O Sussurro da Deusa: Missão Draunthtz

Capitulo 19 - Manhã agitada

Ao nascer do primeiro sol, começo colocar o plano em prática. Vou até onde sei que os guerreiros da academia Ayres se reúnem para fazer a primeira refeição. Eles estão sentados em alguns troncos de árvores, alguns comendo e outros conversando e dando risada. Leea e Mark estão aqui também, sentados um pouco distantes, somente trocando olhares. Esses ardilosos pensam que me enganam.

- Pega Amarílis! - Lyham joga duas Citruz na minha direção. Consigo pegar as duas com facilidade, sem nem sequer olhar para elas. Qual o problema desses guerreiros em jogar comida? - Bom reflexo, quando eu crescer quero ser igual você. - Diz debochado. Os outros riem da sua piadinha.

- Muito engraçadinho você em Lyham, mas obrigado eu estou com fome. - Digo já devorando a fruta. Aparentemente desde a simulação de guerra eles estão conversando mais comigo, não tem mais medo ou superstições. Na minha humilde opinião o que os afetavam era a convivência junto às pessoas com o pensamento atrasado, fissurados em crenças antigas, dessa maneira não permitia que eles enxergassem que sou uma garota normal, me viam como uma aberração, porque as pessoas faziam eles pensarem assim.

- Amarílis sempre está com fome. - Leea diz. - Não faço ideia para onde vai tanta comida.

- Nem te conto Leea. - Olho maliciosa para ela, vejo um ponto de interrogação no seu rosto. Minha amiga é lerda as vezes. - Só não falo pois estamos comendo, mas do mesmo jeito que entra, a comida sai. - Os outros riem, entendendo o que eu quis dizer, rio ainda mais alto quando vejo que ela ainda não entendeu. Vejo que ela fica vermelha, quando vê Mark rindo também.

- Não precisa ficar com vergonha Lê, estamos só brincando. - Mark diz, indo sentar do lado dela para conforta-la

- Vocês dois que não deveriam ter vergonha, assumam logo que estão juntos. - Orkwz o guerreiro grandão com uma voz super grossa solta a informação. O casal congela e nem ao menos conseguem disfarçar que foram pegos. Minha amiga está da cor dos meus cabelos, olhando para o chão. - Todos riem do constrangimento deles. É Leea, se vocês estavam fingindo que eram amigos, fingiram muito mal. - Aah, os pombinhos acharam que nós não sabíamos.

- Que isso Orkwz, não seja rude. Deixe eles pensarem que não vemos a troca de olhares intensos um com o outro. - Terrenks completa. Todos riem e dessa vez eu acompanho, eles realmente não sabem disfarçar.

- Parece que Amarílis também já encontrou a outra metade da sua Citruz. - Fico séria na hora e fuzilo Lyham com o olhar. Aparentemente subestimei as habilidades desses fuxiqueiros. Antes dele continuar a falar besteira o corto.

- Guerreiros, hoje eu e Mark vamos liderar a Segunda linha de frente da tropa.

- Vamos? - Ele me olha sem entender.

- Sim vamos, e todos vocês ficaram conosco. Estou somente seguindo ordens, a posição será idêntica à central, com a única diferença que teremos os guardas mais antigos entre nós. Pediram dez guerreiros de confiança e eu confio em vocês. É uma responsabilidade muito grande, caso se houver um ataque estejam preparados. - Vejo alguns homens confusos, mas não questionam. Geralmente a segunda posição é para guerreiros de confiança da primeira linha de frente. No caso Jason, Fryns e Anturw e eles devem pensar que nenhum dos três confiam neles. O que seria verdade, mas dada a situação sou eu que confio neles para proteger a missão. - Ao terminarem de comer, entrem em posição. Partiremos ao nascer do segundo sol e se precisarem de alguma coisa me procurem. - Eles assentem que entenderam, alguns se levantam para ir se organizar. Leea e Mark saem juntos, provavelmente para conversar sobre o que aconteceu. Decido ir atrás de Raárah, faz tempo que não a vejo.

A encontro mordendo do calcanhar de um Guerreiro, não o reconheço, mas ele está irritado com o pássaro de fogo.

- Me solta passarinho mal, vai para lá. - Percebo um sotaque na sua voz, talvez ele seja de Suliawn, Reino vizinho dê Edinburg. Ele está carregando uma panela grande, provavelmente o motivo de Raárah estar grudada em sua perna. Assim que ela ouve meu assobio, levanta voo e pousa no meu braço.