Os dias de universitário.

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Capítulo Onze.

Os dias de universitário,
Uma vida dentro de outra vida.
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A música do perfil pode ser tocada
quando a apresentação iniciar.
Vou Indicar com um * (asteristico).
Foto da máscara citado
no destaque também!
Boa leitura!

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Querendo ou não, Gael estava lembrando muito de sua época na universidade. Aquelas várias pessoas juntas, os horários para aulas e provas, os prazos e os dias de se divertir e de focar nos estudos, as bancadas para apresentações. Tudo remetia a época em que sua vida tomava um novo rumo, onde ele de fato pode começar a provar a si mesmo que o passado permaneceria ali, exatamente no passado, e que seu futuro e presente dependiam unicamente de si.

Gael Holland todos os dias deixava de ser o pequeno William Duah, e tornava-se cada vez mais quem deveria e esperava ser.

A semana já estava praticamente em seu fim, e o jovem jornalista tinha já gravado em sua mente alguns nomes e rostos, os corredores já não soavam tão estranhos quando do acordar ao ir dormir, caminhava por eles sabendo onde estava e para onde queria ir. A semelhança com as vezes em que caminhou pelos corredores da uni em que estudou, também estavam ali. No amontoado de circenses que vinham para cima dele querendo conversar e o conhecer, era como as vezes que - ainda jovem e assustador - via-se cercado de estudantes tentando o mesmo, alguns com a mesma intenção que Valentina ao se aproximar e outros nem tanto. Por sorte, ou puro profissionalismo, a última situação não fazia parte do trabalho de Gael.

Sua mente estava aérea naquele dia, talvez pelo fato de ser sua folga (oh sim, Thompson o dissera para ao menos ter um dia de descanso durante o trabalho, para que não houvesse sobrecarga), onde sua mente poder transitar livre, não apenas focada no que deveria ser feito, talvez pelo corpo que tendia a relaxar e o peso de estar atento a tudo, também acalmava.

Acordara como nos outros dias, com duas batidas na porta e um circense alto de cabelos longos na mesma, tendo em suas mãos uma sacola de papel e seu lanche dentro. Acontece que virou uma certa rotina após o primeiro dia em que Heitor o pegou perdendo o café da manhã outra vez. Não que fosse proposital, afinal de contas, acordava junto a todos para acompanhar o dia de cada um ali. Contudo, muitas vezes pegava-se escrevendo até tarde ou pela manhã mesmo, e optando por pular o café da manhã no refeitório antes de seguir pra o dia em si.

O circense Gaigher parece ter compreendido isso quando, no dia seguite, bateu duas vezes na porta e o recebeu com seu sorriso ladinho, um "bom dia" arrastado e um lanche reservado para Gael.

Holland na primeira vez não compreendeu, na segunda ficou sem graça mesmo aceitando, e na terceira em diante já estava esperando dar oito horas (em ponto) para o receber. Os cabelos bagunçados, estavam longos o suficiente para cair vez ou outra nos olhos, o moletom leve, a pele perfumada pela colonia de adocicada que gostava, e os óculos já há muito tempo em seu rosto, pois escrevia desde as seis.

Naquele dia, no entanto, ao invés de acompanhar Heitor pelo corredor a fora, a caminho do ginásio, optara por ficar em seu quarto mais um pouco. Não sabia se estava daquele jeito porque seria a primeira vez que veria a apresentação do colégio, ou porquê era a primeira vez desde que chegara e que podia relaxar sua mente e corpo ao mesmo tempo.

De qualquer forma, agradeceu ao Gaigher pelo café, recebendo o sorriso que Gael estava acabando por começar a se adaptar, e evitar revirar os olhos internamente por eles. O mais alto tinha aquela energia contente que todos ali pareciam ter pela manhã, a diferença, no entanto, é que os olhos brilhavam ainda mais naquele dia. Holland desconfiava que aquela provavelmente era sua felicidade explícita por estar fazendo o que tanto amava.

C O U L R O F O B I A  • 🏳️‍🌈 - ON HOLDOnde histórias criam vida. Descubra agora