CAPÍTULO 3

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ENTRETANTO, NEM MESMO todas as perguntas que a Sra. Bennet, com a ajuda de suas cinco filhas, conseguiu fazer sobre o assunto foram o suficiente para extrair do marido uma descrição satisfatória do Sr. Bingley. Elas o assediaram de várias maneiras - com perguntas diretas, engenhosas conjeturas e suposições vagas; mas ele sempre as ludibriava, e, por fim, elas foram forçadas a se contentar com a informação de segunda mão da vizinha, a Sra. Lucas. Seu relatório foi extremamente favorável. A Sra. Lucas ficara encantada com ele. Bingley era bastante jovem, muitíssimo bonito e, para coroar tudo, pretendia comparecer ao baile acompanhado de um grande grupo. Nada poderia ser mais adorável.
- Se ao menos eu puder ver umas de minhas filhas instalada em Netherfield - disse a Sra. Bennet ao marido - e todas as demais igualmente bem casadas, nada mais terei a desejar.
- E se eu puder ver todas as cinco sobreviverem às atuais dificuldades pela qual passa a Inglaterra, também nada mais desejarei. - replicou ele.
Poucos dias depois o Sr. Bingley retribuiu a visita do Sr. Bennet. Os dois ficaram conversando na biblioteca por cerca de dez minutos. Ele havia alimentado esperanças de lhe concederem ver, ainda que rapidamente, as jovens, de cuja beleza e sobre cujas habilidades marciais tanto lhe haviam falado; no entanto, pôde avistar-se apenas com o pai. Já as moças tiveram sorte em algo melhor, pois gozavam da vantagem de observa-lo de uma janela no andar de cima e viram que ele trajava um casaco azul, montava um cavalo preto e portava um carabina francesa atravessada nas costas - uma arma um tanto exótica para um cavalheiro inglês. No entanto, pela maneira desajeitada como a portava, Elizabeth deduziu que ele tinha pouco treinamento em armas, bem como nas artes mortais como um todo.
Um convite para jantar logo lhe foi enviado; e a Sra. Bennet já planejava os pratos do cardápio que deveriam enaltecer sua posição como responsável pelas lindas domésticas quando chegou a resposta, adiando o evento. O Sr. Bingley precisava estar em Londres no dia seguinte e, consequentemente, não poderia aceitar a honra daquele convite etc. A Sra. Bennet ficou assaz desconcertada. Não conseguia imaginar que tipo de obrigação ele poderia ter na cidade para retornar para lá tão pouco tempo depois de sua chegada a Herfordshire. A Sra. Lucas serenou um pouco seus receios levantando a hipótese de que talvez ele estivesse indo a Londres para reunir um grupo grande de conhecidos para o baile; e logo chegou a notícia de que o Sr. Bingley deveria trazer 12 damas e sete cavalheiros com ele para a festa. As moças lamentaram um número tão grande de mulheres, mas ficaram aliviadas quando souberam que, em vez de doze, ele trouxera semente seis damas de Londres - suas cinco irmãs e uma prima. E quando o grupo chegou ao baile, consistiam em somente cinco pessoas ao todo - o Sr. Bingley, duas irmãs, o marido da mais velha e outro jovem senhor.
O Sr. Bingley era simpático e extremamente cortês. Tinha uma aparência atraente e maneiras amistosas e refinadas. Suas irmãs eram jovens distintas, com um ar decidido, embora diferente dos que tem bom treinamento em técnicas de combate. Seu cunhado, o Sr. Hurst, parecia nada mais do que um cavalheiro; já seu amigo, o Sr. Darcy, logo atraiu a atenção de todo o salão devido ao seu porte elegante, sua boa estatura, suas feições nobres, sua postura aristocrática - e a notícia, que circulou entre todos os presentes nem bem fazia cinco minutos de sua chegada, de que ele havia liquidado mais de mil não menscionaveis depois da queda de Cambridge. Os cavalheiros concordavam que ele tinha uma fina estampa de homem, enquanto as mulheres afirmavam que era mais bonito do que o Sr. Bingley, e ele passou a granjear grande admiração, até que seus modos provocaram tal desapontamento que reverteram sua maré de popularidade; isso porque descobriram que era orgulhoso em demasia, achava-se superior aos que acompanhavam e nada agradava a ele.
O Sr. Bingley em pouco tempo travou relações com as principais pessoas presentes no salão; era vivaz, expansivo, dançou todas as danças e ficou deveras aborrecido porque o baile terminou cedo demais, mencionando que também promoveria um baile, em Netherfield. E embora ele carecesse da habilidade do Sr. Darcy com a espada e o mosquete, tanta sociabilidade já se impunha por si. Que contraste! O Sr. Darcy era o homem mais orgulhoso e mais desagradável do mundo, e todos torciam para que jamais voltasse para lá. Entre os que mais violentamente o atacaram, estava a Sra. Bennet, cujo desagrado em relação às suas atitudes, de maneira geral, foi particularmente aguçado pelo fato de ele ter desdenhado de uma de suas filhas.
Por causa da escassez de homens, Elizabeth Bennet fora obrigada a ficar sentada no curso de duas danças. Durante parte do tempo, o Sr. Darcy estivera próximo dela o bastante para que a moça entreouvisse uma conversa entre ele e o Sr. Bingley, que havia deixado a dança por alguns minutos para tentar pressionar seu amigo a aderir à diversão.
