Introdução

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Sentir-se sufocado com nossa própria vida é muito normal. 

Na verdade não diria normal, diria... Comum. É isso, comum é a palavra que se encaixaria perfeitamente na situação. Comum... Que consequentemente me remete ao acomodamento.

Acomodamento na vida/ trabalho/ relacionamento pra mim é uma das coisas mais tristes que possa haver.

Nunca deveríamos ficar empurrando nada com a barriga! 

Levar o inadiável para o amanhã só vai te deixar mais deprimido/ raivoso/ infeliz. Assim como viver eternamente maquinando aqueles arquivos inacabados dia após dia. Fazer constantemente movimentos repetitivos numa loja seja ela de calçados, papelaria, fast-food ou até num restaurante durante longos anos um após o outro.  Se para os outros dessa forma ‘tudo normal’ se a vida está perfeita assim como está, eu não me incomodo nenhum pouco. Mas comigo tudo isso chega a me sufocar, chega a empolar a minha pele. Monotonia nunca! 

Eu tento e gosto de não seguir esse carma que muitos passam. 

   Exemplo de uma vida comum: cresço e estudo até tirar meu couro. Faço cursos diversos de diversos tipos. Me formo antes dos dezoito... Em alguns casos vou ‘bater continência’ logo em seguida e lá ficar uma boa parte da minha vida. Em outro caso, após não conseguir ‘bater continência’, começo a ralar bastante em busca de um primeiro emprego escravo, para ganhar um mísero dinheiro apenas pra mostrar independência em casa, e assim finalmente poder comprar tudo aquilo que você sempre quis (ou não) levando a vida a cada dia. Em seguida vem o segundo, terceiro, quarto ou quinto emprego às vezes em apenas seis meses, só para mostrar a si próprio que você é humano e que merece muito mais que o antigo emprego fornecia. 

Certa vez, lá pra certa idade, você encontra “aquele emprego”. Lugar de fácil acesso (nem sempre), chefe boa praça ou somente maleável/ aturável que seja! Amigos que passam até a fazer parte de sua vida fora do trabalho ou somente parte de suas redes sociais. Então lá você fica integralmente, estaciona durante uma longa e boa parte de sua vida. Talvez pelo emprego simplesmente ser bom, ou por realmente precisar daquele serviço perante a toda essa maldita sociedade capitalista para pagar todas as contas atrasadas que nunca se atrasam em chegar e sempre se acumulam, e para seus gastos supérfluos. 

E quando um dia, você que caminhava nada a ver, com a sua roupinha meia boca, e sem esperar, da de cara com a pessoa mais fantástica que você já viu em toda sua vidinha sem graça. E coincidentemente do lado dela foi tudo magicamente recíproco, um amor muito forte em que os dois nunca haviam provado antes... E quando provaram se lambuzaram com tanta felicidade gozando de cada instante juntos! 

E aí BUM, paixão! Amor! Em seguida o clássico casamento sonhado por todos. Dois ou quatro meses depois outro BUM, um filho/ filha. Quem sabe gêmeos. E é aí que você fica a mercê do seu próprio destino. Viver somente para aquele novo ser que carregará seus ensinamentos à diante... Com o tempo ir deixando para trás cada vez mais seus ideais e sonhos para pensar somente em idealizar o sonho daquele novo ser que estará por vir tentando fazer/ dar tudo aquilo que você não pode ter. Conturbações no casamento que um dia pareceu ser perfeito. Mudanças drásticas no seu corpo. Quando você repara que a idade chegou para você, já não tem mais aquele ânimo/ gás/ fervor que um dia tivera pra dar e vender.

ENFIM, A VIDA SEMPRE SEGUE SEU FLUXO CONSTANTE...

Gerard Sai de FériasOnde histórias criam vida. Descubra agora