Demônios do passado.

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Capítulo Treze.

Demônios do passado;
Nem sempre ficam no passado.

.

Era segunda feira, e toda segunda pós show era dia de detox segundo Parker.

O jornalista havia imaginado que eles levantariam cedo para tomar um suco verde estranho, ou algo do tipo, como muitas vezes tivera Valentina fazendo-o provar. O que soou como um grande engano quando, ao acordar no horário de sempre e não encontrar seu companheiro de quarto em lugar algum, caminhou para fora do prédio dos dormitórios e fora recebido por um imenso cachorro branco.

Os olhos acinzentados saltando quando o animal caminhou (lê-se correu) animadamente em sua direção, parando apenas perto suficiente para que seu focinho peludo e gelado esfragasse nas mãos de Gael. Esse que havia parado instantaneamente, temendo que qualquer movimento brusco fosse fazer com aquele urso parte cachorro, pulasse em si.

"Fantôme!" A voz de Allan fez-se presente, tomando a atenção do jornalista e do cão, que agora tinha sua postura ereta e língua divertidamente para fora. "Bom dia, flor do dia. Dormiu bem?" O circense perguntou quando já estava agachado em frente a Gael, acariciando as orelhinhas brancas e felpudas do animal.

O loiro estava vestido em roupas coloridas e um jaleco engraçado, como se tivesse sido bordado com reparos tão coloridos quanto. Os sapatos vermelhos iam de contraste com as calças amarelas, os loiros cabelos tinham cores rosadas nas pontas. As bochechas tinha um rosa marcado em formato de coração, enquanto os olhos tinhas cílios desenhados e longos. Os azuis ainda mais marcados por isso, na boca um rosa claro, e no nariz um pink em sua ponta.

"Porque você está vestido assim e porque tem um urso aqui dentro?" Holland perguntou divertido, relaxando sua postura finalmente.

O olhar teatral que recebeu de Parker o fez sorrir ainda mais.

Levantando-se finalmente e ficando de frente para Gael, Allan fez uma reverência um tanto quanto exagerada, logo apontando para o cachorro-urso, Fantôme, que, como se entendesse, abaixou sua própria cabeça, antes de levantar em suas duas patas e tocar o jornalista.

O cachorro era realmente enorme.

Os olhos acinzentados de Holland, arregalados, iam de um para o outro.

"Pode me chamar de Cupido, as crianças tendem a me apelidade de Pido. Eu e minha amiga, Fant, aqui, estavamos indo te buscar para fazer parte do universo dos Amores."

"Pido? Fant? Okay, muito forte o alucinógeno dessa manhã, Allan...-"

"Pido..."

"Pido." bufou risonho. "Sério, eu ainda não entendi."

"Onde foi parar sua mágia? Deixou na sua infância?" Aquelas palavras machucavam mais do que deveriam. As mãos do circense, ou melhor, de Cupido, foram para as do jornalista, o puxando em direção ao teatro e para longe dos pensamentos, enquanto o enorme cachorro branco os acompanhava. "De quinze em quinze dias, na maioria nas segundas, nós visitamos o hospital infantil de Dunkan, o Two Hearts in One, já vai fazer dez anos que a família Gaigher faz isso, e dez anos que somos gratos por sermos tão bem recebidos."

O atravessar de um prédio para o outro não foi nada, principalmente quando, ao chegar no ginásio, a frente deles, um grupo de circenses vestidos da mesma forma que Allan se encontravam. A diferença entre eles vinham apenas nas cores dos cabelos e nos desenhos em suas bochechas. Holland conseguia ver Jessy, Matteo, Thomas, Guily e até Rose, mas foi em Heitor que seus olhos ficaram presos. Ele ainda não havia sido visto pelo o homem, principalmente quando o cachorro que os acompanhava correra em direção ao jovem Gaigher, sendo recebido com um imenso sorriso - o qual, mesmo a distância dava para notar os lábios rosados e carinho por todo aquele pelo branquinho.

C O U L R O F O B I A  • 🏳️‍🌈 - ON HOLDOnde histórias criam vida. Descubra agora