Capítulo 7 - NESTA NOITE, TUDO MUDOU

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CAPÍTULO 7

Acordei sem saber onde estava. Dor de cabeça, boca seca.

Deus, eu havia tomado um porre? Era isso?

Esfregando os olhos, sentei-me na cama e olhei ao redor. Franzi o cenho: que quarto era aquele?

Consistia em um imenso quarto luxuoso e masculino; paredes escuras e móveis modernos. Uma imensa TV ocupava a parede central. Olhei ao redor, absorvendo: um closet, um videogame, uma estante de livros. Vários troféus sobre prateleiras na parede, bem como uma imensa sacada (com vista para toda a cidade).

Baixei o rosto para me auto observar. Estava completamente vestida, e um cobertor quentinho havia sido colocado sobre mim.

As memórias foram voltando aos poucos.

Ah, meu Deus.

Ah, meu Deus. Eu não fiz isso!

Fui lembrando de tudo: meu corpo caído no chão, drogado. Feron me colocando nos braços (enquanto eu me agarrava ao seu corpo, como se minha vida dependesse daquilo). Thales sendo colocado para escanteio, e as pessoas ao redor murmurando, chocadas.

Aquilo era um escândalo.

E, por fim, Feron me aninhando nos braços e cuidando de mim – a noite inteira.

Ofeguei, pulando daquela cama imensa. Olhei ao redor, finalmente percebendo: aquele era o quarto do Feron!

Como os lençóis ao meu lado estavam completamente arrumados, concluí que ele não havia dormido aqui. Apavorada, constatei: ele poderia voltar a qualquer momento!

– Cacete. Droga, droga – peguei meus sapatos no chão e saí correndo daquele quarto.

Dei de cara com um imenso corredor, lotado de portas elegantes. Tentando me lembrar do caminho, desci uma escada e acabei parando na sala principal da casa – onde havia ocorrido a festa.

O local já havia sido completamente limpo. À luz do dia, a sala era um ambiente completamente diferente. Paredes claras, móveis luxuosos, sofás brancos e cortinas esvoaçantes. Havia também quadros caríssimos e imensos arranjos de flores, depositados em vasos de cristal.

Uma casa linda.

Porém, para o meu completo terror, a sala não se encontrava vazia. Uma garota – de aparentemente uns quinze anos – encontrava-se deitada no sofá. Pés para cima, segurando um controle remoto e zapeando pelos canais de televisão, despreocupada.

Ela notou meus movimentos e se sentou.

Quando me viu parada no meio da sala, abriu um sorriso brilhante.

– Ah! Então você deve ser a Mia!

Como ela sabia disso?, desesperei-me. Mas isso não era crucial agora.

Meu Deus – Feron deveria estar em algum lugar nessa casa. Eu tinha duas opções: ficar ou correr.

A garota ainda sorria para mim; possuía cabelos castanhos e olhos verde-cristalinos, idênticos aos de Feron. Traços faciais luxuriantes, tão lindos quanto os dele.

Aquela família era mesmo a realeza.

– Hã, sou – murmurei, embora quisesse simplesmente fingir demência e sair correndo.

Ela se levantou com um salto, parecendo feliz.

– Meu irmão me falou muito sobre você. Sou a Elisa, muito prazer. – Ela pendeu a cabeça para um lado, curiosa. – Então, vocês dois estão namorando?

Príncipes PerversosOnde histórias criam vida. Descubra agora