Uma fúria cresce dentro de mim, era para eles nos proteger, cuidar de nós e atender nossas preces, desde pequenos somos ensinados a agradecer a eles por tudo. E agora estamos quase sendo mortos e pior por um deles. Sinto um ódio incontrolável.
Lembro da voz da Deusa:
Siga seus instintos minha pequena flor vermelha...
Solto a mão de Jason e sigo minha intuição, com meu coração batendo descompassado, imagino o vento diminuindo e depois parando. Fecho os olhos. E imagino o furacão sumindo a areia voltando para o chão, sem vento e sem areia. Estico a mão na frente do meu corpo. Pelo poder concedido a mim pela deusa, eu ordeno que o vento pare! Sinto uma energia correr pelos meus braços, queimando como fogo. O vento passa rodopiando por entre meus dedos e sinto que posso controlá-lo, uma brisa calma com um vento morno me envolve. Como se disse "continue".
Uso toda a minha energia e direciono para as minhas mãos. Fico de pé e empurro com toda a força que eu tenho, o furacão recuou. Pela deusa, eu realmente fiz isso! Agora quem o controla, sou eu! Sinto suor escorrendo nas minhas costas e meu coração batendo como se fosse sair do peito, meu cabelo ricocheteia se soltando do coque.
- Vamos! Diminui! - Sinto meus braços tremendo, com a tamanha força e energia que estou usando, tudo fica em câmera lenta por um momento e quase sinto que não vou conseguir, mas vejo o vento diminuir e com meu último fio de energia, faço-o desaparecer completamente.
Ouço a risada novamente. Veja só o que eu encontrei...
E depois um silêncio absoluto.
Caio de joelhos, em busca de oxigênio, minha visão embaça por um momento, sinto tremores por todo meu corpo, como se eu tivesse corrido por horas a fio sem parar. Sinto uma dor absurda nas costas, como se uma brasa tivesse sido colocada bem no meio dela
- Ah! – Grito de dor, parece que alguém está cortando a minha pele. E tão de repente como começou, a dor para e não sinto mais nada.
Assim que acalmo minha respiração. Vou até Jason.
Ele conseguiu tirar uma perna, ajudo ele tirar a outra, coloco as mãos no seu rosto.
- Você está bem? Achei que tinha se machucado. Onde estão os cavalos?
Vejo areia grudada em todo seu rosto e braços. Os lábios secos por conta do vento. Provavelmente eu estou nessa mesma situação ou um pouco pior.
- Amarílis como foi que conseguiu fazer isso? Você parou um furacão! Pela deusa, você tem poderes?
- Eu não sei, não adianta me perguntar. Só senti uma energia emanando do meu corpo e segui meus instintos. Consegue se levantar?
- Consigo, os cavalos correram assim que o furacão se aproximou.
Assobio bem alto. Aonde quer que Raárah estiver ela virá. Temos que sair daqui, sinto que ainda não estamos seguros. Não estamos seguros em lugar nenhum, afinal a deusa das estações acabou de tentar nos matar...
- Os guerreiros foram para o Oeste assim como você pediu, temos que ir para lá também, pode me dizer o porque não conseguiu correr? - Pergunto curiosa, para saber como o Comandante do Exército Real Draunthtz, ficou para trás.
- Entrou areia nos meus olhos, não consegui sair do lugar e nem ver a direção. Quando consegui abri-los eu já estava naquela situação. Você não deveria ter voltado, poderia ter morrido. - Ele tenta falar sério, mas vejo que ele ficou abalado com a minha atitude. Ponto para mim!! - Olha, ela veio - Diz apontando para um pontinho preto bem lá no alto. Assobio de novo para ela nos ver, estico meu braço para ela pousar.
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O Sussurro da Deusa: Missão Draunthtz
Storie d'amoreCondecorada várias vezes pela Academia Ayres, por ser uma excelente guerreira, suas estratégias de batalhas e habilidades com a espada a fizeram ser convocada para uma missão de resgate. Amarílis Ledare, filha de dois guerreiros muito conhecidos no...