Capítulo 4

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"Cuidado." pediu Michael ao ajudar o Levi a adentrar na casa que vivia junto da Kuchel. De fato, como havia pensado, Levi acabou sendo liberado só no outro dia e, por causa da medicação, ainda estava tonto e falava várias coisas incoerentes o tempo todo. "Levante sua perna outra vez. É o último degrau."

Enquanto isso, Kuchel vinha há dois passos atrás deles, observando-os atentamente caso Michael precisasse de alguma ajuda, o que era impossível já que o homem poderia muito bem levar o Levi nos braços se quisesse, não tendo feito isso a pedido do garoto. Com um pequeno sorriso ao ver os dois se dando tão bem, como antes, ela voltou sua atenção para o celular, vendo que Hanji havia mandado algumas mensagens.

Hanji:

Tia, nós vai aí de tarde.

Nós vamos*** Erwin~~

Rindo baixinho, aumentou seus passos para poder acompanhá-los. Parando em frente a porta, pegou a chave em sua bolsa e a abriu. "Tenho uma notícia, Levi. Seus amigos estão vindo à tarde para ver você."

Sem respondê-la, ele desviou seu olhar e isso não passou despercebido pelos dois adultos. Franzindo o cenho suavemente, ela abriu a porta e deu espaço para que Michael entrasse primeiro com o Levi. Seguindo os dois, não conseguiu conter sua surpresa quando Kenny apareceu com uma carranca. "O que ele faz na minha casa?"

"Se não percebeu, estou levando o meu filho para o quarto. Agora, com sua licenç-"

"Eu cuido do pirralho. Passa ele pra cá."

Esticando seu braço, Kenny segurou no antebraço do Levi com força, não recuando com o olhar mortal que Michael lhe deu. "Levi é meu filho também. Então deixe que eu cuido dele."

"Único aviso, tire a mão dele agora."

Percebendo que o marido não facilitaria, Kuchel tomou a frente. "Deixe ele levá-lo, Kenny. Levi não pode se estressar por nada agora. Por favor."

Olhando nos olhos da mulher, suspirou e o soltou, deixando-o ir com o pai. Apesar do ódio que tinha, Michael deixou para lá e levou Levi para o primeiro andar, pois o mesmo precisava descansar. Nesse meio-tempo, Kenny segurou no ombro da mulher antes de falar: "Não quero esse homem dentro da minha casa."

"Ele está aqui pelo Levi, Kenny. Deixe disso. E outra, terei que ir ao trabalho para entregar um documento importante. Não precisa ficar na cola dele, mas, até eu voltar, se ele pedir por ajuda, cuide dele por favor. Eu voltarei o mais rápido que puder."

"Tsk. Que seja."

Franzindo o cenho em irritação, ela passou por ele com passos longos e pesados, questionando-se várias vezes do porquê de ainda estar com ele quando o mesmo não fazia porra nenhuma para a sua casa ou seu filho. Suspirando, ela fez seu rumo até o quarto do Levi, onde o mesmo estava, a esse momento, sendo deitado na cama. Com cuidado, Michael o cobriu, seu olhar nunca saindo da feição exausta que o garoto mantia.

Sentando-se ao seu lado, ele fez um carinho em seu rosto antes de dar um pequeno sorriso bastante parecido com o do Levi. "Descanse bem, ok? Estou indo pra casa para poder ir na delegacia. Te amo, filho."

Segurando na mão do mais velho, Levi ainda estava grogue demais para formar qualquer palavra, então seu único modo de se comunicar foi balançando sua cabeça. "Eu preciso ir trabalhar. Esse fim de semana você vai lá pra casa, certo? Até lá, iremos ficar nos comunicando pelo celular, beleza?"

Apesar de não ter sido isso a resposta que queria ouvir, ele assentiu brevemente, fechando seus olhos antes de franzir o cenho. Seu corpo estava tão pesado que o deixava exausto somente em tentar mover um dedo. Aquela porcaria que usaram para deixá-lo nesse estado, de fato, era forte, mas assim que pudesse se mover normalmente, ele daria um jeito para resolver aquela bagunça. Bem… Isso se aquilo fosse de fato real. Talvez tivesse sido coisa de sua cabeça ou então… Ele não sabia explicar, mas tinha que ser algo.

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