caixa enorme que, entretanto, podia ser mais confortável que os berros irritados de seus pais ao estarem juntos em casa.

Seus pequenos pés descalços contra o chão brincavam com o quentinho emitido pelo aquecedor que tinham, pulava de um piso ao outro, em sua própria diversão. A essa hora não havia muito o que fazer, tarefas prontas, prima e sua amiga dormindo, as pessoas que trabalhavam em sua casa, atarefadas. O pequeno, entediado. Correndo escada a cima ia em busca de mais um de seus mil HQs e livros. Aquela era hora de uma nova aventura, pensara ao que iniciou outra de suas leituras. Aquilo sim era o que divertia suas tardes e noites antes de dormir. Sentia-se outro dentro de suas histórias, era quem queria ser, lutando contra vilões como um herói ou até mesmo sendo um dos malvados. Qualquer um que escolhesse o tornava sem dúvida mais divertido do que sendo apenas o Gael. Quem iria querer ser Gael podendo ser Iron Man ou Darth Vader?

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"Então um dia eu falei pra ele: 'você sabe que eu posso receber muito mais do que você em um ano?' E ele me olhou completamente chocado. Aposto que pensou como alguém andando em uma corda ganha mais do que eu!?" O garoto que falava como uma matraca ao lado de Holland, chamava-se Allan Parker. Desde que sentara ali disputava seu momento entre comer muito e falar ainda mais. "Eu tenho certeza que se um dia ele ver a quantidade de países que ja viajei, ficaria morrendo de inveja."

"Lembram quando recreei em uma festa infantil?" Um dos garotos que comia quase ao final da mesa, disse ao que ainda mastigava. "Reencontrei o pai da criança, aquele que riu da minha roupa e comentou como deveria ser triste trabalhar com aquilo... ele estava comprando ingressos para o nosso show. Por mim pesquisaríamos a cadeira dele e colocaríamos um spot de água para cara dele."

"Ninguém fará isso." Rose disse, ao que colocava seu garfo na boca, Gael riu baixo.

   O almoço era feito de batata gratinadas, frango grelhado ou costela assada, e algumas coisas verdes das quais Gael passou levemente longe. Contudo, não podia negar que cada item ali cheirava e tinha um gosto deliciosamente bom. Sabe quando o hotel em que você se hospeda oferece serviço de cafe manha e você simplesmente acha tudo muito bonito, mesmo comendo apenas um terço daquilo? O refeitório do colégio era como o serviço de café da manhã deste hotel.

"Uma vez, antes de vir para cá, eu ouvi tanta merda -desculpe Rose, mas ouvi mesmo, só por estar trabalhando em festa infantil." Um cara no final da mesa disse, Gael não consegui vê-lo direito, mas ouvia a indignação na sua voz.

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