Depois do choque da minha declaração ninguém falou mais nada, ficamos em silêncio por uns bons minutos, absorvendo o que eu acabei de dizer.
— Tae... – sussurrou Jeongguk, com aquele olhar perdido que poucas vezes tem. Ele deu dois passos em minha direção e eu o soquei na cara, de novo, o certando bem no olho. Em seguida corri; posso ouvi-los me chamando, meu nome sendo gritado por várias vozes, alto o suficiente para acordar o resto do internato. Porém não me virei, passei pelos portões da entrada como um foguete.
Continuei correndo durante toda a noite até chegar na cidade, com o cartão de credito que meus pais me deram e felizmente estava no meu terno, paguei uma noite em um hotel de estrada bem perto de Seoul. Passei grande parte do meu dia ali, resfriado depois de correr com as roupas molhadas na chuva com o vento frio do inverno.
"O que vou fazer?" essa pergunta rodou minha mente durante todo o tempo em que fiquei na água quente do chuveiro do hotel. Queria poder ser outra pessoa naquele momento, apenas para não ter que lidar com tudo isso. Por que eu fui contar o que sinto para eles? Agora que não vamos voltar a ser como era antes nunca mais.
Fiquei dois dias no hotel, sem contato com o mundo, poderia estar acontecendo o apocalipse lá fora que não iria notar. Andei de roupão todo esse tempo, e sem meu celular que eu havia quebrado em algum lugar de Gangnam. Conversei até com os peixes no aquário do quarto.
— Isso que eu não entendo, Senhor Peixinho Dourado. Porque ninguém está lá por mim? – falei olhando para o aquário azul, onde cinco peixinhos nadavam e um estava parado. Não sei se ele morreu ou se está me dando atenção, prefiro pensar que ele está vivo e muito interessado nas minhas lamurias adolescentes. — Yoongi nem ao menos tenta, eles simplesmente o escolhem, sempre, eu me esforço tanto, mas não adianta.
Passei esses dias me lamentando e ruminando tudo que aconteceu, tentando descobrir onde minha vida saiu tão fora dos eixos que se transformou nessa bagunça.
— Chega, você precisa se recompor! – afirmei para mim mesmo, apertando as bordas da pia de porcelana banca, os olhos fixos em meu reflexo; sou um fantasma de como costumava ser, meu cabelo está seco, bagunçado, sem brilho, praticamente um ninho de passarinho sobre minha cabeça. A pele do meu rosto está vermelha e irritada de tanto que a esfreguei enquanto chorava, combinando com meu nariz entupido e os olhos vermelhos com grandes bolsas arroxeadas em baixo.
— Você se apaixonou e ficou com o coração partido, bem feito por ter sentimentos.
Nessa mesma hora cheguei à conclusão que se resume a um bom e grande FODA-SE! Foda-se o Jungkook, foda-se os meus amigos, ou seja lá o que eles forem para mim agora, foda-se que está tudo uma merda. Eu não vou ficar aqui sofrendo enquanto eles se divertem.
Peguei o telefone do quarto, ligando para a recepção.
— Chame um taxi e faça o meu check out. – mandei de uma vez.
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My Happy Ending [TaeKook]
Hayran KurguA minha vida chegou a um ponto que pensei ter entrado em uma fanfic adolescente mal escrita, com a mocinha pobre, o garoto popular, gostoso pra cacete e capitão do time de basquete. Só que eu não sou a garota chata que vive se fazendo de coitada, es...