CAPÍTULO 11
Feron ergueu uma sobrancelha, um sorriso malicioso se espalhando por seu rosto.
– O que isso quer dizer?
Respondi antes que me arrependesse.
– Que não irei mais fugir. Você venceu, vamos namorar.
Por um segundo, ele me encarou profundamente. E então compreendeu a verdade: ali estava o meu sim. Eu podia notar a emoção e o alívio contidos em suas íris.
– Era só o que eu precisava ouvir – falou. E então ele foi se aproximando. Encolhi-me dentro dos seus braços musculosos – sentindo-me uma presa prestes a ser atacada pelo caçador. – Hummm – o garoto roçou o rosto em minha clavícula e pescoço, sentindo o meu cheiro. – Então, já que agora sou o seu namorado... Significa que posso fazer isso? – podia sentir seu hálito quente contra a minha pele.
Mordi o lábio, as pernas bambas. Por onde o toque dele passava, deixava um rastro quente.
– Já que você é minha... – ele mordiscou o lóbulo da minha orelha. – Posso fazer isso também? – sussurrou.
Minha respiração ficou pesada – era um turbilhão de sensações. Estranhas e quentes sensações.
Feron notou minha postura tensa, soltando uma única risada baixa e aveludada.
– Você está com medo de mim?
Decidi não mentir.
– Um pouco – murmurei. Eu não podia dizer a verdade sobre ser inexperiente, pois Feron sabia que Mia conhecia (muito bem) a vida íntima de um casal. Então, tentei extrair o máximo da verdade. – Eu tenho medo... Mas isso porque você é diferente. De todos os outros homens.
Ninguém no mundo poderia se comparar ao comandante, ao lendário Felipe Feron. O único homem que meu coração queria.
Ele ainda falava ao meu ouvido.
– Diferente, por quê? Por que estou no seu coração?
– Você sabe que sim – confessei. – Não estamos nessa confusão exatamente por causa disso?
Ele riu baixinho.
– Humm... – repensou. – Então vamos devagar, não quero te assustar. – Ele se afastou; entrelaçou uma mão na minha, puxando-me para a cama. – Hoje é só nossa primeira noite, temos uma vida inteira pela frente. Não precisamos ter pressa... Vamos apenas dormir.
Não – nós não tínhamos uma vida inteira, mas Feron jamais iria saber.
Franzi o cenho.
– Você faria isso por mim? – ele não devia estar acostumado a ser rejeitado por uma mulher.
– Eu não tenho pressa, e você está no seu direito de não querer. Cabe a mim respeitar. Sei que minha fama de brutamontes me precede, mas ela não é real. Principalmente quando se trata da minha mulher.
Minha mulher. Respirei, aliviada. Não obstante, partes secretas do meu corpo ficaram decepcionadas.
Feron me guiou para a cama, e nós nos deitamos lado a lado; nos viramos um para o outro, de modo a nos encararmos. No escuro do quarto, eu pouco conseguia enxergar de seus traços perfeitos. Apenas as íris diamantinas reluziam no escuro, como se contivessem luz própria.
Eu ainda não acreditava no fato de que o garoto estava aqui: na minha cama, na minha vida. E, por um tempo, ele seria meu. Aquele era o maior presente que eu poderia ganhar na existência. Por isso, cravei cada segundo na memória.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Príncipes Perversos
Roman d'amourLívia terá que assumir a vida de sua irmã gêmea. Por circunstâncias inesperadas, as irmãs Lívia e Clara foram separadas na infância. Lívia leva uma rotina simples no interior - enquanto Clara possuí uma vida cheia de luxo, refinamento e intrigas na...