- Ora, vamos Darcy - disse ele. - Vou fazer você dançar de qualquer maneira. Odeio vê-lo aí parado com esse ar idiota.
- Não atenderei, por certo. Sabe que detesto dançar, a não ser que conheça bem minha parceira. Numa festa como está, não o suportaria. Suas irmãs já estão dançando, e não há nenhuma outra moça aqui com quem dançar deixaria de representar uma punição para mim.
- Mas por minha honra! - exclamou o Sr. Bingley. - Em toda a minha vida nunca vi tantas moças lindas reunidas como temos aqui está noite. E entre elas há até mesmo algumas excepcionalmente belas.
- Você está dançando com a única mica realmente bonita neste salão - disse Sr. Darcy, examinando a mais velha das irmãs Bennet.
- Ah, sim, ela é a mais linda criatura que já vi! Mas uma das irmãs dela, sentada justamente atrás de você, também é belíssima e, ousaria eu dizer, uma companhia muito agradável.
- De quem está falando? - e, voltando-se, observou Elizabeth por alguns instantes, chegando mesmo a cruzar o olhar com ela, até que se retraiu e, gelidamente, disse: - É razoável, mas não chega a ser bonita o bastante para me tentar. Neste momento não estou com disposição para dar atenção a moças que são desprezadas pelos demais homens.
Enquanto o Sr. Darcy se afastava, Elizabeth sentiu o sangue ferver. Nunca em sua vida fora tão insultada. O código dos Guerreiros exigia que ela vingasse sua honra prontamente. Assim, Elizabeth abaixou-se e alcançou o tornozelo, tomando cuidado para não chamar a atenção. Então, sua mão encontrou a adaga oculta por baixo de seu vestido. Sua intenção era seguir aquele arrogante. Sr. Darcy até o lado de fora e rasgar sua garganta.
Mas, mal ela havia fechado os dedos em torno do cabo da adaga, um alarido de gritos encheu o salão, imediatamente seguido pelo estilhaçar de vidraças. Os não menscionaveis surgiram, invadindo o ambiente com seus movimentos desengonçados, embora ligeiros, e seus trages fúnebres em farrapos. Alguns vestiam túnicas tão rasgadas que os deixavam escandalosamente expostos; outros tinham as vestes tão imundas que se poderia supor que fossem nada mais que lixo e sangue seco. Os corpos estavam em variados estados de putrefação; os que haviam falecido recentemente apresentavam uma coloração levemente esverdeada e a pele flácida, enquanto os que já estavam mortos havia muito mostravam-se cinzentos e quebradiços - tendo seus olhos e língua há muito tempo se transformado em poeira, enquanto seus lábios, repuxadis para trás, formavam um eterno sorriso de caveira.
Alguns poucos convidados, que desafortunadamente estavam muito perto das janelas, foram agarrados e imediatamente devorados. Quando Elizabeth se pôs de pé, de pronto percebeu que a Sra. Long lutava para se livrar das mandíbulas de duas pavorosas fêmeas que haviam se aferrado à cabeça dela, partindo seu crânio como se fora uma noz, o que projetou um esguicho de sangue escuro para o alto que chegou a atingir os candelabros.
- Meninas! O pentagrama da morte!
Sem hesitar, Elizabeth juntou-se às quatro irmãs, Jane, Mary, Catherine e Lydia, no centro do salão de dança. As cinco jovens sacaram das adagas presas ao tornozelo e se posicionaram nas pontas de uma estrela imaginaria. Partindo do centro do salão, iniciaram um movimento conjunto em que avançavam, passo a passo, mantendo o desenho, cada qual com sua adaga em riste em uma das mãos e a outra elegantemente apoiada na parte inferior das costas.
De um canto do salão, o Sr. Darcy observava Elizabeth e suas irmãs abrindo caminho, enquanto decapitavam um zumbi depois do outro, sem se deterem. Ele conhecia apenas uma outra mulher, em toda Grã-Bretanha, capaz de manejar uma adaga com tanta habilidade, tamanha graça e tal eficiência mortal. Quando as jovens alcançaram as paredes do salão, o último dos não menscionaveis já havia tombado.
À exceção do ataque, a noite de um modo geral foi bastante agradável para toda a família. A Sra. Bennet viu sua filha mais velha ser elogiada por todos do grupo de Netherfield. O Sr.Bingley chegou a dançar com Jane duas vezes, e ela recebeu deferência especial das irmãs dele. Jane ficou tão satisfeita quanto a mãe, embora manifestasse seus sentimentos de modo mais discreto. Elizabeth deliciou-se com o contentamento de Jane. Mary escutou seu nome ser mencionando à Srta. Bingley com a moça mais prendada da vizinhança. Catherine e Lydia tiveram a sorte de não ficar sem par em nenhuma dança, o que era tudo o que as preocupava nós bailes. Portanto, todos estavam em ótima disposição quando retornaram a Longbourn, o vilarejo onde viviam e no qual era os principais moradores.

Orgulho e Preconceito e ZumbisOnde histórias criam vida. Descubra agora